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Brasil e Uganda compartilham conhecimentos em coleta eletrônica de dados para censos

Países africanos têm buscado cooperação técnica com IBGE. Foto: EBC
Países africanos recebem apoio do IBGE para implementar coleta eletrônica de dados. Foto: EBC

Representantes do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) participaram este mês (18) de evento em Entebbe, Uganda, com o objetivo de compartilhar práticas e conhecimentos em coleta eletrônica de dados para realização de censos.

A iniciativa faz parte do Programa de Parceria Brasil-UNFPA. O evento foi organizado por parceiros do projeto Centros de Referência em Coleta Eletrônica de Dados na África, e ocorreu durante a 8ª Conferência Populacional Africana.

Além de IBGE e UNFPA, representantes de Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Agência Nacional de Estatística e Demografia do Senegal (ANSD) e Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INECV) explicaram ao público o papel de cada instituição no projeto, compartilhando experiências do ponto de vista de cada país.

O painel “Centros de Referência em Coleta Eletrônica de Dados e o papel da Cooperação Sul-Sul no fortalecimento das capacidades nacionais” trouxe a perspectiva regional da rodada de censos 2020 para a África.

O evento também abordou a história do projeto Centros de Referência, a experiência dos parceiros envolvidos, assim como resultados, desafios e perspectivas relacionadas à iniciativa de Cooperação Sul-Sul trilateral – quando dois ou três países do Sul Global se apoiam mutuamente no desenvolvimento de alguma questão.

Centros de Referência

Desenvolvido em 2016, o projeto Centros de Referência em Coleta Eletrônica de Dados na África tem o papel de fortalecer órgãos estatísticos nacionais a partir de abordagens inovadoras, que priorizam a troca de experiência e a construção colaborativa do conhecimento técnico.

O objetivo é levar a expertise brasileira na realização eletrônica dos censos para os países africanos e, em retorno, obter conhecimentos sobre a dinâmica dos centros de estatística do continente.

O representante da ABC, Guilherme Nogueira, explicou o conceito de centros de referência. “Isso implica que um país é capaz de disseminar para outros a capacidade de realizar coleta eletrônica de dados, da mesma forma como o Brasil tem feito.”

“Mas não apenas o Brasil, como outros centros de referência podem também cooperar na área de coleta eletrônica de dados, e esse trabalho para o desenvolvimento pode ser feito por todos, criando uma onda positiva nessa direção.”

Representando a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Guilherme Nogueira apresentou o projeto de cooperação. Foto: UNFPA/Giselle Cintra

Origem do projeto

Representando o IBGE, Luciana Prazeres iniciou a rodada de perguntas e respostas explicando a origem e a motivação do projeto.

“Em 2014, a ABC, o UNFPA e o IBGE começaram a pensar em uma estratégia que pudesse atender a demandas em coleta de dados. Considerando o número de solicitações substantivas recebidas dos países africanos, que observam a rodada do censo 2020, considerou-se elaborar uma iniciativa que atingisse um número maior de países. Foi dessa forma que nasceu este projeto inovador”, explicou.

Desafios e apoio de parceiros

Maria de Lurdes, representante do INECV, contou os desafios e os benefícios da coleta eletrônica de dados no país.

“Cabo Verde foi o primeiro país africano a realizar uma coleta de dados totalmente digital. Utilizamos um dispositivo móvel de coleta em todas as fases da operação. Era um risco, porque exigiu um esforço extra de todas as partes envolvidas e um investimento muito importante na capacidade dos técnicos do INECV. Graças à cooperação com nossos parceiros, a coleta foi um sucesso”, concluiu.

Para a Agência Nacional de Estatística e Demografia do Senegal, o apoio de parceiros também foi importante para a realização do Censo Geral da População e Habitat, Agricultura e Pecuária no Senegal.

“Foi possível fazer a coleta eletrônica de dados por causa do empréstimo do Brasil de 20 mil dispositivos móveis. Isso foi especialmente possível graças ao apoio técnico fornecido pelo IBGE e pelo INECV”, contou Mamadou Niang, representante da agência.

Parceria com o UNFPA

Segundo a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, o painel foi essencial para a troca do conhecimento, além disso, serviu de instrumento para a formação de possíveis parcerias com outros países africanos.

“Quando falamos em fortalecer capacidades nacionais, não estamos falando apenas da qualidade do conhecimento produzido, mas também da capacidade de comunicar conhecimento. Aqui vemos o impacto do envolvimento de diferentes países na busca de resultados comuns no fortalecimento da capacidade estatística”, afirmou.

O Programa de Parceira Brasil-UNFPA conta com alto potencial de fortalecimento de iniciativas já em curso nos países, de forma a empoderá-los no uso de tecnologias de coletas de dados para o monitoramento de fenômenos populacionais.

Plantação de algodão no Brasil. Foto: Assegov/Lia Mara

Cooperação entre Brasil, Peru e Paraguai visa promover trabalho decente na cadeia do algodão

Organização Internacional do Trabalho (OIT) e parceiros promoveram no fim de setembro em Belo Horizonte (MG) oficinas de capacitação de inspetoras e inspetores do trabalho de Paraguai e Peru como forma de impulsionar o trabalho decente na cadeia de valor do algodão.

A iniciativa foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.

Foram três dias de atividades para promover o compartilhamento de experiências em inspeção do trabalho, principalmente de combate ao trabalho infantil.

No dia 24 de setembro, a oficina técnica de “Formação em Inspeção do Trabalho” foi realizada para representantes do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MTESS) do Paraguai e do Ministério do Trabalho e Promoção do Emprego (MTPE) do Peru.

Organizada em conjunto com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Brasil e a Superintendência Regional do Trabalho (SRTE) de Minas Gerais, o treinamento buscou fortalecer as capacidades técnicas dos funcionários dos ministérios peruano e paraguaio, para que possam realizar inspeções mais eficientes nos setores agrícola e têxtil e promover o trabalho decente na cadeia de valor do algodão.

Parte do evento foi dedicada às sessões sobre o combate ao trabalho infantil, inclusive no contexto rural, e à promoção da aprendizagem.

“Em 2013, começamos com um projeto que se chama ‘intervenções coletivas’ que usa a notificação coletiva para aprofundar as relações e o diálogo social com sindicatos, empregadores e trabalhadores para alcançar nosso objetivo que é a promoção do trabalho decente”, explicou Julie Santos Teixeira, auditora fiscal do trabalho da SRTE.

A segunda fase da oficina foi reservada para apresentações dos representantes do MTESS e do MPTE sobre as políticas e ações de combate ao trabalho infantil em Paraguai e Peru.

“Somos um ministério novo no Paraguai, temos seis anos de existência. Também somos uma turma nova de inspetores de trabalho, e ainda muito poucos, cerca de 30 ao todo. Ou seja, temos muito trabalho pela frente. Nesta semana de intercâmbio, queremos absorver todo conhecimento que será compartilhado para que possamos implementar mudanças e melhorar a situação laboral em nosso país”, disse Mirta Meixner, inspetora do trabalho do MTESS.

Sandra Flor, também inspetora do trabalho do MTESS, acrescentou: “atualmente, estamos desenvolvendo protocolos de seguimento de inspeção em trabalho infantil e estamos animados com esta oportunidade de aprender com a inspeção do trabalho do Brasil”.

Nos dias 25 e 26, as atividades da oficina técnica foram dedicadas a aprofundar o conhecimento de como é feita a notificação coletiva na prática, com posterior atividade de inspeção do trabalho conjunta na região da Pampulha.

“A notificação coletiva, que nós denominamos de cartas dissuasivas, está gerando importantes resultados no Peru. Já fizemos intercâmbios sobre este tema com Brasil, a Bolívia e a Espanha. Queremos conhecer ainda mais a experiência do Brasil e também compartilhar nossas experiências”, disse Gilberto Carbonel, inspetor do trabalho e coordenador da equipe especial “Peru Formal Rural”, da Superintendência Nacional de Fiscalização Laboral (SUNAFIL) do Peru.

“O caminho da SUNAFIL (Superintendência Nacional de Fiscalização do Trabalho) não é apenas de fiscalização, mas também de prevenção. Então, estamos com muitas expectativas para aprender com os colegas inspetores do Brasil, principalmente sobre a metodologia de notificação coletiva”, disse Flor Cruz Rodríguez, inspetora do trabalho da SUNAFIL.

A oficina foi organizada no escopo do “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina “, desenvolvido por OIT, ABC e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

O objetivo do projeto é promover o trabalho decente na cadeia de valor do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em cinco países produtores da fibra: Paraguai, Peru, Mali, Moçambique e Tanzânia.

“A expectativa do Projeto Algodão com Trabalho Decente é que (…) este aprendizado gere mudanças nos países em termos de ferramentas, normas e metodologias de inspeção do trabalho com o objetivo de garantir melhores condições de trabalho para mulheres e homens da cadeia do algodão destes países”, disse Natanael Lopes, oficial do programa de Cooperação Sul-Sul Brasil do escritório da OIT no país.

O caráter de aprendizado mútuo proporcionado pelas trocas de experiências e de boas práticas foi amplamente ressaltado pelos participantes.

“Todos falam que o Brasil é um exemplo em combate ao trabalho infantil, mas é importante dizer que nossas práticas contaram com muito aprendizado de outros países, principalmente da América do Sul. Como o fortalecimento da Cooperação Sul-Sul passamos a compartilhar mais com outros países e também continuar com esse aprendizado”, disse Leonardo Oliveira, auditor fiscal do trabalho da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho de Minas Gerais.

Por sua vez, a coordenadora nacional do projeto-país Peru Projeto Algodão com Trabalho Decente, do escritório da OIT para os Países Andinos, Rocío Valencia, destacou: “acredito na cooperação horizontal e que a troca de conhecimentos é uma via de mão dupla”. “O Brasil sempre foi caracterizado como uma referência em inspeção do trabalho e estamos felizes pela oportunidade de continuar esta cooperação.”

Delegações de Colômbia, Mali e Moçambique conhecem algodão sustentável da Paraíba

Delegações conheceram o Projeto Algodão da Paraíba e outras iniciativas de desenvolvimento do setor algodoeiro de pequena escala. Na foto, produtor de algodão da Paraíba. Foto: Governo da Paraíba
Delegações conheceram o Projeto Algodão da Paraíba e outras iniciativas de desenvolvimento do setor algodoeiro de pequena escala. Na foto, produtor de algodão da Paraíba. Foto: Governo da Paraíba

Delegações de países de América Latina e África, parceiros dos projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral com Brasil, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizaram esta semana visitas técnicas à Paraíba com o objetivo de conhecer a cadeia de produção do algodão envolvendo pequenos produtores, associativismo e inovações tecnológicas.

Em João Pessoa, representantes de Colômbia, Mali e Moçambique, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — do Ministério das Relações Exteriores —, OIT e FAO reuniram-se na segunda-feira (2) com o governador João Azevedo Lins Filho.

O encontro teve por objetivo conhecer o trabalho desenvolvido pelo governo estadual no desenvolvimento da agricultura familiar, no fomento do cooperativismo e na revitalização do algodão sustentável e colorido no estado. Na ocasião, todas as delegações agradeceram o governador pelo apoio que este vem oferecendo ao Programa de Cooperação Sul-Sul.

O grupo também visitou a sede da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (SEDAP), onde conheceu o Projeto Algodão da Paraíba e outras iniciativas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para o desenvolvimento do setor algodoeiro de pequena escala.

Os visitantes foram recebidos pelo secretário da SEDAP, Efraim Morais, e pelo presidente da EMPAER e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), Nivaldo Magalhães.

Um dos objetivos da visita foi proporcionar aos produtores de Colômbia, Mali e Moçambique um maior conhecimento prático sobre organização, associativismo e inovação nas áreas de pesquisa, produção, extensão rural e agricultura familiar brasileira.

Até sexta-feira (6), a delegação cumprirá programação de visitas técnicas a campos de algodão localizados nos assentamentos Margarida Maria Alves, Juarez Távora e outros em Alagoa Grande, Salgado de São Felix e Esperança. Também irá conhecer ações-modelo como quintais produtivos e roçados comunitários trabalhados por grupos de mulheres e jovens do município de Rio Tinto.

A OIT desenvolve o “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina” com a ABC e o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

A iniciativa visa promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em cinco países produtores da fibra: Paraguai, Peru, Mali, Moçambique e Tanzânia.

Governador da Paraíba, João Azevedo Lins Filho (centro, de branco), recebe delegação em João Pessoa. Foto: Governo da Paraíba
Governador da Paraíba, João Azevedo Lins Filho (centro, de branco), recebe delegação em João Pessoa. Foto: Governo da Paraíba

OIT e parceiros apresentam resultados de cooperação técnica no setor algodoeiro

O algodão é produzido por cerca de 150 países e é um dos 20 produtos mais exportados do mundo. Foto: Secom-MT/Mayke Toscano
O algodão é produzido por cerca de 150 países e é um dos 20 produtos mais exportados do mundo. Foto: Secom-MT/Mayke Toscano

A Organização Interacional do Trabalho (OIT), ao lado da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, participa do 12º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que ocorre até quinta-feira (29) em Goiânia (GO).

O tema da edição deste ano é “A cotonicultura como vitrine para a agricultura do amanhã”, que será discutido ao longo de minicursos, reuniões temáticas, palestras científicas, workshops e mesas redondas.

A OIT convidou representantes de Moçambique, Paraguai e Peru para participar do congresso, como parte das atividades do Projeto Algodão com Trabalho Decente.

Realizado a cada dois anos desde 1997, o CBA é o maior evento sobre o algodão do Brasil e reúne profissionais e empresas de cotonicultura, indústria têxtil, além de fabricantes de máquinas, insumos e implementos, pesquisadores, estudantes e consultores.

A ABC participa do CBA com um estande onde apresenta os projetos desenvolvidos por meio da cooperação técnica Sul-Sul do Brasil no setor do algodão, um intercâmbio horizontal de conhecimentos e experiências entre 22 países em desenvolvimento de África, América Latina e do Haiti.

A agência trabalha com 45 iniciativas bilaterais e trilaterais que contribuem para o fortalecimento da cadeia produtiva de algodão e ampliam seu impacto positivo nos eixos econômicos e sociais dos países parceiros.

“O CBA é uma grande oportunidade para apresentar à sociedade os resultados da cooperação técnica do Brasil com outros países do setor, para fortalecer as parcerias entre associações de produtores e institutos de pesquisa da África e da América Latina”, disse o embaixador Ruy Carlos Pereira, diretor da ABC.

“O algodão é um dos principais produtos agrícolas do mundo, responsável pela geração de emprego e de renda, especialmente em países em desenvolvimento. O setor ocupa posição estratégica na política de desenvolvimento econômico e social nos programas nacionais de redução da pobreza de diversos países parceiros do Brasil na África e na América Latina.”

“Estou certo de que a Cooperação Sul-Sul brasileira constitui importante instrumento para superar desafios atuais e futuros da cotonicultura nacional, e que constitui importante instrumento para superar os desafios e dinamizar os laços políticos, econômicos, sociais e culturais entre o Brasil e os países parceiros mundo afora”, acrescentou.

Os projetos de cooperação são desenvolvidos em parceria com 13 instituições públicas brasileiras, contam com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e são executados com agências especializadas das Nações Unidas, como OIT, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Centro de Excelência Contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

No caso da parceria com a OIT, o “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina” foi lançado em 2015 com a ABC e o IBA. O objetivo da iniciativa é promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em cinco países produtores da fibra: Paraguai, Peru, Mali, Moçambique e Tanzânia.

“É uma grande satisfação para a OIT estar na 12ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão e participar dos esforços para que, de fato, o algodão seja a vitrine da agricultura do amanhã”, disse a coordenadora do Programa de Cooperação Sul-Sul da OIT no Brasil, Fernanda Barreto.

Durante o Congresso, a equipe da OIT participou, ao lado dos colegas de FAO e PMA, de um painel interagencial das organizações que implementam projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral com o Brasil no tema do algodão. O propósito da reunião coordenada pela ABC foi debater os pilares social, econômico e ambiental de sustentabilidade do algodão.

A OIT também organizará, nos dias 29 e 30 de agosto, uma visita técnica com representantes de Moçambique, Paraguai e Peru a Brasília (DF), com o objetivo de avançar na implementação de atividades dos projetos nesses países, principalmente no que se refere ao tema do combate ao trabalho infantil.

Setor algodoeiro brasileiro compartilha boas práticas com países em desenvolvimento

Projeto Cotton Victoria, na Tanzânia. Foto: ABC
Projeto Cotton Victoria, na Tanzânia. Foto: ABC

Quarto produtor mundial de algodão e segundo maior exportador global desse produto, o Brasil tem compartilhado seu conhecimento com outros países que também têm na cotonicultura uma importante fonte de renda para seus agricultores.

Nesse contexto, o projeto “Apoio ao desenvolvimento do setor algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul”, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), utiliza experiências e conhecimentos disponíveis no Brasil para contribuir com o crescimento do setor algodoeiro em nações em desenvolvimento.

Como o trabalho dessa cooperação técnica tem foco no compartilhamento de informações, conhecimentos, saberes e boas práticas, o projeto será apresentado no 12º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que ocorre até quinta-feira (29) em Goiânia (GO), um dos estados com maior produção de algodão do país.

Realizado a cada dois anos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o evento terá plenárias, minicursos, workshops e mesas-redondas, abordando as mais importantes questões do setor. Este ano, o tema central do será “a cotonicultura como vitrine da agricultura do amanhã”.

Intercâmbio

Durante o evento, um espaço montado pela ABC em colaboração com organismos das Nações Unidas no Brasil – entre elas o PNUD – divulgará esse e outros projetos para a comunidade brasileira de produtores de algodão.

Além disso, a ABC promoverá a participação no congresso de mais de 130 representantes de 16 países parceiros da África e de seis nações da América Latina e do Caribe. Esta é a terceira vez que a ABC estará presente no evento levando delegações estrangeiras.

De acordo com o coordenador-geral de África, Ásia, Oceania e Oriente Médio da ABC, Nelci Caixeta, para os técnicos africanos e latino-americanos que frequentarão as palestras e salas temáticas do CBA, este é um momento de verificar as tecnologias operando em território brasileiro. “Para eles, o evento ainda estabelece a possibilidade de uma rede de contatos com pequenos e grandes produtores do Brasil”, declarou.

O presidente da Abrapa, Milton Garbugio, reiterou a importância desse intercâmbio. “O Brasil é um grande ator mundial no setor algodoeiro e se torna tanto mais forte à medida em que partilha conhecimentos e promove acesso para que outros países, sobretudo os nossos vizinhos em desenvolvimento, também possam galgar mais renda e qualidade de vida para os seus povos”, declarou.

O setor algodoeiro ocupa posição estratégica na política de desenvolvimento e nos programas de redução da pobreza de vários países africanos.

Segundo o oficial de programa em Cooperação Sul-Sul do PNUD, Daniel Furst, na condição de liderança mundial em tecnologia de plantio direto na área cotonícola, o Brasil contribui, mediante demanda dos países parceiros, para a melhoria da produtividade do algodão na África, promovendo o aumento da renda e do acesso das populações rurais aos alimentos. “Essas ações contribuem, também, para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, declarou.