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Dia Internacional da Juventude: Mensagem de Thoraya Ahmed Obaid, Diretora do UNFPA

Diretora Executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid. Foto: ONU.Por Thoraya Ahmed Obaid, Diretora Executiva do UNFPA

Hoje, no Dia Internacional da Juventude, e em todos os dias, pessoas jovens estão em busca de oportunidades para realizar seus sonhos. São mais de 1,8 bilhão de pessoas entre 10 e 24 anos com conhecimento, aptidões e oportunidades de desenvolver o mundo ao seu mais pleno potencial.

Enquanto muitas pessoas falam que os jovens são o futuro, é hora de abraçar sua liderança hoje. Os jovens são líderes naturais. Eles lideram a revolução da prevenção do HIV – com taxa de prevalência entre jovens em queda em 15 dos 21 países da África mais afetados pela Aids. Eles estão liderado o uso das novas tecnologias para se conectar, criar e falar sobre mudança. Eles estão desafiando os papéis tradicionais atribuídos para cada gênero e abrindo caminhos para a igualdade no século 21.

Mas enquanto há promessas, existe também perigo. Hoje, mais da metade dos jovens sobrevivem com menos de dois dólares por dia, vivendo na pobreza. Cerca de 100 milhões de adolescentes não frequentam a escola. Todo ano, 15 milhões de garotas adolescentes se tornam mães. E 40% das novas infecções por HIV ocorrem com pessoas jovens com idade entre 15 e 24 anos. Em todas as regiões do mundo, a taxa de desemprego entre jovens é alta, e muitos são vítimas de exploração e violência.

A triste verdade é que muitos jovens estão crescendo com poucas oportunidades, tentando manter suas esperanças no futuro. Pessoas jovens, em especial as garotas, continuam marginalizadas e sofrem violações dos direitos humanos. Ao comemorarmos o Dia Internacional da Juventude, é hora de renovar os esforços para tornar os jovens uma prioridade.

No UNFPA, o Fundo de População das Nações Unidas, estamos promovendo a participação e liderança das pessoas jovens. Estamos estimulando competências e o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, bem como à prevenção, tratamento, cuidado e suporte para pessoas jovens com HIV. E estamos trabalhando para empoderar mulheres jovens, incluindo garotas adolescentes, e para prevenir a violência baseada em gênero.

Hoje, ao lançar o Dia Internacional da Juventude, às vésperas da Conferência Mundial da Juventude no México, eu convido os tomadores de decisão para ouvir as necessidade das pessoas jovens e respondê-las. Convido os governos à introduzirem um diálogo significativo com pessoas jovens para desenvolver um entendimento mútuo sobre os desafios de desenvolvimento que enfrentamos. Vamos estabelecer uma parceria entre as gerações para cumprir a promessa da Declaração do Milênio e a Declaração dos Objetivos do Milênio para criar um mundo mais pacífico e justo.

(*) Thoraya Ahmed Obaid é diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Dia Internacional da Juventude: Mensagem de Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO

Mensagem da Sra. Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional da Juventude e do lançamento de 2010 do “Ano Internacional da Juventude: diálogo e compreensão mútua”; 12 de agosto de 2010.

Comemoramos hoje o lançamento do Ano Internacional da Juventude, proclamado pelas Nações Unidas e centrado no tema do diálogo e da compreensão mútua. Há 25 anos – ou seja, há mais de uma geração -, a ONU vem se dedicando a uma data especialmente voltada para a juventude. Totalizando 1,2 bilhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos, a juventude possui a energia e a motivação necessárias para propor soluções inovadoras aos desafios mundiais existentes hoje, além da vontade e dos meios de criar possibilidades de diálogo entre as culturas.

Esse Ano Internacional tem o objetivo de mostrar a contribuição dos jovens para a sociedade, de ajudá-los a enfrentar os desafios aos quais são confrontados e de incentivá-los a participar das iniciativas de desenvolvimento, numa escala comunitária até um nível mundial.

Precisamos abrir mais espaços e oportunidades para fomentar um engajamento cívico e permitir ao jovem construir o seu próprio futuro. Faltando cinco anos para 2015, prazo estabelecido para a realização dos Objetivos do Milênio para o desenvolvimento, torna-se mais importante ainda incentivar o jovem a se dedicar à construção de um mundo mais justo e sustentável.

Nosso objetivo é fazer com que o potencial da juventude seja parceiro do desenvolvimento e da paz. O Fórum dos Jovens da UNESCO, organizado desde 1999, já integra todas as sessões da Conferência Geral da UNESCO, órgão diretor supremo da Organização. Esse Fórum oferece aos jovens de todos os Estados-membros a oportunidade de conhecer os programas da UNESCO e de participar mais ativamente de ações efetivas nos respectivos países. O Fórum dos Jovens da UNESCO de 2011 oferecerá a todas as agências das Nações Unidas, e também a outros parceiros, um espaço para discutir as atividades realizadas durante o Ano Internacional da Juventude e para desenhar um plano de ações para o futuro.

O investimento público na juventude resulta em benefícios duradouros para toda a sociedade. A crise econômica e financeira global tornou o mundo mais inseguro para os jovens, principalmente para aqueles que pertencem a grupos mais vulneráveis ou marginalizados. Devemos reforçar as políticas voltadas para a juventude, principalmente aquelas que promovem a igualdade e envolvem diretamente o diálogo com os jovens. Além do mais, as políticas de assistência ao desenvolvimento deveriam ser ainda mais centradas nas necessidades e preocupações dos jovens.

A UNESCO está comprometida em capacitar a juventude e garantir que sua voz seja ouvida. Atualmente, a organização co-preside a Rede Interinstitucional das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Juventude, criada oficialmente em fevereiro de 2010 na Sede da UNESCO. A construção dessa rede marca um passo importante na direção de uma melhor articulação de conhecimentos e de reflexões sobre a juventude e sobre nossas ações, o que nos permitirá incrementar os resultados de nosso trabalho. A Organização reafirma o seu apoio aos Estados-membros no que diz respeito à elaboração de políticas e programas eficazes para os jovens, que vai do acesso à educação de qualidade à promoção da diversidade cultural, das medidas de combate à violência entre os jovens ao esporte como um mecanismo de desenvolvimento da paz, passando pelo empoderamento das jovens mulheres e das parcerias para lutar contra o HIV e a AIDS.

Ao reconhecer a diversidade de contribuições dos jovens na promoção da compreensão mútua, o Ano Internacional da Juventude reforça a visão da UNESCO de que é preciso “construir a paz no espírito dos homens” e adota o objetivo do Ano Internacional para a Aproximação das Culturas, conduzido de forma preponderante pela UNESCO.

É preciso oferecer ao jovem a possibilidade de participar enquanto parceiro do processo de decisão e de ação em vários níveis. É do interesse de cada um de nós empoderar a juventude, oferecendo as ferramentas necessárias para a construção de um futuro mais sustentável. Faço um apelo aos governos e à comunidade internacional para agir de mãos dadas com a juventude, e incentivo os jovens do mundo todo a aproveitar a oportunidade oferecida pelo Ano Internacional para estabelecer redes, compartilhar idéias e lançar iniciativas que promovam a paz, a compreensão internacional e o desenvolvimento para todos.

(*) Irina Bokova é Diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Dia Internacional da Juventude – 12 de agosto de 2010

Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moonSecretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Este ano, a comemoração do Dia Internacional da Juventude também marca o lançamento do Ano Internacional da Juventude, sob o tema “Diálogo e Entendimento Mútuo”.

Atualmente, os desafios sociais e econômicos justificam uma atenção especial para a juventude. Oitenta e sete por cento das pessoas entre 15 e 24 anos vivem em países em desenvolvimento. A crise econômica global teve um impacto desproporcional sobre os jovens, pois eles perderam seus empregos e viram o acesso à educação cerceado. À medida que economias começam lentamente a se estabilizar, as necessidades dos jovens devem ser primordiais.

Este é um imperativo moral e uma necessidade para o desenvolvimento. Mas é também uma oportunidade: a energia da juventude pode ajudar as economias mais frágeis. A boa vontade, talento e idealismo dos jovens que encontro em todo o mundo me serve de inspiração diária. Eles fazem contribuições importantes em nosso trabalho para erradicar a pobreza, conter a propagação de doenças, combater as mudanças climáticas e atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Peço aos Estados-Membros que aumentem seus investimentos nos jovens para que eles possam fazer ainda mais.

Durante o Ano Internacional, as Nações Unidas e as organizações juvenis parceiras focarão na necessidade de incentivar o diálogo e a compreensão através das gerações, culturas e religiões. Em um mundo em que os diferentes povos e tradições estão entrando em contato mais íntimo, com mais frequência do que nunca, é fundamental que os jovens aprendam a ouvir atentamente, tenham empatia com os outros, reconheçam opiniões divergentes e sejam capazes de resolver conflitos.

Poucos esforços são mais importantes do que nutrir essas habilidades e educar os jovens sobre direitos humanos, porque entre eles não só se encontra a próxima geração de líderes, mas também os atores cruciais de hoje. Temos também que reconhecer que as gerações mais velhas têm muito a aprender com as experiências e exemplos de jovens em um momento em que vivemos em um mundo de acelerada interconectividade.

Ao lançarmos este Ano Internacional, vamos reconhecer e celebrar o que a juventude pode fazer para construir um mundo mais seguro, mais justo. Vamos reforçar nossos esforços para incluir os jovens nas políticas, programas e processos de decisão que beneficiam seu futuro e o nosso.