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Representante da ONU se encontra com Primeiro-Ministro interino libanês

Michael Williams, Coordenador Especial da ONU para o LíbanoRestaurar a estabilidade política e a implementação de um novo governo no Líbano é possível se todos os partidos estiverem dispostos a cooperar, disse o Coordenador Especial da ONU para o Líbano, Michael Williams, após uma reunião com o Primeiro-Ministro interino, Saad Hariri.

O encontro entre Hariri e William acontece uma semana após o colapso do governo de unidade nacional, que ocorreu após a demissão de 11 ministros do Hezbollah e grupos aliados devido a diferenças sobre o tribunal apoiado pela ONU criado para julgar os suspeitos do assassinato em 2005 do pai de Hariri e ex-Primeiro-Ministro libanês, Rafik Hariri.

Williams e o Primeiro-Ministro discutiram as diversas iniciativas internacionais, como a comandada pela Turquia e o Catar, as perspectivas para um novo governo e a estabilidade política no Líbano. “Acredito que tudo isto seja possível, desde que haja boa vontade e cooperação de todos os partidos políticos em trabalhar pela justiça e a estabilidade”, disse Williams. Ele também salientou a necessidade de se manter a calma e a ordem no país, apesar da divisão política.

Na segunda-feira (17/01), o Procurador do Tribunal Especial para o Líbano, Daniel Bellemare, apresentou a primeira acusação e materiais de apoio ao tribunal, que é sediado na Holanda. O conteúdo da acusação permanece confidencial nesta fase e precisa ser revisto pelo juiz de instrução. O Tribunal foi criado na sequência de uma investigação realizada pela Comissão de Inquérito Internacional Independente, após uma missão da ONU concluir que as investigações realizadas pelo Líbano sobre o atentado que matou Hariri e outras 22 pessoas foram seriamente prejudicadas.

Secretário-Geral da ONU saúda decisão israelense de retirar tropas do norte de Ghajar

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão do governo de Israel de retirar as tropas das Forças Israelenses de Defesa (IDF) do norte de Ghajar, uma vila que se situa no meio da chamada Linha Azul, limite que separa Israel e Líbano.

Em declaração ontem (17), Ban disse que a retirada do exército da região pode ser “um importante passo” para a completa implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança, que pôs fim ao conflito ocorrido em 2006, entre Israel e o grupo libanês Hezbollah. A determinação também pede o respeito à Linha Azul, o desarmamento de todas as milícias que operam no Líbano e o fim do contrabando de armas na região.

“As Nações Unidas pretendem continuar a trabalhar em estreita colaboração com todos os envolvidos, num processo para resolver a condição permanente de Ghajar”, afirmou o Secretário-Geral. Ban também elogiou todos os lados por seu compromisso constante com a resolução 1701 e sublinhou a determinação dos Estados para fazer avançar sua plena implementação.

A Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) tem a função de monitorar a Linha Azul e reportar quaisquer violações dos países.

Líbano: Ataque a funcionários de tribunal apoiado pela ONU não deterá investigadores, afirma comunicado

Ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri, assassinado em 2005. Foto: ONU.O tribunal apoiado pelas Nações Unidas, criado para julgar suspeitos dos assassinatos em 2005 do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri e outras 22 pessoas, condenou o ataque da manhã desta quarta-feira (27/10) contra três dos membros do seu pessoal em Beirute, afirmando que o incidente não vai impedir a investigação dos casos.

Dois investigadores do Gabinete do Procurador do Tribunal Especial para o Líbano e seu intérprete foram assistir a uma reunião em um consultório médico em Beirute como parte da investigação, quando um grupo grande de pessoas “apareceu de forma inesperada” e atacou violentamente três funcionários.

“O ataque desta manhã em Beirute contra os funcionários do Tribunal Especial para o Líbano é uma tentativa deplorável de obstruir a justiça”, declarou o órgão em um comunicado à imprensa. “Aqueles que realizaram o ataque devem saber que a violência não irá deter o Tribunal Especial para o Líbano, um tribunal de justiça, de cumprir o seu mandato”.

De acordo com o Gabinete do Procurador, vários itens pertencentes aos funcionários foram roubados durante o ataque. O exército libanês removeu os três membros da equipe e os trouxe de volta em segurança para o escritório do Tribunal, onde receberam assistência médica.

“O Gabinete do Procurador leva este incidente muito a sério e está investigando o ocorrido”, afirmou um representante do Gabinete, acrescentando que as autoridades libanesas iniciaram uma investigação.

O Tribunal é um órgão independente que foi criado na sequência de uma investigação realizada pela Comissão de Investigação Independente Internacional (IIIC), após uma missão da ONU ter concluído que o próprio inquérito do Líbano sobre o atentado em fevereiro de 2005, que matou Hariri e os outros, era seriamente falho e que a Síria foi a principal responsável pelas tensões políticas que precederam o ataque.

Conselho de Segurança prorroga mandato de Força da ONU no Líbano

Tropas da UNIFIL perto da Linha Azul, área entre o Líbano e Israel. Foto: ONU.O Conselho de Segurança prorrogou na última segunda-feira (30) o mandato da Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) por mais um ano, dizendo que sua presença na região, bem como a das forças armadas libanesas, estão ajudando a promover a estabilidade no sul do país do Oriente Médio.

Em decisão unânime, o Conselho afirmou que “a situação no Líbano permanece constituindo uma ameaça à paz e à segurança internacionais” e que, por isso, o mandato da UNIFIL terá que ser prorrogado até 31 de agosto de 2011.

O Conselho solicitou veementemente a todas as partes envolvidas a respeitarem o cessar das hostilidades, a fim de evitar qualquer violação da chamada Linha Azul, que separa o Líbano de Israel, e para que cooperem plenamente com a ONU e a UNIFIL.

A UNIFIL foi criada originalmente pelo Conselho de Segurança em março de 1978 para confirmar a retirada de Israel do Líbano, restaurar a paz e a segurança internacionais e ajudar o governo libanês no restabelecimento efetivo da autoridade na região. O mandato teve de ser ajustado duas vezes devido aos conflitos na região de 1982 e 2000.

ONU tenta reduzir tensão entre Israel e Líbano

A Organização das Nações Unidas reuniu os representantes de Israel e Líbano um dia após o conflito ao longo da chamada Linha Azul que separa os dois países. Espera-se que através do diálogo possam ser prevenidos eventos similares no futuro.

O Comandante da Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL), Major-General Alberto Asarta Cuevas, convocou uma reunião extraordinária com os representantes das Forças Armadas Libanesas e as Forças de Defesa Israelenses. As conversações se focaram na troca de tiros de ontem entre as duas forças através da Linha Azul, que ocasionaram a morte de pelo menos quatro pessoas.

O Major-General Asarta “pediu extrema cautela em todas as ações ao longo da Linha Azul, que podem ser percebidas como provocativas e exacerbar as tensões.” O incidente foi desencadeado pelo anúncio de Israel de suas intenções de cortar uma árvore nas proximidades da Linha Azul. “A troca de tiros começou apesar dos nossos esforços para preveni-la”, disse o Subsecretário-Geral da ONU para Operações de Paz, Alain Le Roy, que também informou que a UNIFIL ajudou a mitigar a violência, que durou aproximadamente 30 minutos.

Le Roy afirmou que o incidente de ontem foi o “mais sério” desde 2006, quando foi aprovada a resolução 1701 que terminou com o conflito entre Israel e o grupo Hezbollah e estabeleceu o respeito à Linha Azul.

Tanto Líbano como Israel têm certas reservas a respeito da Linha Azul. “No entanto, ambos confirmaram ao Secretário-Geral das Nações Unidas que, apesar de suas reservas, aceitam que a Linha está sob responsabilidade da ONU e que respeitarão a área”, adicionou Le Roy. “A posição da ONU é que a Linha Azul deve ser respeitada totalmente por todas as partes”.