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Missão no Haiti reforça segurança para 2º turno das eleições

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Missão das Nações Unidas no Haiti, MINUSTAH, informou que irá reforçar seu contingente policial durante o segundo turno das eleições presidenciais no país.

O contingente de 3,5 mil homens deverá receber novos integrantes antes da votação, marcada para o próximo dia 20.

Grandes Riscos

O chefe da polícia da ONU, Marc Tardif, disse que não existe possibilidade de grandes riscos durante a votação, e que a medida é apenas preventiva.

Ele afirmou que os policiais da ONU têm uma relação de trabalho boa com a polícia nacional haitiana. O comandante lembrou que durante o primeiro turno, a parceria funcionou bem, e que a votação transcorreu sem problemas.

Após a troca do segundo colocado na corrida, irão disputar as eleições a ex-senadora e ex-primeira dama, Mirlande Manigat e o cantor Michel Martelly.

Protestos

O chefe da polícia da ONU no Haiti afirmou que o reforço da segurança ocorrerá nos locais onde houve problemas na primeira rodada da votação.

Logo após o anúncio do resultado preliminar, em dezembro, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o candidato do governo Jude Celestin, que havia chegado ao segundo turno. Ele obteve menos de 1% acima do terceiro colocado, Michel Martelly.

Uma revisão da apuração dos votos chegou à conclusão que Martelly tinha sido mais votado , levando o artista para o segundo turno.

Clique aqui para ouvir a matéria da Rádio ONU.

ONU junta-se à Polícia Nacional do Haiti na cruzada contra o crime

A Missão de Estabilização da ONU no Haiti (MINUSTAH) está realizando uma campanha de duas frentes para combater a criminalidade e a violência, rastreando a atividade de gangues e proporcionando formação profissional para jovens nas duas maiores cidades do país.Em Porto Príncipe, a capital, soldados e policiais da MINUSTAH uniram-se à Polícia Nacional no mês passado para o lançamento de uma operação que levou a mais de 300 suspeitos nas últimas duas semanas de janeiro.

“Temos tentado capturar os fugitivos da prisão, membros de gangues violentas e criminosos procurados por assassinato e estupro,” disse o vice-comandante, Major General Carlos Mezzano, salientando o mandato da MINUSTAH para criar um ambiente seguro e estável. “E conseguimos apreender muitos criminosos, armas e drogas,” acrescentou sobre recentes operações, que têm envolvido mais de mil soldados e policiais da ONU e policiais haitianos. “É importante que nós, o componente militar e policial das Nações Unidas, continuemos a trabalhar com a polícia haitiana para manter a ordem e segurança,” afirmou.

Enquanto isso, nos bairros mais pobres de Cabo Haitiano, cerca de 120 jovens entre 18 e 25 anos estão participando de um programa de treinamento em construção civil, engenharia elétrica, encanamento e mecânica da MINUSTAH, com duração de seis meses e orçado em 200 mil dólares. “Todos os dias muitos meninos e meninas desses bairros me pedem apenas uma coisa: querem aprender uma profissão para que possam ser úteis às suas comunidades,” disse o coordenador da MINUSTAH na região, Emmanuel Sannoh. “Esses jovens, confrontados com uma situação difícil na vida, sem formação profissional, estão vulneráveis e expostos à exploração.”

Haiti, um ano depois do terremoto: conquistas e desafios

Um ano após o terremoto que destruiu grande parte do Haiti, em 12 de janeiro de 2010, deixando 220 mil mortos e 1,5 milhão desabrigados, as agências humanitárias das Nações Unidas fizeram uma retrospectiva das conquistas alcançadas, das dificuldades encontradas e dos enormes desafios que ainda devem ser enfrentados.

Na capital, Porto Príncipe, o Coordenador Humanitário das ONU no Haiti, Nigel Fisher, observou que os resultados da recuperação ainda não são sentidos pelos haitianos. O Enviado da ONU para o Haiti, Edmons Mulet, destacou a necessidade do envolvimento da comunidade internacional para ajudar a prover maior apoio para reforçar o Estado de Direito e o progresso social e econômico no país, que está imerso em uma crise política desde o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, em novembro.

De acordo com a Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Josette Sheeran, a agência distribuiu alimentos para quatro milhões de haitianos e continua a dar assistência alimentar para cerca de dois milhões, através de merendas escolares, trabalhos remunerados e apoio nutricional para mulheres grávidas e em amamentação, e reafirmou que o PMA continuará a ajudar os que ainda estão vulneráveis. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirmou que o apoio à agricultura é essencial para o desenvolvimento do país e a preparação para futuras emergências e destacou também a necessidade de reduzir os riscos ligados aos desastres naturais, como enchentes e furacões.

Através de um artigo,o Diretor Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, disse que milhares de crianças retornaram para suas famílias e cerca de 100 mil jovens foram beneficiados por uma rede de atendimento psicológico.Ele ressaltou, no entanto, que atrasos na ajuda dificultaram os esforços para a recuperação, que também foi afetada pela eclosão da epidemia de cólera, em outubro.
Segundo Lake, é preciso melhorar a coordenação entre o governo, a comunidade internacional e as organizações não-governamentais para dar mais apoio às comunidades e direcioná-las para a própria recuperação.

ONU lembra morte de funcionários

Além dos quase 220 mil haitianos o terremoto matou também 43 membros do contingente policial e militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), além de 59 civis. O Presidente do Sindicato dos Funcionários da ONU, Stephen Kisambira, considerou o fato “a maior perda de indivíduos da história das Nações Unidas”. “Um ano depois, o Sindicato dos Funcionários envia seus pêsames às famílias e amigos dos falecidos e se solidariza com os sobreviventes do terremoto, cujas vidas mudaram para sempre.”

Dois eventos irão homenagear os haitianos e funcionários da ONU mortos no terremoto. Em Porto Príncipe será realizada uma cerimônia organizada MINUSTAH. Na sede da ONU, em Nova York, a homenagem será realizada na entrada da Assembleia Geral, e contará com a presença do Secretário-Geral, Ban Ki-moon. Um momento de 47 segundos de silêncio lembrará a duração do terremoto.

Para saber mais sobre as homenagens às vítimas clique aqui.

Conselho de Segurança pede o fim da violência após eleições no Haiti

O Conselho de Segurança da ONU pediu as partes no Haiti que cessem os atos de violência, que vêm ocorrendo após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas, ocorridas no dia 28 de novembro.

Por meio de um comunicado divulgado na sexta-feira (10/12), seguindo as instruções do Subsecretário-Geral do Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO), Alain Le Roy, os 15 Estados-Membros mostraram preocupação com as alegações de fraude e reafirmaram o compromisso de apoiar eleições livres e justas, fazendo um apelo para que as forças políticas atuem no processo eleitoral de forma a “assegurar que a vontade da população seja refletida no resultado das eleições”.

O comunicado foi lido pela Embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice, que preside o Conselho de Segurança. “Os membros pedem as autoridades haitianas que assegurem um ambiente calmo e pacífico e faz um apelo à Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) para que continue oferecendo apoio.” A MINUSTAH atua no país desde 2004 e atualmente conta com uma equipe formada por 12 mil militares e policiais, entre eles cerca de 2.200 brasileiros.

Reportagens divulgadas pela mídia revelaram que centenas de protestantes foram às ruas da capital Porto Príncipe após o anúncio de que a ex-primeira dama, Mirlande Manigat, e o candidato do partido do atual governo, Jude Celestin, irão disputar o segundo turno das eleições, em janeiro. Os manifestantes incendiaram a sede da coalização do governo, em reação às acusações de manipulação dos resultados. Os apoiadores do músico Michel Martelly, cuja diferença para o terceiro resultado foi de apenas 1%, ficando fora do segundo turno, também protestaram, armando barricadas de pedras, madeira e pneus em chamas. O conselho eleitoral do Haiti anunciou que haverá uma recontagem dos votos.

A crise eleitoral fecha um ano de desastres para o país mais pobre do Hemisfério Ocidental, que foi devastado por um terremoto em janeiro e sofre com a epidemia do cólera que eclodiu em outubro.

Desde as eleições do dia 28 de novembro, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, vem pedindo calma e alertanto que o agravamento da segurança prejudica os esforços para atender às milhares de pessoas que precisam urgentemente de ajuda humanitária para sobreviver.

Haiti: Protestos pós-eleitorais levam MINUSTAH a reforçar segurança

Haiti: Protestos pós-eleitorais levam MINUSTAH a reforçar segurança. Foto: MINUSTAH.Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, MINUSTAH, informou que reforçou a segurança após uma onda de protestos contra os resultados das eleições gerais do país.

Com a divulgação, na noite desta terça-feira (07/12), foram para o segundo turno a ex-primeira-dama, Mirlande Manigat, da Assembleia dos Democratas Nacionais Progressivos, e o candidato do governo, Jude Celestin, da Coalizão Unite.

Quartel-General

Segundo agências de notícias, nesta quarta-feira (08/12) manifestantes teriam ateado fogo ao quartel-general do partido de Celestin. O coronel Carlos Aversa, um porta-voz da MINUSTAH, falou à Rádio ONU, de Porto Príncipe, sobre as manifestações que começaram logo após o resultado.

“Algumas barricadas, fogo na rua; nós tivemos notícia de tiros a noite inteira. Mas, por enquanto, ainda que os protestos sejam bastante numerosos, não são o que a gente pode chamar de violentos. São pequenos grupos manifestando apoio a esse ou àquele candidato, pneus queimando, algumas barricadas e algumas pedradas. Não temos reporte de mortos nem informações de grandes tiroteios, a não ser alguns tiros para o alto”, disse.

Terremoto

De acordo com a mídia local, os manifestantes estão acusando o partido do governo de favorecer Jude Celestin. Após a apuração, ele recebeu 22,48% dos votos contra 31,37% dados a Mirlande Manigat. Eleita senadora em 1988, Manigat, 70 anos, também foi primeira-dama no mesmo ano, quando o marido dela, Leslie Manigat ocupou a presidência haitiana.

O engenheiro mecânico, Jude Celestin, 48 anos, foi escolhido pelo presidente René Préval para concorrer ao cargo. Ele também ocupou uma posição de destaque após o terremoto do Haiti com os trabalhos de resgate e reconstrução. O segundo turno das eleições presidenciais está marcado para 16 de janeiro.

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