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Destruição da camada de ozônio no Ártico é recorde

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) relatou hoje (05/04) que a perda da camada de ozônio no Ártico alcançou um nível sem precedentes nesta primavera, chegando a 40%, devido à presença contínua de substâncias que destroem o ozônio e às temperaturas extremamente frias. A perda foi maior do que em todo o inverno no hemisfério norte.

A agência observou que a perda ocorreu apesar do sucesso do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, que estabelece cortes na produção e no consumo de produtos químicos que deterioram o ozônio. Substâncias como o gás CFC, presente em geladeiras, tubos de spray e extintores de incêndio, vem sendo suprimidas pelo protocolo.

“A lenta recuperação da camada de ozônio se deve ao fato de que as substâncias que o destroem permanecem na atmosfera por várias décadas”, afirmou o Secretário-Geral da OMM, Michel Jarraud. Ele disse, no entanto, que sem o Protocolo de Montreal, a destruição de ozônio este ano seria ainda mais grave.

Ainda de acordo com a OMM, apesar do nível de destruição de ozônio no Ártico em 2011 ter sido inédito, ele já era esperado. Cientistas fizeram a previsão de que uma perda significante de ozônio poderia ocorrer caso houvesse um inverno rigoroso e estável na região.

ONU se mobiliza e leva assistência ao Japão

Agências das Nações Unidas estão acelerando o ritmo da assistência ao Japão, para ajudar o país a lidar com o desastre causado pelo devastador terremoto da semana passada.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) já enviou equipamentos de emergência a áreas afetadas pelo tsunami, observando que reestabelecimento das comunicações é uma “ferramenta fundamental” para assegurar o suporte adequado às vítimas e os esforços de resgate e reabilitação após um desastre no qual mais de cinco mil pessoas morreram, cerca de nove mil estão desaparecidas e vastas áreas da costa e infraestrutura foram esmagados por enormes ondas.

Na área tecnológica, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estuda o que mais pode oferecer aos afetados pelo desastre nuclear da usina de Fukushima Daiichi. Enquanto isso, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que ativou seu mecanismo de resposta de emergência ambiental, acompanha a direção dos ventos e o caminho potencial de qualquer nuvem radioativa da usina.

Quanto ao alívio imediato para os milhares de sobreviventes que já passaram seis noites no frio, muitos sem aquecimento, água ou saneamento, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) está enviando especialistas em logística e distribuição de recursos para facilitar a circulação rápida dos suprimentos necessários.

Um contingente constituído por uma equipe da Divisão das Nações Unidas para Coordenação e Avaliação de Desastres (UNDAC) e outra da Equipe de Resposta e Assistência a Desastres dos Estados Unidos partiu hoje de Tóquio, em helicópteros militares dos EUA, para uma avaliação local das áreas atingidas. Após avaliação na cidade de Oarai, a equipe tentou voar para Sendai, a maior cidade da área atingida pelo tsunami, mas o mau tempo nas montanhas impediu que os helicópteros prosseguissem, obrigando a equipe a voltar para Tóquio.

2010: o ano mais quente jamais registrado

O ano de 2010 foi classificado como o mais quente já registrado - em conjunto com 2005 e 1998 - de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).O ano de 2010 foi classificado como o mais quente já registrado – em conjunto com 2005 e 1998 – de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O organismo internacional também afirmou que no ano passado também se registraram um grande número de eventos meteorológicos extremos, incluindo a onda de calor na Rússia e as devastadoras inundações no Paquistão.

Em 2010, a temperatura média global foi de 0,53 graus Celsius acima da média para o período 1961-1990, o período de referência para a OMM.

Além disso, a capa de gelo do Ártico em dezembro de 2010 foi a menor já registrada, com uma extensão média mensal de 12 milhões de quilômetros quadrados, 1,35 milhão de quilômetros quadrados abaixo da média de 1979-2000 para o mês de dezembro.

“Os dados de 2010 confirmam tendência do significativo aquecimento da Terra em longo prazo”, disse o Secretário-Geral da OMM, Michel Jarraud. “Os 10 anos mais quentes já registrados ocorreram desde 1998”.

A OMM afirmou que 2010 foi um ano “excepcionalmente quente” em grande parte da África e sul e oeste da Ásia e na Groenlândia e no Canadá Ártico, com muitas partes dessas regiões tendo o ano mais quente já registrado. O mês de dezembro foi excepcionalmente quente no leste do Canadá e Groenlândia.

Ao mesmo tempo, foi “anormalmente frio” em grande parte do norte e oeste da Europa, com temperaturas médias mensais em até 10 graus Celsius abaixo do normal em alguns locais na Noruega e na Suécia. Muitos lugares na Escandinávia tiveram o dezembro mais frio em seus registros. O mês de dezembro no centro de Inglaterra foi o mais frio desde 1890, e foi mais frio do que a média em grande parte da Rússia e no leste dos Estados Unidos.

Eventos meteorológicos extremos

O ano passado também foi marcado por um grande número de eventos meteorológicos extremos, afirma a OMM, incluindo a onda de calor na Rússia e as inundações das monções que afetaram 20 milhões de pessoas no Paquistão.

A agência também destacou uma série de eventos climáticos importantes no final de 2010 e início de 2011, incluindo as enchentes de janeiro, que afetaram mais de 800 mil pessoas no Sri Lanka, as inundações que resultaram em mais de 700 mortos perto da cidade brasileira do Rio de Janeiro e as graves inundações no leste da Austrália, que deverão ser o pior desastre natural na história desse país.

As informações apresentadas pela OMM são compiladas com a participação de membros da agência em 189 Estados, e têm como base dados climáticos gerados por estações terrestres, navios e também via satélite.

Cheias no Rio: OMM sugere maior coordenação com defesa civil

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um dos vice-presidentes da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Divino Moura, afirmou que a coordenação sobre os alertas do tempo, em parceria com a Defesa Civil, precisa ser revista. A afirmação foi feita, nesta segunda-feira (17/1), numa entrevista à Rádio ONU sobre as cheias que destruíram parte da Região Serrana do Rio, além das enchentes na Austrália e no Sri Lanka.

“Eu acho que o sistema tem que ser mais bem articulado. Nós temos por norma que adotar o que a OMM aconselha. Uma chuva intensa tem um certo significado, uma rajada de vento etc. E talvez, essa informação do ponto de vista da Defesa Civil precisa ser melhor traduzida. Eu acredito que estamos num momento muito apropriado de rever essas nomenclaturas e conceitos e trabalhar mais junto com a Defesa Civi”, disse.

Segundo a mídia local, as cheias mataram mais de 640 pessoas. Mas muitas vítimas ainda estão desaparecidas.

Prevenção

O vice-presidente da OMM contou à Rádio ONU que as enchentes já são um dos maiores desastres naturais da história do Brasil. Segundo ele, para evitar outras tragédias, será preciso investir pesado em prevenção. E citou o caso de Porto Alegre, que sofreu com cheias nos anos 40. “Foi uma enchente muito grande. E desde então, isso já tem 70 anos, não se ouve muito falar em enchentes em Porto Alegre. O que houve da própria prefeitura local foi uma série de construções. E tem um muro alto lá que veda, por exemplo, o transbordamento do Rio Iguaçu. Há uma necessidade de se fazer obras, prevenção e se evitar uma ocupação irracional dessas áreas”, afirmou.

Nesta segunda-feira (17/1), a OMM informou que está analisando se o mesmo fenômeno La Ninã, que causou as chuvas na Austrália, teria sido o motivo das cheias no Sri Lanka e na região serrana do Rio de Janeiro.

Ouça a matéria da Rádio ONU clicando aqui.

Concentração de gases de efeito estufa atinge nível recorde e deve aumentar no futuro

Segundo a Organização Mundial Metereológica (OMM), os principais gases de efeito estufa atingiram seu maior nível de concentração desde a época pré-industrial. O Boletim de Gases de Efeito Estufa de 2009, realizado pela OMM, alerta que a concentração de dióxido carbono, metano e óxido nitroso aumentou na atmosfera.

“A concentração de gases de efeito estufa alcançou níveis recordes, apesar da estagnação da economia, porém esses níveis estariam mais altos ainda sem a ação internacional que foi tomada para reduzi-los”, disse o Secretário-Geral da OMM, Michel Jarraud.

De acordo com o Boletim, a prevalência dos maiores causadores do aquecimento global aumentou em 27,5% de 1990 a 2009, e em 1% de 2008 a 2009. Desde 1750, a presença de dióxido de carbono aumentou em 38% por causa de emissões da combustão de combustíveis fósseis, desflorestamento e mudanças no uso da terra. A prevalência de metano aumentou 158% em relação ao mesmo período. Cerca de 60% das emissões de metano são causadas por atividade humana.

O relatório demonstra preocupação de que o aquecimento global possa levar a maiores emissões naturais de metano das regiões árticas. “A potencial liberação de metano de regiões úmidas do norte sob futuro mudança de clima traz grande preocupação e deve ser foco de pesquisas e observações intensivas”, afirmou Jarraud.

A OMM é o organismo do Sistema da ONU que monitora o clima e a água. Ela coordena as observações da ONU sobre a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Desde 2004, a OMM elabora os Boletins de Gases de Efeito Estufa, que informa e analisa as últimas mudanças na situação de liberação de gases causadores do efeito estufa.