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ONU e parceiros se mobilizam para responder epidemia de cólera no Haiti

ONU e parceiros se mobilizam para responder a epidemia de cólera no Haiti. Foto ONUA comunidade internacional mobilizou seus recursos para ajudar o Governo haitiano a responder a um surto de cólera na região ocidental do país, colaborando com suprimentos médicos e equipes de profissionais de saúde enviados rapidamente para a área afetada, disse a Vice-Coordenadora de Emergências, Catherine Bragg.

“O ponto aqui é que as mortes por cólera são previsíveis, e estamos fazendo tudo que podemos para ajudar às autoridades haitianas para evitar novas mortes”, disse Bragg em Nova York, depois de voltar de uma visita ao Haiti.

Os números fornecidos pelo Governo indicam que mais de 1.500 casos de cólera foram confirmados, ocasionando a morte 138 pessoas. As agências humanitárias já têm 300 mil doses de antibióticos no país, prontos para distribuição, disse Bragg, sublinhando que a propagação da cólera também pode ser controlada através da melhoria da disponibilidade de água limpa, usando sabonete para lavar as mãos antes das refeições e melhorando o saneamento.

A epidemia de cólera foi reportada em torno de Saint-Marc, no departamento de Artibonite, longe dos campos que acolhem centenas de milhares de pessoas que perderam suas casas após o devastador terremoto de 12 de janeiro deste ano.

“Infelizmente, estamos respondendo a um surto de cólera, mas é preciso notar que os cuidados de saúde, saneamento e água potável fornecidos desde o terremoto, têm salvado muitas vidas, e que tudo o que planejamos para fornecer ajuda alimentar foi atingido”, disse Bragg. No entanto, ela destacou que muito mais precisa ser feito para melhorar as “terríveis” condições de alguns dos acampamentos.

Haiti é a primeira parada da nova embaixadora do Programa Mundial de Alimentos, Christina Aguilera

Embaixadora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU se encontra com crianças que recebem refeições do Programa em Leogane, Haiti. Foto: WFP/Rein Skullerud.A nova Embaixadora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) contra a fome, a cantora Christina Aguilera, visitou na terça-feira (11) duas escolas no Haiti, país assolado por um terremoto em janeiro, para conhecer as crianças que recebem ajuda alimentar através do Programa. Cantando “Parabéns pra você” para uma classe em Leogane, cidade localizada a 29km ao sul da capital e fortemente afetada, ela também manifestou suas esperanças em relação ao renascimento do Haiti.

Aguilera ajudou a servir refeições de arroz e feijão na escola Lysee Fritz Pierre Louis, em Porto do Príncipe, e na escola Saint Terese de Darbonne, em Leogane. A norteamericana se encontrou com a Diretora Executiva do PMA, Josette Sheeran, para discutir a resposta ao problema da fome no Haiti pós-terremoto. A operação do PMA na nação caribenha está passando por uma mudança do sistema inicial de ajuda emergencial para a execução de programas de refeições escolares, nutrição e “comida-para-trabalho”, com o objetivo de ajudar nos esforços para a reconstrução do país.

Acesse as fotos da visita clicando aqui.

Sul do Sudão: o caminho rumo a uma “paz indivisível” no país

Enquanto o mundo presta muita atenção à tragédia de Darfur, a região ocidental do Sudão, outro aspecto crucial da situação no país – onde a aplicação do importante acordo de paz que pôs fim ao conflito prolongado entre o norte e o sul está sendo lentamente realizada – não atrai, em geral, a atenção que merece.

A História
Em 2005, o Acordo de Paz Global assinado pelo Governo de Cartum e o Movimento/Exército de Libertação do Povo do Sudão (SFLN/A), que travava, desde 1983, uma guerra civil contra a autoridade central, pôs fim a uma das guerras mais longas e letais do mundo. Visando a unificação entre o sul e o norte através da partilha do poder político, econômico e militar, o Acordo de Paz Global prometia a prosperidade, a autodeterminação política, uma distribuição eqüitativa dos recursos e fixava um calendário para a realização de um referendo sobre a independência do sul do Sudão.

Contudo, três anos após a assinatura do Acordo de Paz Global, os dividendos da paz não se concretizaram. A aplicação prossegue, mas a um ritmo lento, num clima de constante desconfiança entre as duas partes; em relação a alguns elementos-chave, incluindo a demarcação das fronteiras, a distribuição das receitas do petróleo e a retirada das tropas, não tem havido avanços.

Durante este período, a população do Sul do Sudão continuou a lutar diariamente para melhorar sua condição de vida. A região tem a taxa de mortalidade materna mais elevada do mundo. A ONU pavimentou cerca de 2000 quilômetros de estradas, mas os pontos de entrada em Uganda e no Quênia, de uma importância crucial para o comércio, são, em geral, intransitáveis na estação das chuvas. Os meios do Governo continuam a ser limitados, as infra-estruturas estão em mau estado e não se dispõe das receitas do petróleo necessárias para financiar a função pública e importantes projetos de obras públicas. Na área humanitária, continua a recuperação, mas subsistem numerosos desafios.

É imperioso que a comunidade internacional preste auxílio de emergência e conceda fundos destinados à reconstrução. Embora se registrem esforços de recuperação em longo prazo, como investimentos na reconstrução da infra-estrutura e em projeto de desenvolvimento, é também necessário obter resultados em curto prazo, para que a paz seja visível.

É incontestável que a paz no Sudão é indivisível. Um fracasso do Acordo de Paz Global comprometeria seriamente as perspectivas de uma solução pacífica para Darfur. Por outro lado, se a aplicação do Acordo tivesse êxito, as possibilidades de resolver a crise em Darfur aumentariam. A plena aplicação do Acordo de Paz Global é um elemento essencial do estabelecimento de uma paz duradoura e da estabilidade no Sudão e na região, no seu conjunto. Exige, por isso, que lhe seja concedida uma atenção especial.

O Contexto

  • O Acordo de Paz Global, assinado, em janeiro de 2005, pelo Governo do Sudão e o Movimento de Libertação do Povo do Sudão, instituiu um novo governo de unidade nacional e um governo provisório do sul do Sudão. Prevê, também, a partilha da riqueza e do poder e a aplicação de dispositivos de segurança entre as duas partes.
  • Até a data, foram aplicadas as seguintes disposições do Acordo de Paz Global: constituição dos órgãos legislativos nacionais, nomeação dos membros do Executivo, estabelecimento do Governo do Sul do Sudão, assinatura da Constituição do Sul do Sudão, nomeação dos governadores dos Estados e aprovação das constituições dos Estados. Foram também formadas numerosas comissões previstas pelo Acordo de Paz Global. Estão em curso os preparativos para um recenseamento nacional e para as eleições de 2009.
  • Em março de 2005, o Conselho de Segurança criou a Missão das Nações Unidas no Sudão (UNMIS), encarregada de ajudar as partes a aplicarem o Acordo de Paz Global. A UNMIS, que é atualmente uma das maiores operações de manutenção da paz, é uma missão multidimensional, com uma componente militar de cerca de 10 mil efetivos, aproximadamente 700 policiais e um componente civil que se ocupa de bons ofícios, apoio político, ajuda humanitária e desenvolvimento.
  • A assistência humanitária será necessária, durante muitos anos, no sul do Sudão. O apelo a fundos lançado em 2008 para a região pediu 1100 milhões de dólares para projetos humanitários, de recuperação e de desenvolvimento, destinados a fornecer auxílio de emergência e a financiar soluções duradouras nos dez Estados. Estas atividades compreendem a ajuda alimentar, os cuidados de saúde de emergência, o fornecimento de água potável e a desminagem.
  • A situação humanitária no sul do Sudão caracteriza-se por cheias sazonais que afetam todos os anos cerca de 200 mil pessoas. As tensões entre grupos étnicos, devido ao gado e ao acesso às terras, continuam a provocar o deslocamento de populações nas zonas rurais e são agravadas por disputas fronteiriças. Desde 2005, as atividades de desminagem abrangeram mais de mil quilômetros de estradas utilizadas para o socorro de emergência e 393 zonas perigosas ou campos minados são, agora, zonas seguras.
  • As epidemias continuam a atingir duramente a população do sul do Sudão. Em 2007, certas zonas da região conheceram o pior surto de meningite de que se tem memória: mais de 11 mil casos e 417 mortes.
  • Os meios de que o Governo regional dispõe para enfrentar as situações de emergência continuam sendo limitados. A ONU e os seus parceiros continuam a apoiar o desenvolvimento de uma capacidade de resposta de emergência no seio do Governo.

Para mais informações:

Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA)
Orla Clinton, OCHA-Cartum
Telefone: + 249 9 1217 44 54
Envie um e-mail

Missão das Nações Unidas no Sudão (UNMIS)
Brian Kelly
Tel: + 249 9 1225 0847
Envie um e-mail

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