Brasil foi um dos 19 países envolvidos na fase presencial de consultas para documento final, que busca concretizar metas de desenvolvimento da Rio+20 para o setor privado.

O Pacto Global da ONU apresentou em Roma, na última terça-feira (13), os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA). Como primeiro conjunto de valores empresariais globais e voluntários para o setor, os Princípios buscam contribuir com o objetivo de desenvolvimento sustentável previsto no documento final da Rio+20 (“O Futuro que Queremos”). Outra meta será capacitar as empresas a fazer uma contribuição positiva para a Agenda de Desenvolvimento pós-2015.

Os PEAA foram desenvolvidos pelo Pacto Global da ONU ao longo de dois anos, através de um processo amplo e inclusivo com diversos atores. Mais de 20 consultas online e presenciais foram realizadas no mundo, envolvendo mais de 1.000 empresas, agências da ONU e organizações da sociedade civil comprometidas com os temas da agricultura, nutrição e sistemas alimentares.

O Brasil fez parte da fase presencial de consultas, ao lado de outros 18 países. Em encontro promovido pela Rede Brasileira do Pacto Global no dia 11 de março, em São Paulo, 57 representantes do setor contribuíram com sugestões para o tema.

“Muitas propostas do país estão presentes no documento final, como o pedido por maior cooperação internacional para a transferência de conhecimentos e tecnologia. No conjunto, os princípios reforçam o compromisso do setor privado firmado durante a Rio+20. Queremos atuar de forma concreta para melhorar a qualidade de vida das pessoas e dar passos largos na busca por uma economia mais verde e inclusiva”, destaca Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem e presidente da Rede Brasileira do Pacto Global.

Conheça os seis Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura

1. Promover segurança alimentar, saúde e nutrição;
2. Ser ambientalmente responsável;
3. Garantir a viabilidade econômica e compartilhar valores;
4. Respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem;
5. Incentivar a boa governança e responsabilidade;
6. Aprimorar o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia.

Responsabilidades para o setor privado

Com a estimativa de crescimento da população mundial para 9 bilhões em 2050 e a intensa demanda global por alimentos, o setor privado será um parceiro fundamental de governos e outras partes interessadas para projetar e fornecer soluções eficazes e em grande escala para sistemas de segurança alimentar e agricultura sustentável. Os PEAA oferecem uma estrutura completa para que empresas colaborem com governos, sociedade civil e as Nações Unidas no enfrentamento deste desafio.

Os seis princípios são projetados para complementar diversas iniciativas voltadas para o setor e servir como um “guarda-chuva” para normas voluntárias e plataformas de conformidade técnica. Eles apontam entendimentos comuns sobre o que constitui a sustentabilidade na alimentação e agricultura.

“Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura estabelecem um conjunto de valores para as empresas do setor que querem agir de forma responsável, aproximando suas práticas aos resultados esperados pelos formuladores de políticas públicas”, disse Puvan Selvanathan, chefe de Alimentos e Agricultura do Pacto Global da ONU em Nova York.

Acesse os documentos (em inglês):
• Princípios Empresariais para Agricultura e Alimentação
• Perguntas mais frequentes

Sobre o Pacto Global

Lançado em 2000, o Pacto Global das Nações Unidas é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa voluntária do mundo. Reúne cerca de 8 mil signatários corporativos em 145 países com o objetivo de alinhar as operações de negócios aos dez princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. O Brasil é a 4ª maior rede local, com 600 signatários — entre empresas e outras organizações.