Secretário-Geral da ONU se diz ‘profundamente perturbado’ com onda de violência no Oriente Médio

Secretário-Geral Ban Ki-moon. UN Photo / Mark GartenO Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou estar “profundamente perturbado” com a recente violência na Líbia e em outros países do Oriente Médio e pediu calma e moderação para pôr fim às hostilidades.

De acordo com um comunicado emitido na noite de ontem (13), Ban “condena o filme odioso que parece ter sido deliberadamente concebido para semear a intolerância e derramamento de sangue” e sublinhou que, neste momento de tensões há uma necessidade de “diálogo, respeito mútuo e compreensão.”

Hoje (14), a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, se somou ao Secretário-Geral e pediu aos líderes religiosos e políticos que façam o possível para restaurar a calma após a divulgação do filme anti-islâmico que provocou protestos em países em todo o mundo. “O filme é malicioso e deliberadamente provocador e retrata uma imagem vergonhosamente distorcida dos muçulmanos. Compreendo perfeitamente porque as pessoas querem protestar veementemente contra isso, e é o seu direito de fazê-lo de forma pacífica”, disse Pillay em um comunicado à imprensa.

A onda de violência nos países árabes começou na terça-feira (11), no Egito, onde a bandeira dos Estados Unidos foi rasgada, e na Líbia, onde o embaixador norte-americano e outros três diplomatas foram mortos durante a invasão da embaixada. Os protestos são contra um filme também de origem norte-americana que satiriza a vida do profeta Maomé. Dois dias depois, no Iêmen, manifestantes também atacaram a embaixada do Estados Unidos, mas não conseguiram entrar no edifício principal. O incidente levou a uma morte e feriu outras 15.

Também na quinta-feira (13), a Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) emitiu um comunicado em que lamenta o filme, descrevendo-o como “insultante e inflamatório”, e ressaltando que a difamação da religião em todas as suas formas é inaceitável. A Missão apelou a todos os afegãos para que exerçam a moderação e rejeitem chamadas à violência.