UNESCO condena recente onda de assassinatos de jornalistas

A UNESCO, organismo da ONU encarregado de defender a liberdade de imprensa, condenou o assassinato de quatro jornalistas que teve lugar na semana passada e solicitou às autoridades nacionais que façam tudo o que estiver a seu alcance para levar os criminosos à justiça. O jornalista afegão Sayed Hamid Noori, o jornalista angolano Alberto Graves Chakussanga e os jornalistas iraquianos Safaa al-Khayat e Riad al-Saray foram mortos entre 5 e 8 de setembro.

“O trabalho dos profissionais da mídia é vital para o direito fundamental da liberdade de expressão”, declarou a Diretora-Geral da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova. “A defesa deste direito é ainda mais importante em países como Afeganistão e Iraque, onde o conflito tem feito tantos danos ao tecido social da nação”.

O jornalista Noori, um ex-âncora muito conhecido da Radio Television Afghanistan (RTA), foi morto a facadas em 5 de setembro em Cabul. Ele tinha se tornado um porta-voz do Presidente do Parlamento afegão depois de deixar a RTA, mas continuou a ser um jornalista político comprometido, segundo a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O jornalista angolano Alberto Graves Chakussanga, por sua vez, foi morto a tiros em 5 de setembro em sua casa no distrito de Viana em Luanda (Angola). Ele apresentava um programa semanal, noticiário de língua Umbundu, um programa privado na Rádio Despertar.

O apresentador da televisão iraquiana al-Riad Saray foi morto a tiros em 7 de setembro em Bagdá (Iraque). Saray apresentou programas religiosos e políticos para a al-Iraqiya TV, a emissora estatal. A RSF disse que ele é o 15° jornalista da al-Iraqiya a ser morto desde o fim do regime de Saddam Hussein. E por último, o jornalista iraquiano Safaa al-Khayat foi assassinado por atiradores na cidade de Mosul, em 8 de setembro. Ele teria sido morto a tiros quando deixava sua casa para ir trabalhar na televisão al-Mosuliyah, uma estação privada da província, onde apresentava um programa religioso, intitulado “Nossas Mesquitas”.

Bokova condenou o assassinato de 36 jornalistas e trabalhadores da mídia, todos em 2010.