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Campanha de erradicação da varíola é exemplo para ação global no combate a doenças

Crianças no Tadjiquistão após a vacinação. Foto: UN.Desafios globais na área de saúde somente podem ser superados através do esforço coletivo. E um exemplo a ser seguido é a campanha internacional que resultou na erradicação da varíola há três décadas, declarou a diretora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, no começa da semana.

A eliminação global da transmissão do vírus da varíola foi uma realização sem precedentes na história da saúde pública, provando que a ação coletiva por uma causa em comum pode alcançar resultados contundentes no progresso da condição humana. Chan também apontou que esforços internacionais para o combate de doenças precisam focar na população mais pobre, ressaltando que a melhoria na área de saúde foi fundamental para estratégias de diminuição da pobreza. “Ainda há muito trabalho a ser feito em relação a saúde para que os Objetivos [de Desenvolvimento do Milênio] nesta área sejam alcançados, principalmente no que diz respeito a mortalidade infantil e maternal, porém esforços estão sendo feitos para acelerar o progresso”.

Os oito ODMs – como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são comumente chamados – formam um acordo entre países e seus parceiros no desenvolvimento para acabar com a miséria até 2015, assim como combater a fome, a mortalidade infantil e maternal, doenças, abrigos inadequados, a desigualdade entre gêneros e a degradação ambiental.

Os resultados do investimento em saúde já são visíveis. Desde o início do século, o índice de mortes de crianças até cinco anos de idade caiu para menos de nove milhões pela primeira vez em quase seis décadas. O número de pessoas vivendo em países em desenvolvimento recebendo tratamento de AIDS subiu de menos de 200 mil no fim de 2002 para quatro milhões em 2010. Há também a maior disponibilidade de vacinas para comunidades pobres, fato que preveniu a morte de aproximadamente duas a três milhões de pessoas por ano.

A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em colaboração com a Fundação Bill e Melinda Gates, países e parceiros, lançou o programa “Década das Vacinas” no início desse ano, com um orçamento de 10 bilhões de dólares para os próximos dez anos, com o objetivo de distribuir e desenvolver novas vacinas. Chan pediu maior investimento em sistemas básicos de saúde, infraestrutura, treinamento de equipe para sistemas de informação, capacidade regulatória e sistemas de proteção social para garantir que êxitos no combate de doenças sejam mantidos.

Pesqueiras sustentáveis podem aumentar a população de peixes no mundo e gerar renda para trabalhadores do setor

Reviravolta da maré na diminuição dos peixes. Foto: UN.Um relatório das Nações Unidas apontou que um investimento de 8 bilhões anuais na reconstrução e no greening – termo, em inglês, para tornar uma atividade ecologicamente correta – da pesca no mundo pode proporcionar um crescimento da captura de peixes e gerar um retorno econômico a longo prazo de 1,7 trilhão de dólares nas próximas 4 décadas.

O relatório “Economia Verde”, pré-lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), aponta que o investimento – que pode ajudar a reduzir ou até mesmo eliminar o subsídios atuais de 27 bilhões de dólares – é necessário para reduzir drasticamente o excesso de capacidade das frotas pesqueiras do mundo e, ao mesmo tempo, apoiar os trabalhadores em meios de subsistência alternativos. O financiamento também é vital para a realização de uma reformar gerencial do setor, através de políticas como o estabelecimento de áreas de proteção marinha que permitam a recuperação das reservas esgotadas.

O Diretor Executivo do PNUMA, Achim Steiner, afirmou que as pesqueiras ao redor do mundo estão sendo “exploradas” em índices insustentáveis e classificou tal realidade como uma falha de gestão em proporções monumentais. “As escolhas que os governos farão agora e nos próximos anos em relação à indústria da pesca impactarão mais de meio bilhão de pessoas”, destacou.

Em um desenvolvimento paralelo, um projeto apoiado pela ONU ajudará a fortalecer o setor pesqueiro de Serra Leoa, que foi destruído por uma guerra civil brutal de uma década. Atualmente, a pesca em pequena escala e para subsistência representa 85% do pescado do país, e a indústria tem um potencial de gerar empregos e garantir a segurança alimentar, de acordo com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O Diretor-Geral da UNIDO, Kandeh K. Yumkella, apontou que instituições de apoio à indústria limitaram a capacidade dos recursos humanos, especialmente nos níveis pequeno e médio de gerenciamento. Ainda, citou a falta de mão-de-obra qualificada local como a causa da dependência de trabalhadores estrangeiros.

Com um novo plano de investimentos financiado pela Rússia, a UNIDO criará o Instituto de Treinamento de Pesca (Fishery Training Institute), que tentará auxiliar o setor a se tornar mais comercial em Serra Leoa. O acordo para a criação do projeto foi assinado na última segunda-feira (17), em Moscou, com a Rússia se comprometendo a direcionar 1,5 milhão de dólares para melhorar a qualidade da água e reduzir o impacto negativo das atividades industriais na Bacia do Rio Volga, em Yaroslav, com parte de outra iniciativa da UNIDO.

Mais informações, em inglês, estão disponíveis clicando aqui.

Dia Internacional da Diversidade Biológica – 22 de maio de 2010

O Secretário-Geral, Ban ki-moonSecretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon

As espécies e os habitats do planeta, bem como os bens e serviços que proporcionam, constituem a base do nosso patrimônio, da nossa saúde e do nosso bem-estar. No entanto, apesar dos repetidos compromissos assumidos em nível mundial, no sentido de proteger esse legado, a variedade da vida na Terra continua a diminuir em um ritmo sem precedentes. A perda de diversidade biológica está fazendo com que os sistemas ecológicos se aproximem cada vez mais de um ponto do qual não poderão continuar a desempenhar as suas funções vitais.

As comunidades de todo o mundo sofrerão as consequências negativas desta perda, mas os mais pobres e os países mais vulneráveis sofrerão mais. Setenta por cento dos pobres do mundo vivem em zonas rurais e sua subsistência e rendimentos dependem diretamente da diversidade biológica. Esta foi uma das razões pelas quais a meta definida pelos líderes mundiais em 2002 – reduzir consideravelmente a perda de diversidade biológica até 2010 – foi integrada nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Chegamos ao prazo fixado, mas a degradação dos nossos recursos naturais avança a um ritmo rápido. A fim de redirecionar a atenção neste desafio, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade. Em Setembro, a Assembleia convocará uma reunião extraordinária de alto nível, à margem da Conferência sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, buscando dar um novo e tão necessário impulso à Conferênica sobre Biodiversidade que terá lugar em Nagoya, no próximo mês de Outubro, e cujo objetivo é formular uma nova visão da biodiversidade.

Essa nova visão deve promover a proteção e utilização sustentável da diversidade biológica e uma partilha equitativa dos benefícios extraídos da sua utilização. Deve também reconhecer as estreitas ligações existentes entre o nosso capital natural e os nossos objetivos de desenvolvimento, um aspecto focado no tema do Dia Internacional da Diversidade Biológica, em 2010: “Diversidade biológica para o desenvolvimento e a atenuação da pobreza”.

Neste Ano Internacional da Biodiversidade, devemos nos voltar sobre as causas profundas da perda de biodiversidade e tomar medidas para impedir que isso aconteça. É preciso adaptar as políticas e a mentalidade, para que sejam levados em consideração o verdadeiro valor das espécies e dos habitats. A biodiversidade é vida – a nossa vida. É hora de agir e protegê-la, antes que seja tarde demais.

Secretário-Geral chama atenção para combate a AIDS, malária e tuberculose

Fundo Global para Combater o HIV/Aids, Tuberculose e Malária“Ou nós ganhamos essa batalha, ou a perdemos”. Essa é a principal mensagem do Secretário-Geral Ban Ki-moon em um novo vídeo, ressaltando o progresso alcançado pelo apoio do Fundo Global no Combate à AIDS, Malária e Tuberculose. “Não é possível desistirmos da luta contra essas três doenças”, afirmou, encorajando a solidariedade internacional e o engajamento nessa luta. “Se nós afrouxarmos a pressão, essas doenças ressurgirão”.

Ele elogiou o Fundo Global por sua flexibilidade, ressaltando que este não faz recomendações globais, e sim específicas, de acordo com as realidades locais. Isso ajudou também, segundo o Secretário-Geral, a acelerar o progresso a fim de se atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), oito metas que visam erradicar a pobreza, com prazo até 2015.

Desde o seu estabelecimento em 2002, o Fundo Global aprovou propostas que totalizam a quantia de 20 bilhões, aproximadamente, e se tornou o maior contribuidor das metas relacionadas à saúde, de acordo com os ODM. O vídeo também mostra o predecessor de Ban, Kofi Annan, o músico Bono Vox, o fundador da Microsoft Bill Gates, o Diretor-Executivo do Fundo, Michel Kazatchkine, e a Primeira Dama da França Carla Bruni-Sarkozy, que também é Embaixadora do Fundo Global para a proteção de mães e crianças contra a AIDS.

Na próxima semana, o Fundo lançará a campanha “Born HIV Free” (em português, “Nascer livre do HIV”), que visa mobilizar apoio público para seu trabalho e para um mundo onde nenhuma criança nasça com o HIV até 2015. A organização considera 2010 um ano decisivo na luta contra a AIDS, malária e tuberculose, uma vez que neste ano o mundo fará tanto a revisão do progresso dos ODM, como os países renovarão seus compromissos financeiros com o Fundo.

Assista ao vídeo, em inglês.

Missão de Paz da ONU ajuda vítimas de deslizamento no leste da República Democrática do Congo

Foto de Kinshasa, na República Democrática do Congo, afetada pelo transbordamento de um rio.Missão de Paz da ONU forneceu socorro nesta quarta-feira (19) a veículos soterrados e depois de um rio transbordar e provocar um deslizamento de terra nas encostas de um vulcão importante no leste da República Democrática do Congo (RDC). Pelo menos 46 pessoas foram soterradas e 200 casas levadas pela força da água. “Nossa meta é cuidar da população vulnerável até que organizações humanitárias cheguem”, declarou o porta-voz da Missão de Paz das Nações Unidas na RDC (MONUC), Madnodje Mounoubai.

Mounoubai relatou que as forças da MONUC encontraram até agora 16 corpos, graças ao uso de veículos especiais para a atividade, nas encostas do vulcão Nyiragongo, que tem vista para Goma, capital da província de Kivu Norte. “A busca pelos desaparecidos continua. Enquanto isso, a MONUC está atendendo em caráter de urgência os desalojados, que estão abrigados próximos a seus vilarejos, e fornecendo alimento”.

Ele não quis estimar o número de pessoas desabrigadas pelo desastre, o que, segundo divulgou a imprensa local, chega a aproximadamente 5 mil. O deslizamento ocorreu aparentemente quando um rio transbordou após dias de chuva forte. A área afetada não está sob risco de segurança, por estar relativamente afastada da área principal de conflitos de forças rebeldes – que tem aterrorizado toda a região leste da RDC, matando milhares de pessoas e removendo outras centenas de milhares de suas casas.

A MONUC, criada há 11 anos, tem ajudado na restauração de medidas de estabilidade e do processo democrático do país, destruído por anos de guerras civis e revoluções que levaram ao maior número de mortos desde a Segunda Guerra Mundial – mais de 4 milhões em combates ou por conta da fome e de doenças. As batalhas ainda persistem no leste e em outras regiões do vasto país.