Em reunião sobre Líbia, Brasil diz que uso da força é inaceitável

Maria Nazareth Farani Azevêdo, Embaixadora do Brasil na ONU em GenebraMônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

O governo brasileiro condenou o uso da força contra manifestantes pacíficos na Líbia. A declaração foi feita numa sessão de emergência, nesta sexta-feira (25/2), do Conselho de Direitos Humanos.

Falando em inglês, a embaixadora do Brasil na ONU, em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, citou a presidente Dilma Rousseff afirmando que “o Brasil não irá tolerar nenhuma forma de violação dos direitos humanos em nenhum país, incluindo o próprio Brasil”.

Pillay

A sessão de emergência foi realizada pelo órgão para discutir a situação da violência na Líbia desde o início dos protestos contra o regime de Muammar Kadafi, que está no poder há mais de 40 anos.

De acordo com a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, há relatos de que milhares de pessoas podem ter morrido ou ficado feridas nas manifestações de rua.

Pillay afirmou que o governo líbio “está participando de assassinatos em massa, detenções arbitrárias e torturas contra os manifestantes.”

A alta comissária disse ainda que é preciso ficar claro que a situação chocante e brutal da Líbia, no momento, é o resultado direto do desrespeito pelos direitos à liberdade dos líbios. Ela pediu justiça para os abusos do presente e do passado cometidos no país e disse que o Conselho de Direitos Humanos tem que agir agora.

Medidas

Navi Pillay encerrou a intervenção dizendo que a comunidade internacional deve tomar as medidas necessárias para terminar com o que ela chamou de “um banho de sangue” na Líbia.

Nesta sexta-feira, a ONU informou que pelo menos 50 mil trabalhadores migrantes estão tentando fugir da violência.
Durante o discurso, a embaixadora do Brasil lembrou dos brasileiros que estão na mesma situação e pediu à Líbia que autorize a saída de todos os estrangeiros que queiram deixar o país.

(*) Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. Ouça aqui a reportagem da Rádio ONU.