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Conselho de Direitos Humanos pede investigação sobre violações na Síria

A Alta Comissária Adjunta Kyung-wha Kang se dirige ao Conselho de Direitos Humanos durante reunião sobre a Síria  nesta sexta 29O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou hoje (29/04) a favor de uma missão a ser enviada para a Síria para investigar alegadas violações do direito internacional e dos direitos humanos, como crimes cometidos contra civis neste país do Oriente Médio. Segundo relatos, centenas de pessoas foram mortas.

Condenando o uso de violência mortal contra manifestantes pacíficos e os “obstáculos de acesso ao tratamento médico”, o Conselho instou o governo sírio a proteger os civis e respeitar as liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão e de associação.

Ele também pediu a restauração do acesso à Internet e a outras redes de comunicação, o fim da censura à mídia e a permissão para que jornalistas estrangeiros atuem no país.

Em uma resolução apoiada por 26 dos 47 Estados-Membros do Conselho, o grupo baseado em Genebra solicitou que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos envie uma missão à Síria para investigar alegadas violações. Nove Estados-Membros votaram contra a resolução, outros sete se abstiveram e quatro estavam ausentes.

O Conselho convocou o governo Sírio a “cooperar plenamente e conceder acesso ao pessoal da missão enviada pelo Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos”, diz o texto. O documento lamentou profundamente a morte de centenas de pessoas em protestos políticos em curso e expressou profunda preocupação face à alegada e deliberada onda de assassinatos, detenções e incidentes de tortura de manifestantes pelas autoridades sírias.

O Conselho apelou ainda às autoridades que libertem imediatamente todos os prisioneiros de consciência e de pessoas detidas arbitrariamente, inclusive as realizadas antes dos recentes acontecimentos, pedindo um fim à intimidação, perseguição e prisões arbitrárias de advogados, defensores dos direitos humanos e jornalistas.

Especialista em direitos humanos pede que Governo argelino investigue assassinato de ativista político

O Relator Especial sobre o Direito à Liberdade de Opinião e de Expressão da ONU, Frank LaRue, pediu hoje (27/04) que o governo da Argélia investigue o assassinato de um ativista político com o qual havia se reunido em recente visita oficial à nação africana e leve os responsáveis à justiça. Ahmed Kerroumi supostamente desapareceu em 19 de abril e seu corpo foi encontrado em seu escritório, quatro dias depois. Era professor na Universidade de Oran e membro do partido de oposição Movimento Social Democrata e da seção de Oran da Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia.

“Sua morte é trágica e absolutamente inaceitável”, disse LaRue. “Segundo relatos que recebi, Kerroumi tinha vários ferimentos na cabeça, o que me leva a crer que sua vida tenha sido tirada arbitrariamente.” Kerroumi foi um dos representantes da sociedade civil com que La Rue se encontrou durante sua visita oficial à Argélia, entre os dias 10 e 17 de abril.

“Eu insisti em liberdade absoluta para me reunir com quem eu considerasse necessário e solicitei proteção integral do Estado a todos aqueles que se reuniram comigo durante minha visita e, especialmente, após a conclusão da missão”, declarou o Relator em nota à imprensa, acrescentando estar “profundamente chocado” com o incidente. Ele pediu ao governo que proceda a uma investigação aprofundada e independente sobre o assassinato para levar os responsáveis à justiça.

“Essas medidas, juntamente com uma condenação pública pelo governo, são indispensáveis para assegurar que este terrível acontecimento não terá um efeito negativo sobre a liberdade de expressão em todo o país”, observou o especialista.

Especialista da ONU salienta importância do direito à liberdade de expressão na Argélia

O Relator Especial sobre o Direito à Liberdade de Opinião e de Expressão da ONU, Frank LaRue, pediu hoje (19/4) à Argélia para garantir o direito à liberdade de opinião e de expressão como parte das reformas políticas em curso, observando que os jornalistas ainda enfrentam uma série de desafios na realização de seu trabalho no país. “Gostaria de reiterar a importância de assegurar plenamente o direito de todos os indivíduos à liberdade de opinião e de expressão e ao acesso à informação, que são essenciais numa sociedade realmente democrática,” disse La Rue, que acaba de concluir visita de uma semana ao país.

“Esta visita foi muito oportuna, dada a crescente demanda do povo por uma maior abertura e pela plena garantia do seu direito à liberdade de expressão, bem como a vontade expressa do Governo de embarcar em um novo processo de mudança política, incluindo reformas constitucionais,” declarou. A Argélia evoluiu muito desde os anos 1990, década durante a qual cem jornalistas foram mortos, disse o Relator, acrescentando que os jornalistas não precisam mais temer por suas vidas enquanto executam seu trabalho. “No entanto, eles enfrentam uma série de desafios e intimidação legal, que impedem o seu importante trabalho.”

La Rue pediu que o Governo descriminalizasse urgentemente a difamação, que segundo ele tem um efeito de autocensura sobre o direito à liberdade de expressão. “A difamação nunca deve ser usada para abafar críticas a instituições e políticas de Estado,” acrescentou, saudando o anúncio feito pelo Presidente de que descriminalizaria os delitos de imprensa.

Ele também acolheu a recente anulação do estado de emergência que estava em vigor desde 1992. Ao mesmo tempo, advertiu que o enquadramento jurídico existente ainda é restritivo quando se trata do direito à liberdade de reunião pacífica e do direito à liberdade de opinião e de expressão. Ele salientou que o setor de radiodifusão ainda está sob controle do Governo e disse ter recebido relatos de que a rede nacional de televisão e as estações de rádio não fornecem uma cobertura justa e equilibrada dos recentes protestos no país.

Embora saudando o aumento dos esforços para fornecer acesso à Internet através de bibliotecas e centros públicos, o Relator deixou claro que a rede social Facebook se tornou inacessível por um curto período durante os recentes acontecimentos nos países vizinhos.

Frank LaRue realiza relatórios independentes e não remunerados para a sede do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Brasil a favor de envio de relator de direitos humanos ao Irã

Resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU foi adotada com 22 votos a favor, 7 contra e 14 abstenções.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Direitos Humanos aprovou, nesta sexta-feira, uma resolução sobre a situação dos direitos humanos no Irã. O órgão, com sede em Genebra, decidiu enviar um relator especial ao país. O Conselho também pediu ao Irã que autorize as visitas e coopere com o processo.

A resolução foi aprovada por 22 países, incluindo o Brasil. Sete votaram contra e 14 se abstiveram.

Situação Atual

A embaixadora brasileira, Maria Nazareth Farani Azevêdo, disse à Rádio ONU, de Genebra, que a posição do país é coerente com a situação atual do Irã.

“O Brasil demonstrou com este voto que nós favorecemos o diálogo com o sistema. Nós estamos dizendo a todos os países da ONU que a abertura para o sistema, receber visitas, dialogar com os mecanismos do Conselho é importante. Foi esta mensagem que nós mandamos. Espero que tenham entendido também a mensagem da coerência e do fim de ‘duplos padrões’ que o Brasil colocou no seu discurso também”, afirmou.

O Irã rejeitou a indicação de um relator dizendo que a decisão é “uma tentativa de sequestrar os mecanismos do Conselho de Direitos Humanos para estreitar políticas que representam o interesse de poucos países do órgão”.

Além do Irã, o Brasil também votou a favor de relatorias especiais para a Coreia do Norte e para Mianmar, a antiga Birmânia.

Brasil participa de debate na ONU sobre crianças de rua

Evento paralelo à reunião do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, analisa situação de cerca de 100 milhões de menores que vivem em ruas de todo o mundo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Missão do Brasil na ONU, em Genebra, participa, nesta quinta-feira, de um debate sobre a situação de crianças que vivem nas ruas.

Segundo a ONU, 100 milhões de menores podem estar morando fora de suas casas em todo o mundo.

Violência

O evento, com delegações de vários países, ocorre de forma paralela à reunião do Conselho de Direitos Humanos sobre o tema. Nesta quarta-feira, a ONU marcou o 3º Dia Anual de Discussão sobre os Direitos das Crianças.

A embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, disse à Rádio ONU que a violência é uma das razões para que menores vivam nas ruas.

“Uma pesquisa, feita no Brasil recentemente, aponta para a violência doméstica, como a razão principal, para que crianças procurem sair de suas casas e viver nas ruas.

Essa fuga, da sua própria casa, se dá pela violência doméstica. Então nós vamos tratar isso, e discutir como o Sistema das Nações Unidas pode ajudar o Brasil a atacar esse problema”, afirmou.

Gravidez na Adolescência

De acordo com a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, o problema das crianças de rua ocorre nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A alta comissária da ONU afirmou que apesar de haver menos meninas vivendo nas ruas, elas estão mais propensas à violência sexual. Segundo ela, uma das grandes preocupações de governos é com o alto índice de gravidez na adolescência entre crianças moradoras de rua.