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ACNUR manifesta preocupação com grande número de pessoas que fogem da Somália

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) expressou hoje (29/04) preocupação com o agravamento da insegurança na Somália, que obrigou 50 mil pessoas a fugirem do país nos primeiros três meses deste ano, mais do dobro do número de refugiados que fugiram durante o mesmo período em 2010. Os refugiados têm procurado segurança no Quênia, na Etiópia e no Iêmen, segundo Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR.

A maior parte do último grupo de refugiados que chegaram ao Quênia veio das regiões de Bakol e Bay, duas das principais zonas de conflito no país, disse Fleming a jornalistas em Genebra. “Eles todos falavam de uma situação sombria no interior do país, marcada pela violência implacável e violações dos direitos humanos. Os refugiados somalis contaram a equipes do ACNUR sobre o recrutamento forçado praticado por algumas das partes em conflito e sobre a terrível seca”, disse ela.

Apesar da agitação civil no Iêmen e os riscos envolvidos, mais de 22 mil refugiados e migrantes chegaram ao país entre janeiro e março. Alguns dos recém-chegados disseram a funcionários do ACNUR que não tinham conhecimento da agitação política e social no Iêmen, enquanto outros disseram que não havia outra opção senão fugir. “Para esses refugiados somalis, no Iêmen a situação é muito mais segura, por comparação, do que a de seu país”, disse Fleming.

Aumento da violência no Iêmen, Barein e Síria preocupa

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) demonstrou nesta terça-feira (22/03) preocupação com os recentes relatos de violência no Iêmen, no Barein e na Síria, que incluem o uso excessivo de força e o assassinato de manifestantes pelas forças aliadas dos governos. Em uma entrevista coletiva em Genebra (Suíça), o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, comentou a situação nos três países.

Falando sobre o Iêmen, que está sob estado de emergência e onde têm ocorrido conflitos armados, Colville afirmou que “todas as violações aos direitos humanos devem ser investigadas” e lembrou ao Governo que direitos fundamentais, como o direito à vida, não podem ser negligenciados em nenhuma circunstância, mesmo em situações de emergência pública.

Sobre o Barein, o porta-voz declarou que a situação é “muito preocupante”, observando que entre 50 e 100 pessoas foram dadas como desaparecidas na última semana. Duas delas foram encontradas mortas. Há também relatos de que pessoas que deram depoimentos à imprensa foram detidas e ameaçadas. Entre os presos estão ativistas políticos, defensores de direitos humanos, bem como médicos e enfermeiras.

O ACNUDH também está preocupado com assassinatos de manifestantes na Síria, e reiterou a necessidade de acabar imediatamente com o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos. “O uso excessivo da força constitui uma violação clara ao direito internacional, que responsabiliza os autores dos crimes pelas violações cometidas”, completou Colville.

“Diálogo significativo, amplo e inclusivo” é necessário no Iêmen, diz Pillay

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, alertou nesta terça-feira (01/03) as autoridades do Iêmen contra a repressão violenta aos protestos pacíficos e pediu ao governo que proteja os direitos dos manifestantes e dos jornalistas que cobrem os protestos. “As pessoas têm o direito legítimo de expressar sua insatisfação e suas reivindicações ao governo”, afirmou.

Comentando os relatos de que manifestantes da oposição convocaram um “Dia de Ira” nesta terça-feira, Pillay instou todas as partes a moderarem os atos e respeitarem o direito à vida e à liberdade da reunião e de expressão pacífica. “Nas últimas semanas vimos repetidas vezes que as respostas violentas, que infringem o direito internacional, não afastam os manifestantes e servem apenas para exaltar a raiva e a frustração”, declarou a Alta Comissária.

Entre os atos de violência relatados estão ataques, intimidação e prisão contra jornalistas locais e internacionais, bem como a prisão e a detenção de defensores dos direitos humanos. Pillay demonstrou preocupação especial com os relatos de desaparecimento de ativistas políticos e com o impedimento do acesso de equipes médicas para atender os manifestantes.

Pillay falou sobre a importância de que os responsáveis pela segurança pública do país entendam que suas ações devem respeitar o direito internacional e lembrou que eles podem ser responsabilizados pelas violações. Ela pediu que houvesse um “diálogo significativo, amplo e inclusivo” no Iêmen para traçar um caminho que respeite as aspirações aos direitos humanos da população.

ONU adverte que operações de ajuda no Iêmen permanecem com falta de fundos

ONU adverte que operações de ajuda no Iêmen permanecem com falta de fundos. Foto: ONUAs Nações Unidas expressaram preocupação sobre a situação humanitária no norte de Iêmen, onde as necessidades da população deslocada por causa de conflitos ultrapassam amplamente os fundos fornecidos pelos doadores. Menos de 70 milhões de dólares, ou 36% dos 187 milhões prometidos este ano por agências humanitárias, foram recebidos, reportou o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) têm providenciado auxílio aos civis do norte do Iêmen, onde forças do governo têm enfrentado grupos rebeldes num conflito armado esporádico durante anos recentes. 340 mil pessoas internamente deslocadas vivem atualmente nos cinco estados onde acontece o conflito, sendo principalmente abrigadas por comunidades locais.

O cuidado da saúde é uma grande preocupação, casos de desnutrição aguda, diarréia e anemia são comumente reportados entre deslocados e residentes, particularmente no estado de Hajjah. Ajuda alimentar, água e saneamento básico são prioridades.

Desde que o cessar-fogo foi estabelecido em fevereiro, trabalhadores humanitários têm incrementado seus esforços para alcançar as áreas mais afetadas pelo conflito, especialmente nas cidades de Sa’ada e Malaheet. O OCHA declarou que a situação de segurança permanece volátil, o que dificulta a tentativa dos trabalhadores humanitários de ajudar aos locais.