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Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, por Irina Bokova

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, 17 de outubro de 2012.

Apesar do desenvolvimento econômico generalizado em todo o mundo, as desigualdades cresceram dramaticamente nos últimos dez anos, tanto dentro dos países quanto entre eles. Mais de um bilhão de pessoas vive em extrema pobreza hoje em dia. Essa situação é uma violação aos direitos humanos básicos e um obstáculo ao desenvolvimento. A luta pela erradicação da pobreza deve estar à frente de todos os esforços de preservação da dignidade humana e promoção do desenvolvimento sustentável.

O progresso está ao nosso alcance. Desde 2000, a pobreza extrema caiu pela metade. Isso prova que, com vontade política e comprometimento conjunto dos Estados, resultados podem ser alcançados. Para obtermos sucesso, devemos redobrar nossos esforços para combater novas formas de pobreza e exclusão social. Devemos também entender todos os aspectos da pobreza para planejar adequadamente nossa resposta.

A pobreza não é meramente uma questão de limites de salário mínimo ou recursos insuficientes, e nem deve ser remediada apenas por meio de caridade ou esquemas de redistribuição de renda. Existe a pobreza educacional, cultural, científica e social, que é o corolário da pobreza material, e deve ser combatida com a mesma determinação. A pobreza resulta em destituição de capacidades individuais de desenvolvimento e em falta de autonomia. A erradicação da pobreza implica na construção da capacidade de cada pessoa de criar riqueza e acessar seu potencial. O desenvolvimento humano sustentável implica no uso desse potencial e na expansão das escolhas disponíveis aos indivíduos.

Educação de qualidade, desenvolvimento científico e diversidade cultural são, portanto, ferramentas estratégicas que podem ser usadas para desenvolver a inteligência humana e permitir às pessoas controlar seu future. Essa abordagem dinâmica deve ser central à formulação de políticas públicas. Esse, portanto, é o cerne da ação da UNESCO.

Neste dia, convoco os Estados-membros e as organizações parceiras internacionais e não governamentais a unir seus esforços para fortalecer a ação nesses campos e acelerar as atividades de combate à pobreza para 2015 em diante. Esse programa é nosso guia na defesa da dignidade humana, na promoção do desenvolvimento sustentável e na construção da paz.

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza – 17 de outubro de 2010

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon

Este ano, a comemoração do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza se concentra no trabalho decente, em empregos dignos e nos meios de vida  que geram rendimento. Em uma palavra: emprego.

O trabalho digno e produtivo é um dos meios mais eficazes para lutar contra a pobreza e promover a autossuficiência.

No entanto, hoje, mais de metade da população economicamente ativa mundial tem empregos precários. Carecem de contratos de trabalho formais e de segurança social e, muitas vezes, não ganham o suficiente para sustentar a família e menos ainda para melhorar sua situação econômica. Segundo as estimativas, a crise econômica internacional lançou na pobreza mais cerca de 64 milhões de pessoas e o número de desempregados aumentou em mais de 30 milhões desde 2007.

Como poderemos diminuir o fosso que separa a pobreza do trabalho digno? Investindo em políticas econômicas e sociais que fomentem a criação de emprego, promovendo condições de trabalho dignas e melhorando os sistemas de proteção social. Também é essencial garantir o acesso à educação, à saúde pública e à formação profissional.

Devemos nos focar em garantir emprego aos jovens. Os jovens têm três vezes mais probabilidade de estar desempregados do que os adultos. No ano passado, o número de jovens desempregados atingiu o número recorde de 81 milhões. Uma das melhores maneiras de conseguir que os jovens olhem para o futuro com esperança é proporcionar-lhes um trabalho digno.

Na Cúpula sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, realizada no mês passado em Nova York, os dirigentes mundiais concordaram com um programa de ação para intensificar a luta contra a pobreza no mundo. Apesar dos avanços animadores em muitas partes do mundo, centenas de milhões de pessoas vivem ainda em condições desumanas, privadas dos serviços mais elementares. É fundamental mudar este panorama: para erradicar a pobreza, reforçar as economias e construir sociedades pacíficas e estáveis, é essencial enfrentar a crise mundial do emprego.

A incerteza econômica e a austeridade orçamental generalizadas não deverão ser um pretexto para fazer menos. São, pelo contrário, razões para fazer mais.

Neste Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, vamos ouvir as vozes dos pobres e tentemos aumentar as oportunidades de emprego e as condições de trabalho seguras em toda a parte.

Trabalhemos por um mundo em que haja trabalho digno para todos.