Acesso de mulheres a banda larga deve ser prioridade na agenda pós-2015, diz agência da ONU

Encontro foi na Cidade do México. Foto: ITU/S. Hernandez Venegas
Encontro foi na Cidade do México. Foto: UIT/S. Hernandez Venegas

O acesso de mulheres às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) — e particularmente a banda larga — deve ser um pilar fundamental da agenda de desenvolvimento global pós-2015, disse o Secretário-Geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Hamadoun I. Touré, na 7 ª Reunião da Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital, criada pela UIT e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A reunião aconteceu dias 16 e 17 de março na Cidade do México, capital do México.

“O milagre das tecnologias móveis demonstrou claramente o quão poderoso as TICs podem ser para condução do crescimento econômico. No entanto, os números da UIT e agências parceiras como a UNESCO e o PNUD [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] mostram uma diferença de gênero clara no acesso a tecnologia. Precisamos corrigir esse desequilíbrio para garantir que todas as pessoas tenham a possibilidade de assumir o controle de seu próprio destino através das TICs”, disse Touré, que também é Vice-Presidente da Comissão.

Atualmente os números da UIT confirmam que, no mundo em desenvolvimento, as mulheres são muito menos propensas a terem acesso a tecnologia do que os homens. Enquanto que a disparidade é menor nos países desenvolvidos, uma lacuna ainda existe mesmo nos países mais ricos. Na reunião, os participantes concordaram por uma nova meta pela igualdade de gênero no acesso a banda larga até 2020.

A nova meta de gênero foi resultado decisivo do primeiro encontro do Grupo de Trabalho sobre Gênero da Comissão de Banda Larga, que aconteceu no sábado (16), paralelamente à reunião da Comissão. O grupo foi criado em Nova York em 2012 e lançado pela atriz, advogada e Enviada Especial da UIT sobre Mulheres e Meninas, Geena Davis.

O primeiro encontro presencial do Grupo de Trabalho sobre Gênero contou com apresentações de uma série de organizações que lideram projetos na área de gênero e tecnologia, incluindo Changecorp, GSMA, Intel, Telecentre.org e a UIT. O grupo já havia realizado um encontro por teleconferência em 29 de janeiro deste ano, quando seus termos de referência foram aprovados.

A UIT e a UNESCO criaram a Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital em resposta ao chamado do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para intensificar os esforços da ONU quanto ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A Comissão foi criada em maio de 2010, cinco anos após a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação e dez anos após o lançamento dos ODM.

A Comissão pretende reforçar a importância da banda larga na agenda política internacional e acredita que a expansão do acesso a banda larga em todos os países é fundamental para acelerar o progresso para esses objetivos até a data prevista de 2015. As metas definem maneiras práticas com as quais os países – em todas as fases de desenvolvimento – podem progredir, em cooperação com diversos atores sociais não estatais.