Falta de fundos interrompe distribuição de alimentos a iraquianos vulneráveis

Coordenadora Humanitária da ONU no país, Christine McNab. Foto: ONU.O braço humanitário das Nações Unidas alertou para o fato de que os esforços para dar assistências aos iraquianos em situação de vulnerabilidade estão sendo prejudicados pela falta de fundos. A distribuição de alimentos para milhares de mulheres grávidas e crianças em idade escolar já foi, inclusive, suspensa.

Até agora, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), foram recebidos apenas 22,3 milhões de dólares (ou 12%) dos 187,7 milhões requeridos pelo plano de ação humanitária para o Iraque 2010, lançado há seis meses. “Pedimos para que os doadores não desistam de seu compromisso com o povo iraquiano e em ajudar a pavimentar o caminho para o desenvolvimento do Iraque no futuro”, disse a Coordenadora Humanitária da ONU no país, Christine McNab.

A falta de fundos já resultou na suspensão de distribuição alimentar para 800 mil mulheres grávidas e crianças subnutridas, assim como 960 mil crianças em idade escolar. Além disso, a subsistência de 500 mil pessoas afetadas pela seca nas localidades de Suleymaniyah e Dahuk está ameaçada, e algumas já estão desabrigadas. Havia um plano para assistir a 22.500 famílias internamente deslocadas (IDPs), mas ele também teve de ser suspenso.

A falta de fundos para o Iraque é parte de um déficit de quase 5 bilhões de dólares que as agências da ONU e seus parceiros estão enfrentando neste ano. O plano de ajudar 53 milhões de pessoas em 34 países, somando um total de 9,5 bilhões de dólares, está até agora apenas perto da metade. A entrada de recursos para 2010 está só um pouco mais atrasada do que nos últimos anos, apesar do receio de que a crise econômica mundial esgote seus recursos destinados a catástrofes.

Lançando a revisão de meio de ano do pedido de recursos, o Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários, John Holmes, pediu aos doadores para persistir em seus esforços para assegurar que “as pessoas atingidas por catástrofes ou conflitos possam receber a ajuda que precisam para permanecerem vivas, evitando danos irrecuperáveis e restaurando sua dignidade e autossuficiência”.