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Evento em Genebra lembra trabalho de Vieira de Mello na ONU

Sérgio Vieira de MelloCerimônia que incluirá entrega de prêmio para esforços de promoção da paz e diálogo terá como convidado de honra, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*

A carreira de Sergio Vieira de Mello nas Nações Unidas será o tema de uma cerimônia, nesta segunda-feira, em Genebra, na Fundação que leva o nome do ex-alto comissário de Direitos Humanos da ONU.

Vieira de Mello morreu ao lado de outros 21 colegas durante o atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá, em agosto de 2003.

Reconciliação

Nesta segunda-feira, o trabalho do brasileiro será lembrado na palestra anual da Fundação Sérgio Vieira de Mello, que tem como convidado de honra o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

A Fundação foi criada para celebrar a filosofia e trabalho do ex-chefe da Missão da ONU no Iraque. Este ano, será entregue também o primeiro Prêmio Sérgio Vieira de Mello para indivíduos, comunidades ou instituições que tenham se destacado na reconciliação de grupos em conflito.

Desde 2008, a Fundação Sérgio Vieira de Mello convida personalidades para falar sobre assuntos internacionais e diálogo para a promoção da paz. Já participaram do evento o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan e o ex-chanceler da França. Bernard Kouchner.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU.

Chefe de direitos humanos da ONU expressa preocupação com “guerra cibernética” contra WikiLeaks

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Foto: ONU/Jean-Marc Ferre.A chefe da ONU na área de direitos humanos expressou nesta quinta-feira (09/12) preocupação com a pressão sobre as empresas privadas, por meio de uma alegada “guerra cibernética”, para que cortem laços com o site de denúncias WikiLeaks, dizendo que isto poderia constituir uma tentativa de censura, em violação a pactos internacionais.

“Se WikiLeaks tiver cometido qualquer ato ilegal reconhecível, isso deve ser tratado através do sistema jurídico, e não através de pressões e intimidações, inclusive em relação a terceiros”, declarou a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, sobre a pressão a bancos, empresas de cartão de crédito e prestadores de serviços de Internet, que estariam sendo coagiados a interromper hospedagens e encerrar linhas de crédito de doação para o site. O WikiLeaks foi responsável pela publicação de milhares de documentos secretos dos Estados Unidos.

Segundo documentos, EUA sabiam sobre tortura

Em uma entrevista coletiva em Genebra, ela também expressou preocupação com algumas ações dos EUA no Iraque, reveladas nos documentos, que poderiam constituir graves violações dos direitos humanos. “Os arquivos indicam que os EUA sabiam, entre outras coisas, sobre a utilização generalizada de tortura e maus-tratos de detidos pelas forças iraquianas, e ainda assim continuaram com a transferência de milhares de pessoas que haviam sido detidas pelas forças dos EUA para a custódia iraquiana entre 2009 e 2010”, disse ela.

“Na minha opinião, este poderia constituir uma violação grave do direito internacional na área de direitos humanos”, acrescentou, saudando os esforços dos especialistas independentes da ONU para obter um esclarecimento por parte dos EUA, do Iraque e das autoridades afegãs sobre os relatórios de tortura e maus-tratos descritos nos documentos WikiLeaks. “Peço a todos os países que tomem as medidas necessárias para investigar as alegações feitas por estes relatórios e trazer à Justiça os responsáveis por violações dos direitos humanos”.

Navi Pillay disse que a guerra cibernética que agora é travada contra o WikiLeaks é “simplesmente impressionante… Deixe-me dizer que os casos WikiLeaks levantam complexas questões de direitos humanos, sobre o equilíbrio entre liberdade de informação, o direito de as pessoas saberem a verdade e a necessidade de proteger a segurança nacional ou a ordem pública. Esse equilíbrio é difícil”.

Equilíbrio entre direitos deve ser julgado pelo sistema judicial

O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos prevê o direito à liberdade de expressão, incluindo o direito de procurar, receber e transmitir informações e ideias de toda natureza, um direito que só pode ser restringido, quando necessário, proporcionalmente, sempre que previsto em lei e justificado estritamente a partir da necessidade de proteger a segurança nacional ou a ordem pública, destacou Navi Pillay.

“Então, quem melhor para julgar este equilíbrio, senão os tribunais de justiça”, disse ela. “Tribunais são equipados para lidar com a questão delicada do equilíbrio de direitos e valores concorrentes. Se o [fundador do WikiLeaks] Sr. [Julian] Assange cometeu qualquer crime reconhecido, então o sistema judicial, seguindo procedimentos justos, deve ser capaz de abordar como esses direitos podem ser equilibrados”.

Enquanto não está claro se os atos individuais da pressão exercida por entidades privadas diretamente violaram obrigações de direitos humanos dos Estados em garantir o respeito do direito à liberdade de expressão “tomados em seu conjunto, [essas ações] poderiam ser interpretadas como uma tentativa de censurar a publicação de informações, o que é potencialmente uma violação do direito do WikiLeaks à liberdade de expressão”, acrescentou.

“Eu diria que não há clareza, no momento, sobre a origem dos ataques cibernéticos e contra-ataques. Contudo, eles levantam preocupações sobre a proteção efetiva que os Estados em causa devem apresentar em relação ao direito do fundador do WikiLeaks de compartilhar livremente informações, conforme previsto no artigo 19.2 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.”

Painel indeniza Kuwait por invasão em 1990

Um tanque de batalha iraquiano destruído em meio a outros veículos na estrada entre a Cidade do Kuwait e Basra, no Iraque, em abril de 1991.A Comissão de Compensação das Nações Unidas (UNCC) pagou nesta quinta-feira (28) um total de 590 milhões de dólares a nove demandantes que reivindicavam os danos dos prejuízos sofridos por causa da invasão do Iraque ao Kuwait em 1990. A última rodada de pagamentos eleva a cifra total de remunerações feitas até a data pela Comissão para mais de 30,7 bilhões de dólares, segundo comunicado.

A maioria dos fundos para o pagamento da compensação tem vindo da venda de petróleo iraquiano, sob o programa Petróleo por Comida, que terminou em 2003, e posteriormente das medidas tomadas nas resoluções do Conselho de Segurança.

Fundada em 1991 como órgão subsidiário do Conselho, a Comissão tem recebido quase 3 milhões de reclamações, incluindo os de quase 100 governos para si próprios, para cidadãos de seus países e para instituições e empresas nacionais. O Conselho do UNCC identificou seis categorias de reclamações: quatro vinculados a pedidos individuais, um para empresas e um outro para governos e organizações internacionais, que inclui também os pedidos de danos ambientais.

Secretário-Geral da ONU diz que ataque a comboio não deterá a ONU em sua ajuda ao povo iraquiano

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, prometeu que o ataque de hoje (20) ao comboio das Nações Unidas no Iraque não impedirá Organização de continuar seus esforços para assistir o povo iraquiano no seu caminho para a reconciliação e a osperidade.

O comboio, que foi atacado ontem (19), transportava o Representante Especial do Secretário-Geral para o Iraque, Ad Melkert, o Vice-Representante-Especial, Jerzy Skuratowicz, e pessoal da Missão de Assistência da ONU no Iraque (UNAMID). Todos os integrantes da ONU escaparam com vida do atentado, que ocorreu em Najaf, mas um membro das Forças de Segurança do Iraque foi assassinado e muitos outros ficaram feridos.

“O Secretário-Geral envia suas condolências à família dos falecidos e deseja uma rápida recuperação dos feridos”, declarou seu porta-voz Bann expressou também sua apreciação a Melkert e todo o pessoal da UNAMI, “que estão trabalhando sob circunstâncias difíceis para implementar o mandato da ONU no país”.

Conselho de Segurança da ONU estende presença no Iraque por mais um ano

Ad Melkert, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Iraque. Foto: ONU.O Conselho de Segurança estendeu nesta quinta-feira (5) por mais um ano o mandato da Missão das Nações Unidas que está ajudando o Iraque no esforço de construção de uma nação segura, estável e próspera e pediu aos líderes do país que intensifiquem seus esforços para formar um governo inclusivo nacional. A Missão, conhecida como UNAMI, é encarregada de ajudar o governo iraquiano em áreas como eleições, reconciliação, resolução de litígios de fronteiras, direitos humanos e as preocupações humanitárias, bem como a reconstrução e o desenvolvimento.

Na resolução 1936, adoptada por unanimidade, o Conselho decidiu que a UNAMI permanecerá em vigor até 31 de julho de 2011, conforme recomendado pelo Secretário-Geral Ban Ki-moon, em seu relatório mais recente sobre a Missão. O corpo de 15 membros também destacou que “desafios de segurança no Iraque ainda existem e que as melhorias devem ser apoiados através de significativo diálogo político e unidade nacional”. 

No relatório de Ban Ki-moon, que foi tornado público no início desta semana, ele pediu aos líderes políticos do Iraque que trabalhem em conjunto por meio de um processo para formar um novo governo, ainda pendente cinco meses após a realização de eleições legislativas.

Ad Melkert, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Iraque e chefe da UNAMI, pediu aos líderes iraquianos “um maior sentido de urgência” e que trabalhem juntos para chegar a um acordo por meio de um processo inclusivo. O Conselho, na resolução aprovada nesta quinta-feira (5), também ressaltou a necessidade de todas as comunidades no Iraque participarem do processo político do país.