ONU investiga estupro em massa de civis no Congo

A principal funcionária da ONU na luta contra a violência sexual durante conflitos iniciou uma visita de uma semana à República Democrática do Congo (RDC) ontem (28) para coordenar uma resposta sobre os rebeldes terem realizado estupro em massa de mais de 300 civis, há dois meses, no leste do país.

A Representante Especial do Secretário-Geral Ban Ki-moon sobre a Violência Sexual em Conflito, Margot Wallström, visitará a área dos ataques na Província de Kivu do Norte.

As vítimas conhecidas incluem 235 mulheres, 52 meninas, 13 homens e 3 meninos, algumas das quais foram estupradas várias vezes, de acordo com um relatório preliminar da ONU sobre direitos humanos divulgado na semana passada. Pelo menos 923 casas e 42 lojas foram saqueadas e 116 pessoas foram sequestradas, a fim de realizar trabalho forçado.

Os ataques, que ocorreram principalmente na região de Walikale, foram realizado entre 30 de julho e dois de agosto por cerca de 200 integrantes de três grupos armados, os Maï Maï Cheka, as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR) e elementos próximos ao Coronel Emmanuel Nsengiyumva, um exército desertor que no passado esteve envolvido com o rebelde Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP).

“As FDLR são mais uma vez responsáveis por graves violações dos direitos humanos no RDC”, disse Wallström na segunda-feira (27) em Genebra, em uma reunião do Conselho da ONU de Direitos Humanos. “O estabelecimento das responsabilidades deve começar com os líderes deste grupo e com os dos outros grupos por não terem impedido esses ultrajes”. Ela pediu que o Governo da RDC e a comunidade internacional se mobilizem para trazer os responsáveis à justiça.

Uma missão do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (ACNUDH) já está no país para avaliar a questão das reparações das vítimas de estupro e abuso sexual. Wallström se reunirá com agências da ONU e funcionários nacionais e provinciais para acelerar a aprovação de uma estratégia global contra a violência sexual.