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ONU homenageia funcionários mortos nos últimos sete dias

Secretário-Geral deposita coroa de flores em saguão na entrada da sede; bandeira da organização foi hasteada a meio mastro em sinal de luto pelas vítimas no Afeganistão, na Costa do Marfim e na República Democrática do Congo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas realizaram na manhã desta quarta-feira uma cerimônia em memória dos funcionários mortos, desde a semana passada, em várias partes do mundo.

O Secretário-Geral depositou uma coroa de flores em respeito às vítimas. Cerca de 40 pessoas morreram em incidentes separados nos últimos sete dias. Deste total, pelo menos 24 são funcionários da organização.

Bala Perdida

Na sexta-feira, um ataque ao Centro de Operações de Paz em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão, matou três funcionários da ONU e quatro contratados. Ainda na semana passada, uma bala perdida tirou a vida de uma integrante da Missão de Paz na Costa do Marfim, Onuci.

Nesta segunda-feira, um desastre com um avião das Nações Unidas na República Democrática do Congo matou 32 pessoas, incluindo pelo menos 20 empregados da organização.

Em sinal de luto, a bandeira da ONU será hasteada a meio mastro nesta quarta-feira em todas as sedes pelo mundo.

O Secretário-Geral enviou uma carta aos funcionários expressando pesar às famílias das vítimas e aos colegas. Ele disse que tem certeza que os colegas mortos nos três incidentes gostariam de ver o trabalho da ONU sendo realizado de forma corajosa.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU. Assista abaixo ao vídeo da cerimônia:

Resgaste do patrimônio natural da República Democrática do Congo será foco de encontro da ONU

A Organização das Nações Unidas e o Governo da República Democrática do Congo (RDC) realizarão um encontro, na semana que vem, para discutir maneiras de melhor proteger cinco localidades da vasta nação africana inscritos na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, que têm sido degradadas devido à instabilidade política nas últimas duas décadas.

“A contínua insegurança devido à presença de grupos armados e a proliferação de armas, bem como um desrespeito à lei e à ordem generalizados, levaram à maciça caça ilegal”, declarou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O encontro acontecerá no dia 14 de janeiro, na capital, Kinshasa, e será presidido pelo Primeiro-Ministro da RDC, Adolphe Muzito, e pela Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova. Entre os participantes estarão representantes do governo, de ONGs e doadores, que examinarão o estado das localidades, reforçarão o compromisso de restauração e proteção das autoridades congolesas, redefinirão o apoio da comunidade internacional e adotarão um plano de ação para aumentar sua proteção.

Angola: ONU relata expulsões em curso de cidadãos da República Democrática do Congo

Autoridades de saúde na República Democrática do Congo dizem que muitas mulheres que chegam de Angola foram abusadas sexualmente Cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) expulsos da vizinha Angola continuam a chegar em seu país de origem este mês, com muitos relatos de que eles foram submetidos a maus-tratos, incluindo a violência sexual, afirmou o escritório humanitário da ONU nesta quarta-feira (29).

No total, 1.355 pessoas expulsas chegaram às províncias de Bas-Congo e Kasai, na RDC, desde o dia 11 de dezembro, afirmou o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em um comunicado de imprensa. Os recém-chegados elevam para mais de 12.000 o número de congoleses expulsos de Angola desde setembro.

Em setembro e outubro, as agências humanitárias relataram a chegada de 8.296 pessoas nas áreas de Luiza e Tshikapa da província de Kasai Ocidental, 511 pessoas na área de Tembo da província de Bandundu e cerca de 2.000 pessoas na província de Bas-Congo. A maioria são cidadãos da RDC.

“As autoridades de ambos os países devem tomar todas as medidas necessárias para garantir que os direitos humanos e a dignidade humana de pessoas expulsas sejam respeitados”, disse Valerie Amos, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenadora de Socorro de Emergência.

Missões de avaliação humanitária que visitaram as áreas de chegada em outubro e novembro relataram que muitos dos indivíduos sofreram maus-tratos e abusos dos direitos humanos, incluindo tortura. Havia também mais de 100 casos confirmados de violência sexual.

Os expulsos estão recebendo alimentos, roupas, kits de higiene, medicamentos e assistência psicológica das agências humanitárias, de acordo com o OCHA. Um plano de resposta tem sido desenvolvido no âmbito do Plano de Ação Humanitária da RDC, para atender às necessidades dos recém expulsos. Ajuda adicional é necessária com urgência, acrescentou o OCHA.

República Democrática do Congo: ONU alerta para possíveis ataques de rebeldes ugandenses no final do ano

Migração de civis na República Democrática do CongoA Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO) manifestou preocupação (14/12) em relação à possibilidade de novos ataques do Exército de Resistência do Senhor (LRA) contra civis nesta temporada de festas de final de ano. A Missão já deslocou tropas como medida preventiva na Província Oriental, onde ocorreu um massacre de cerca de 500 pessoas no Natal de 2008, e anunciou que está trabalhando com grupos de auxílio para facilitar a chegada de assistência humanitária ao nordeste do país.

Desde o final de 2007, estima-se que o LRA tenha matado mais de 1.800 pessoas, sequestrado 2.400 e desalojado outras 230 mil em dezenas de ataques a cidades e vilarejos da Província Oriental, envolvendo mutilações, tortura e estupros. Mulheres e meninas são, geralmente, estupradas antes de serem mortas e muitas das que são sequestradas acabam sendo obrigadas a se casarem com membros do LRA, sujeitas à escravidão sexual, ou ambos.

O LRA foi formado no final dos anos de 1980 em Uganda e durante 15 anos seus ataques eram direcionados principalmente contra civis e forças de segurança ugandenses, quando, em 2002, estas repeliram os rebeldes. O grupo, então, passou a atacar países vizinhos. O massacre do Natal seguiu-se a uma ofensiva conjunta de tropas congolesas, ugandenses e sudanesas apoiada pela ONU contra o LRA.

Desde 1999 e sob vários nomes, a missão da ONU na República Democrática do Congo, com mais de 19 mil funcionários uniformizados no território, supervisionou a emergência do país de anos de guerra civil e caos entre facções, culminando em 2006, com as primeiras eleições democráticas em mais de quatro décadas. Mas a luta continuou no leste, onde a maior parte das forças da ONU estão implantadas.

ONU pede que sejam investigados supostos estupros de mulheres durante expulsão de pessoas de Angola para a RDC

A Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a Violência Sexual em Conflito, Margot Wallström. Foto: ONU.A Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a Violência Sexual em Conflito, Margot Wallström, solicitou que as autoridades nacionais em Angola e na República Democrática do Congo (RDC) investiguem denúncias de que mulheres teriam sido estupradas quando um grande número de pessoas foram expulsas de Angola e forçadas a voltarem para a RDC recentemente.

Organizações não-governamentais (ONGs) locais afirmam terem recebido informações de que dois homens foram mortos e 30 mulheres abusadas sexualmente várias vezes durante a expulsão, conforme acrescentou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

“Peço às autoridades dos dois países que investiguem essas alegações e procedam em conformidade com a legislação pertinente”, declarou Wallström, em um comunicado divulgado ontem (07/11). “Espero que as autoridades de Angola e da RDC respeitem os direitos humanos e façam tudo ao seu alcance para evitar abusos de todo tipo durante qualquer processo de expulsão”, ela acrescentou.

A Representante Especial afirmou que, embora não esteja claro onde as supostas violações ocorreram, nem quem foram os autores das mesmas, é de extrema importância que as alegações de abuso sejam investigadas imediatamente e os responsáveis levados à justiça pelas autoridades nacionais dos países em questão. Ela disse, ainda, que uma missão interagencial da ONU está atualmente em curso e fornecerá apoio aos esforços para continuar acompanhando os alegados incidentes de violência sexual.