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UNAIDS: resposta ao HIV ainda está falhando em relação às crianças

Ano após ano, o objetivo ambicioso de eliminar novas infecções por HIV entre as crianças no mundo todo está sendo esquecido. Foto: UNAIDS
Ano após ano, o objetivo ambicioso de eliminar novas infecções por HIV entre as crianças no mundo todo está sendo esquecido. Foto: UNAIDS

O relatório mais recente sobre o progresso das metas Start Free, Stay Free, AIDS Free mostra que, apesar dos grandes progressos realizados desde o início da epidemia, a resposta ao HIV para crianças tem falhado.

Ano após ano, o objetivo ambicioso de eliminar novas infecções por HIV entre as crianças no mundo todo está sendo esquecido e elas estão morrendo desnecessariamente por doenças relacionadas à AIDS—mortes que poderiam ser evitadas com tratamentos simples e de baixo custo se as crianças fossem diagnosticadas e tratadas a tempo.

“É uma tragédia ver tantas crianças perdidas e sendo deixadas para trás enquanto temos tantas ferramentas disponíveis, tantas novas infecções por HIV prevenidas entre crianças e tantas crianças com HIV vivendo bem”, disse Winnie Byanyima, diretora-executiva do UNAIDS.

“Não podemos aceitar que dezenas de milhares de crianças ainda sejam infectadas pelo HIV e morram de doenças relacionadas à AIDS todos os anos.”

O marco Start Free, Stay Free, AIDS Free possui três conceitos simples. Primeiro, os bebês têm o direito de entrar neste mundo livres do HIV. Segundo, através da prevenção do HIV, crianças, adolescentes e mulheres jovens têm o direito de permanecer livres do vírus. Terceiro, crianças e adolescentes que adquirem o HIV têm o direito de receber diagnóstico, tratamento e cuidados, para que possam permanecer livres da AIDS.

Os países concordaram com uma série de metas de prevenção e tratamento do HIV. Para que as crianças comecem a viver sem HIV, um desses objetivos era reduzir as novas infecções infantis (de 0 a 14 anos) para menos de 40.000 em 2018 e para 20.000 em 2020. No entanto, estimativas recém-publicadas mostram que 150.000 crianças foram infectadas com HIV em 2019—uma redução de 52% desde 2010, mas ainda quatro vezes acima da meta de 2018.

Ao garantir que as mulheres grávidas que vivem com HIV sejam diagnosticadas, iniciadas e retidas no tratamento com medicamentos antirretrovirais durante a gravidez, o parto e a amamentação, a chance de transmitir o vírus é inferior a 1%. Globalmente, 85% das mulheres grávidas que vivem com HIV receberam esses medicamentos em 2019.

Mas, apesar da alta cobertura, as crianças ainda estão sendo infectadas devido ao acesso desigual aos serviços de tratamento (principalmente na África Ocidental e Central), mulheres que estão evadindo os cuidados de saúde e grávidas e mulheres que se infectam por HIV na fase de amamentação.

“Como comunidade global, fizemos um progresso notável no controle da pandemia do HIV, mas ainda estamos perdendo muitas crianças, adolescentes e mulheres jovens”, disse Angeli Achrekar, principal coordenadora adjunta de AIDS Global dos Estados Unidos no PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS).

“Todos devemos redobrar nossos esforços para alcançar urgentemente essas populações críticas—e o PEPFAR continua profundamente comprometido em fazer sua parte.”

O componente Stay Free (permaneça livre) estabeleceu uma meta de reduzir as novas infecções por HIV entre meninas e mulheres jovens para menos de 100.000 até 2020. Há muito tempo, meninas e mulheres jovens são afetadas pelo HIV de maneira desproporcional – entre os países- foco da iniciativa Start Free, Stay Free, AIDS Free , meninas adolescentes e mulheres jovens representam 10% da população total, mas correspondem a 25% das novas infecções por HIV e têm um risco quase duas vezes maior de infecção pelo vírus em comparação com os homens.

No entanto, novas infecções por HIV entre mulheres jovens vêm caindo. Na África do Sul, onde existem programas de prevenção combinada para meninas adolescentes e mulheres jovens, as novas infecções por HIV nessa faixa etária caíram 35%. E em Suazilândia, as novas infecções por HIV entre mulheres jovens de 15 a 24 anos caíram 54%.

“Por muito tempo, a resposta ao HIV negligenciou crianças, adolescentes e mulheres jovens”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

“Mas há esperança. O momento recente na redução de novas infecções entre meninas e mulheres adolescentes em países como Suazilândia e África do Sul nos mostra o que é possível quando governos e comunidades, liderados pelas próprias meninas, unem esforços. Não devemos deixar que a COVID-19 e suas questões econômicas nos atrapalhem. Devemos permanecer ousados ??e ambiciosos em nossos esforços conjuntos para garantir que a próxima geração de crianças permaneça livre do HIV e da AIDS”.

Para que crianças e adolescentes permaneçam livres da AIDS, os países convocaram metas ambiciosas, mas alcançáveis, para o tratamento do HIV—oferecer terapia antirretroviral a 1,4 milhão de crianças vivendo com HIV até 2020. Em 2019, no entanto, apenas 950.000 (53%) dos 1,8 milhão de crianças vivendo com HIV estavam recebendo tratamento para HIV—muito abaixo dos 67% dos adultos em tratamento. É claro que, para salvar vidas, as 840.000 crianças que não estão em tratamento—estima-se que dois terços delas estejam entre 5 e 14 anos—devem ser diagnosticadas e tratadas com urgência.

“A falta de medicamentos ideais para o HIV com formulações pediátricas adequadas tem sido uma barreira de longa data para melhorar os resultados de saúde para crianças vivendo com HIV, contribuindo para a baixa cobertura do tratamento”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.

“O acesso aos serviços para grupos vulneráveis ??deve ser expandido através de um maior envolvimento da comunidade, de melhoria na prestação de serviços e de combate ao estigma e discriminação.”

Apesar das falhas, a notícia positiva é que sabemos como o mundo poderia ter atingido as metas previstas nesta iniciativa. E com bastante comprometimento, ainda podemos superar os principais obstáculos e reverter estas falhas.

“A década passada foi marcada por inovação e progresso no campo pediátrico do HIV, mas a dramática falha em alcançar as metas para as crianças que vimos neste último relatório é simplesmente inaceitável. Precisamos renovar urgentemente nosso compromisso de lutar por uma geração livre de AIDS. Hoje, como comunidade global, estamos desapontando os mais vulneráveis ??entre nós: crianças e jovens”, disse Chip Lyons, Presidente e CEO da Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation.

“Nós podemos fazer melhor. Precisamos fazer melhor”, acrescentou Byanyima. “Sabemos como salvar vidas e impedir novas infecções por HIV entre crianças. Exijo que não poupemos esforços. Nada menos que isso é vergonhoso”.

O UNAIDS e o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR) lançaram o marco Start Free, Stay Free, AIDS Free em 2016 para aproveitar as realizações do Plano Global, finalizado em 2015, para a eliminação de novas infecções por HIV entre crianças até 2015 e manutenção de suas mães vivas.

Jovens apoiados pelo UNAIDS celebram Dia Internacional da Juventude com vídeo sobre zero discriminação

Os jovens da NBR são um exemplo da aplicação prática do tema das celebrações da ONU para este ano: engajamento juvenil para a ação global. Foto: UNAIDS
Os jovens da NBR são um exemplo da aplicação prática do tema das celebrações da ONU para este ano: engajamento juvenil para a ação global. Foto: UNAIDS

Em comemoração ao Dia Internacional da Juventude, celebrado em 12 de agosto, a organização não governamental Nação Basquete de Rua (NBR) lança o vídeo “Humano igual a você” junto com uma série de cards para redes sociais inspirados no projeto Se Liga Ae, Juventude!, que levou conhecimento sobre HIV e AIDS a jovens da periferia de Campos dos Goytacazes (RJ), em 2019.

Os jovens da NBR são um exemplo da aplicação prática do tema das celebrações da ONU para este ano: engajamento juvenil para a ação global. Ao abordar o HIV, ISTs e sexualidade como temas centrais em seus projetos, a NBR mobilizar os jovens para discussões sobre racismo, direitos humanos, educação e empoderamento feminino, entre outros.

O projeto Se Liga Aê, Juventude!, que contou com o apoio do UNAIDS, buscou promover o empoderamento e o engajamento destas comunidades por meio do conhecimento sobre sexualidade e questões relacionadas ao estigma e à discriminação—que ainda têm impacto significativo sobre pessoas que vivem com HIV, especialmente sobre a população negra.

“O objetivo do vídeo e destes materiais é conscientizar a comunidade, principalmente a juventude negra de periferia, sobre a prevenção do?HIV?e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), sobre seus direitos e sobre a importância do empoderamento como resposta ao estigma e à discriminação”, explica presidente da ONG Victor Hugo Ribeiro Almeida, mais conhecido na comunidade como Lebron Victor.

“O vídeo e os materiais foram produzidos antes da pandemia de COVID-19, com foco no trabalho que desenvolvemos com o UNAIDS em 2019, mas segue muito atual e tem tudo a ver com o tema do Dia Internacional da Juventude. Por isso, seu lançamento agora é muito simbólico para nós.”

Segundo dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, em 2017, foram registrados 11.463 óbitos por causas relacionadas à AIDS, com uma taxa de mortalidade de 4,8/100.000 habitantes. A taxa de mortalidade teve redução de 15,8% entre 2014 e 2017, possivelmente em consequência da recomendação do “tratamento para todos” no Brasil e da ampliação do diagnóstico precoce da infecção pelo HIV.

Contudo, deste total, 60,3% ocorreram entre pessoas negras (pretas 14,1% e pardas 46,2%), 39,2% em entre pessoas brancas – sendo 0,2% entre amarelas e 0,2% entre indígenas. A proporção de óbitos entre mulheres negras foi superior à observada entre homens negros: 63,3% e 58,8%, respectivamente. Realizando-se uma comparação entre os anos de 2007 e 2017, há uma queda de 23,8% na proporção de óbitos de pessoas brancas e um crescimento de 25,3% na proporção de óbitos de pessoas negras.

“A violência, em todas as suas faces, impacta a população negra de maneira desporporcional no Brasil. E os dados sobre HIV e AIDS demonstram claramente uma destas faces, através do estigma, da discriminação e do racismo estrutural”, explica Cláudia Velasquez, diretora e representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil.

“Quando focamos nosso olhar na juventude negra, vemos que a morte precoce destes jovens tem impacto direto no futuro de suas comunidades, de suas famílias e na contribuição potencial que cada indivíduo tem para oferecer à sociedade, não apenas como parte da riqueza inerente de sua diversidade, mas também como parte do direito de todas as pessoas a uma vida digna e cheia de oportunidades.”

Engajamento juvenil em tempos de COVID-19

Em continuidade ao projeto Se Liga Aê, Juventude! e no contexto da pandemia de COVID-19, a ONG Nação Basquete de Rua tem implementado ações e iniciativas emergenciais nas comunidades mais carentes de Campos dos Goytacazes. Um dos projetos é sobre informação a respeito de direitos sexuais e reprodutivos, voltado para meninas de uma das comunidades atendidas – um pedido que partiu da própria comunidade.

“Pra além disso, estamos mapeando questões de saúde desse território e atuando com jovens saídos do tráfico para sua reinserção social no âmbito da formação para uma conscientização comunitária e para o entendimento, por exemplo, das medidas sanitárias para prevenção da COVID-19”, conta Lebron.

A liderança juvenil da NBR deu seguimento também ao projeto Papo Reto, cujos encontros passaram de presencial a virtual em função da pandemia. Neste caso, atuam em parceria com escolas públicas debatendo temas como racismo, politica, saúde, direitos, entre outros – também conforme as demandas das próprias escolas e alunos –, buscando fazer trocas de forma horizontal e tentando tornar os assuntos mais palatáveis.

O tema do Dia Internacional da Juventude deste ano, “Engajamento Juvenil para a Ação Global”, destaca as formas pelas quais o engajamento dos jovens nos níveis local, nacional e global está fortalecendo instituições e processos nacionais e multilaterais. A celebração deste ano também busca extrair lições sobre como a representação e o envolvimento da juventude na política institucional formal podem ser aprimorados.

“Neste Dia International da Juventude, queremos celebrar o empoderamento da juventude negra brasileira por meio deste projeto e desta iniciativa. Através de nosso mandato de resposta ao HIV e defesa aos direitos humanos, queremos ecoar o chamado do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e convidar todas as lideranças e pessoas adultas, em todos os lugares, a fazer tudo o que for possível para permitir que a juventude tenha uma vida com segurança, dignidade e oportunidade, contribuindo ao máximo para seu grande potencial”, concluiu Velasquez.

COVID-19 ameaça controle e eliminação de doenças infecciosas nas Américas

Médica analisa exame para eventual diagnóstico de tuberculose. Foto: AGECOM/Carol Garcia
Médica analisa exame para eventual diagnóstico de tuberculose. Foto: AGECOM/Carol Garcia

A pandemia de COVID-19, que matou mais de 390 mil pessoas nas Américas, está ameaçando os planos regionais para eliminar e controlar doenças infecciosas, incluindo tuberculose, HIV e hepatites, disse na terça-feira (11) Carissa F. Etienne, diretora da OPAS.

Com mais de 10,5 milhões de casos de COVID-19 nas Américas e 100 mil novos casos sendo notificados todos os dias, “os países não podem atrasar a luta contra COVID-19, mas não devem permitir que a doença nos atrase para completar a agenda inacabada de eliminar e controlar as doenças infecciosas em nossa região”, afirmou Etienne em coletiva de imprensa.

Desafios na distribuição de tratamentos de tuberculose (TB) durante a pandemia foram relatados por 80% dos países da América Latina e do Caribe, o que poderia transformar casos controláveis de TB em infecções ativas.

Da mesma forma, 30% das pessoas que vivem com HIV evitam procurar atendimento e os medicamentos antirretrovirais são limitados. Interrupções nos exames de hepatites, chave para detecção e tratamento, também foram relatadas por um terço dos países.

A diretora da OPAS lembrou que a prevenção e o tratamento de doenças infecciosas foram o ímpeto para a criação da Organização Pan-Americana da Saúde há quase 120 anos e que a região continua “na vanguarda da eliminação de doenças infecciosas”.

De fato, em outubro de 2019, os Estados-membros da OPAS se comprometeram com um enfoque regional para a eliminação de mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas nas Américas até 2030.

Mas “o progresso para alcançar este marco está agora ameaçado devido à carga da COVID-19 nos sistemas de saúde e à interrupção dos serviços essenciais, incluindo programas prioritários de controle de doenças, iniciativas de eliminação e imunização de rotina”, observou Etienne.

A pandemia também interrompeu as campanhas de administração de medicamentos em massa que são vitais para os esforços de eliminação “exatamente quando estávamos fazendo um progresso significativo contra doenças tropicais negligenciadas como filariose linfática, esquistossomose e helmintíases transmitidas pelo solo”, pontuou a diretora da OPAS.

A dengue e a malária continuam sendo uma grande carga para os serviços de saúde e, como a COVID-19, têm um impacto desproporcional nas populações pobres e vulneráveis, incluindo as comunidades indígenas, acrescentou.

A diretora da OPAS relevou ainda que, “nos primeiros dois meses de 2020, as Américas relataram um aumento de 139% nos casos de dengue em comparação ao mesmo período de 2019. No entanto, desde que a COVID-19 atingiu nossa região em março, os casos notificados de dengue diminuíram”.

As notificações de doenças transmitidas por mosquitos, como a malária, “caíram mais de 40%, e houve uma redução observada no número de pessoas fazendo o teste. No entanto, sabemos que esses dados não contam a história completa”, disse Etienne.

A diretora da OPAS explicou que, “embora seja verdade que, como muitos de nós estamos presos em casa, estamos menos propensos a ser picados por mosquitos, a realidade é que os mosquitos e os patógenos que eles transmitem ainda estão circulando. E sem testes ou tratamento, os casos graves de doenças transmitidas por mosquitos podem ir de condições facilmente tratáveis à morte”.

Etienne disse que os sistemas de saúde devem tornar mais fácil para os pacientes receber cuidados, “aproveitando a telemedicina e oferecendo cuidados fora dos ambientes hospitalares, por meio de programas de extensão à comunidade e visitas domiciliares, por exemplo”.

Os sistemas de saúde também precisam proteger os profissionais de saúde na linha de frente desta pandemia. “Nossos médicos, enfermeiras e equipe devem ter o equipamento de proteção, suprimentos e tecnologias de que precisam para oferecer cuidados com segurança” e garantir que os pacientes possam continuar a receber atenção médica e os medicamentos para gerenciar com segurança suas condições”.

UNAIDS lança edital de apoio a projetos da sociedade civil para HIV e COVID-19

Foto: UNAIDS

O escritório regional do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) para América Latina e o Caribe lançou na semana passada (17) um edital para promover projetos e gerar evidências capazes de fortalecer a resposta de base comunitária ao HIV no contexto da COVID-19.

O edital surge dentro do âmbito do fortalecimento do papel central da sociedade civil e suas lideranças comunitárias que trabalham com HIV ou são afetadas pelo vírus na região da América Latina e do Caribe.

Essa iniciativa responde aos dados revelados pela última pesquisa rápida online realizada pelo UNAIDS, em abril de 2020, especificamente na América Latina e no Caribe, para entender as necessidades das pessoas vivendo com HIV (PVHIV), no contexto desta pandemia de COVID-19.

Com mais de 2 mil respostas de pessoas vivendo com HIV, a pesquisa mostrou que, por exemplo, oito em cada dez pessoas indicaram que gostariam de receber informações sobre conselhos de cuidados para pessoas com HIV e 31% delas afirmaram que não estavam recebendo informações suficientes sobre como impedir a transmissão do novo coronavírus.

Outras evidências indicaram que 70% das pessoas que responderam à pesquisa não usam antirretrovirais (ARV) havia mais de dois meses, o que se torna um desafio para os sistemas de saúde da região e para as respostas de base comunitária. No caso de refugiados e migrantes vivendo com HIV, esse percentual sobe para 78%.

Os resultados desta pesquisa constituem um alerta que exige a participação de governos, cooperação internacional e sociedade civil em uma resposta coordenada e intersetorial às necessidades das pessoas vivendo com HIV. O UNAIDS contribui apoiando a ação de organizações da sociedade civil, lideradas por e para comunidades que vivem com ou são afetadas pelo HIV.

As linhas estratégicas deste edital são:

– Prevenção da transmissão da COVID -19.
– Resposta contínua, prevenção e assistência ao HIV.
– Direitos humanos, estigma, discriminação e violência contra pessoas que vivem com e são afetadas pelo HIV e pela COVID-19.

Este edital inclui um espaço de treinamento no qual as organizações que desejam enviar propostas receberão diretrizes para a preparação do projeto que pretendem realizar.

O cronograma do processo pode ser consultado neste link para o edital.

No caso de dúvidas, enviar email para [email protected] ou [email protected]

UNAIDS lança pesquisa voltada a populações-chave para resposta ao HIV

Pesquisa online quer descobrir o impacto da COVID-19 entre populações-chave da América Latina e do Caribe. Foto: UNAIDS

A COVID-19 é uma pandemia sem precedentes devido à sua velocidade de propagação e seu impacto na saúde pública, na economia e na dinâmica social.

Nesse contexto, o escritório regional do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) para a América Latina e o Caribe lançou uma nova pesquisa voltada para as populações-chave – aquelas que são essenciais para a resposta ao HIV e para sua dinâmica como epidemia.

O objetivo é compilar e fornecer informações estratégicas atualizadas, a fim de compreender melhor estas populações mais vulneráveis, especialmente as que são mais afetadas pelo HIV. Clique aqui e participe!

Fazem parte deste grupo populacional homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, trabalhadores e trabalhadoras do sexo, pessoas trans, pessoas usuárias de drogas, privadas de liberdade e pessoas em mobilidade.

Também são consideradas chave para esta pesquisa pessoas pertencentes a povos indígenas e afrodescendentes que, muitas vezes se encontram em situação de vulnerabilidade ??ao HIV pela falta de acesso adequado aos serviços de saúde e ao exercício de seus direitos. Durante a atual pandemia da COVID-19, o estigma e a discriminação podem afetar particularmente estas pessoas pertencentes às populações-chave.

A pesquisa ajudará o UNAIDS a contribuir com governos, sociedade civil e outros parceiros na mitigação do impacto da pandemia da COVID-19 sobre estas populações. Este levantamento busca entender melhor o contexto atual destas pessoas, incluindo aspectos como acesso a informações e recursos essenciais de proteção, assistência e prevenção ao HIV, serviços de saúde e recursos de proteção social, além de experiências de estigma e discriminação sofridas por elas na região.

Os resultados da pesquisa serão fundamentais para orientar a atuação do UNAIDS na América Latina e no Caribe em resposta às duas pandemias convergentes, de AIDS e da COVID-19, para ajudar a impedir a propagação destas doenças e reduzir os impactos de ambas na sociedade, com a intenção de não deixar ninguém para trás.

As informações obtidas e os dados individuais desta pesquisa são estritamente confidenciais. Os dados coletados serão usados ??para análises regionais e nacionais da população.

Se você pertence a alguma população-chave, compartilhe suas necessidades relacionadas ao acesso a informações, prevenção e assistência ao HIV, acesso a recursos de proteção social e possíveis experiências de estigma e discriminação.

A pesquisa é dividida em seis seções e leva poucos minutos para ser concluída.

O UNAIDS agradece às pessoas das principais populações-chave que participaram da elaboração desta pesquisa.

Clique aqui e participe!