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Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO para o Dia Mundial da Diversidade Cultural – 21 de maio de 2011

Mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento – 21 de maio de 2011

Há dez anos, a comunidade internacional se reuniu para destacar a importância do diálogo entre as culturas e seu compromisso com a diversidade, adotando unanimemente a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO.

Com esta declaração histórica, os Estados do mundo reconheceram a diversidade cultural como um patrimônio comum da humanidade.

Todas as culturas e civilizações contribuem com o enriquecimento da espécie humana. A diversidade cultural é um ponto forte. Sua defesa é um imperativo ético, inseparável do respeito pela dignidade humana. O reconhecimento desta diversidade pode acelerar o entendimento mútuo e criar um espaço comum ao redor de valores compartilhados. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para violar os direitos humanos, ou limitar seu escopo.

O entendimento da diversidade cultural é um aliado na busca pelo desenvolvimento. Várias décadas de programas internacionais mostraram que não há um modelo único de desenvolvimento que seja aplicável a todos os países e a todas as culturas. O reconhecimento da diversidade cultural é a única coisa que pode nos ajudar a implementar programas apropriados.

Há mais de 20 anos a UNESCO busca promover a importância da diversidade cultural, elaborando políticas internacionais de desenvolvimento que sejam mais efetivas e sustentáveis. A onda de democracia que surge no mundo árabe em 2011 é uma prova da universalidade do desejo de liberdade e dignidade. Ela confirma a relevância da Declaração de 2001 e a necessidade de assegurar que seus princípios sejam postos em prática.

A adoção da Convenção da UNESCO para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (2003) e da Convenção da UNESCO sobre a Proteção e a Promoção das Expressões de Diversidade Cultural (2005) foi um grande passo para o reconhecimento desta diversidade. A resolução das Nações Unidas sobre cultura e desenvolvimento, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de dezembro de 2010, é outro passo revolucionário que enfatiza a contribuição da cultura e da diversidade cultural com o desenvolvimento sustentável e com a realização das Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Este progresso reflete uma tendência positiva. Esta nova consciência deve se materializar em ação para apoiar os grupos populacionais e o diálogo cultural. É necessário entender esta diversidade se quisermos fortalecer a cooperação entre os Estados, enfrentar juntos desafios comuns e aprender a conviver em sociedades modernas e, geralmente, heterogêneas. Assim, apelo aos governos, às ONGs e à sociedade civil para que contribuam com a melhoria de nossas habilidades interculturais por meio da arte, do esporte, do aprendizado de ciências humanas e idiomas, e para que melhorem nossa diversidade, para o benefício de todos.

Primeiro-ministro turco aponta necessidade de eliminar todas as armas nucleares do mundo

Primeiro Ministro da Turquia, Recep Tayyip ErdogaA exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez um discurso anti-armas nucleares durante a abertura do III Fórum da Aliança de Civilizações, nesta sexta-feira (28). Erdogan afirmou que “o armamento nuclear é algo repulsivo e ameaça o nosso futuro”. “Temos que eliminar todas as armas nucleares do mundo”, disse.

Segundo ele, as diferenças culturais e religiosas são resultado natural da condição humana e “fazer dessas diferenças um pretexto para criar conflitos é destruir a própria humanidade”. O primeiro-ministro turco declarou que atualmente há no mundo uma série de ameaças que todos conhecemos e testemunhamos, como o “tráfico de mulheres, tráfico de drogas e o aquecimento global”.

“No entanto, há outras ameaças que talvez não estejam sendo vistas. O preconceito, a intolerância, a impaciência e a discriminação. Devemos trazer a atenção do mundo para elas e mostrar que podemos eliminá-las”, afirmou.

Segundo Erdogan, a Aliança de Civilizações tem o papel fundamental de deixar claro que diferentes culturas e civilizações podem coexistir em paz. “É preciso abraçar a todos sem discriminação. Quem quer justiça e igualdade deve tratar as pessoas dessa forma”, concluiu.

“Energia nuclear deve ser ferramenta para o desenvolvimento e não ameaça à paz mundial”, diz Lula

Lula discursa na abertura do III Fórum da Aliança de CivilizaçõesO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (28) que a energia nuclear deve ser uma ferramenta para o desenvolvimento e não uma ameaça à paz mundial. Em discurso durante a abertura do III Fórum da Aliança de Civilizações, Lula lembrou que o Brasil é um dos poucos países cuja constituição proíbe a produção de armas nucleares e disse que “a existência de armas de destruição em massa faz do mundo um lugar menos seguro”.

Lula declarou que sua experiência como sindicalista o ensinou que posições inflexíveis afastam a possibilidade das soluções de paz que a maioria aspira – e que, com esses princípios, viajou a Tel-Aviv (Israel) e Ramalá (Cisjordânia), tentando buscar a paz.

“Com esse propósito, o primeiro-ministro Erdogan (da Turquia) e eu fomos a Teerã (Irã) buscar com o presidente Ahmadinejad uma solução negociada para um conflito que ameaça muito mais do que a estabilidade de uma região importante do planeta. O mundo precisa do Oriente Médio em paz”, afirmou.

O presidente destacou que a tolerância é fundamental para paz e citou as diversas etnias, religiões e culturas que, juntas e convivendo pacificamente, compõe a nação brasileira.

Lula falou ainda que a juventude é a promessa do futuro e sua participação em programas de diálogo é indispensável para a construção de um ambiente naturalmente tolerante. Segundo ele, esse deve ser o centro deste III Fórum da Aliança de Civilizações, ao lado do papel decisivo que tem os meios de comunicação.

“Esse terceiro fórum confirma que não devemos perder o entusiasmo ouvindo aqueles que duvidam que atinjamos nossos objetivos. É fundamental o diálogo entre estados e sociedades que desejam criar um mundo baseado na compreensão e na solidariedade. Essa é a mensagem”, finalizou o presidente.

Especialistas da ONU afirmam que diversidade cultural não deve ser usada para infringir os direitos humanos

Especialistas da ONU afirmam que diversidade cultural não deve ser usada para infringir os direitos humanosNa véspera da comemoração do Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, comemorado dia 21 de maio, especialistas em direitos humanos das Nações Unidas afirmaram que a defesa da diversidade cultural anda lado a lado ao respeito pelo indivíduo e não deve ser usada para infringir os direitos humanos. O grupo de especialistas, reportando-se para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra (Suíça), lembrou os Estados-Membros sua responsabilidade sob a lei internacional de criar um ambiente que conduza à diversidade cultural e ao gozo de seus direitos.

De acordo com a declaração, “todas as pessoas, incluindo minorias nacionais, étnicas, religiosas, linguísticas e aquelas baseadas em outros atributos, assim como os indígenas, tem o direito de se expressar”. Isso inclui a criação e disseminação de seu trabalho na língua que escolherem; acesso a educação de qualidade que respeite completamente a sua identidade cultural; participação na vida cultural de sua escolha; e a condução de suas próprias práticas culturais. “Os valores universais dos direitos humanos devem servir como uma ponte entre todas as culturas e não devem ser subservientes a quaisquer normas sociais, culturais ou religiosas”, concluem.

Informações complementares, em inglês, podem ser acessadas clicando aqui.