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Missão de inquérito sobre incidente com flotilha em Gaza parte para Turquia e Jordânia

Navio saindo da Turquia em direção a Gaza. Foto: ONU.A missão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que vai investigar o incidente com a frota de Gaza está visitando a Turquia e a Jordânia para entrevistar testemunhas e funcionários do governo. O grupo, independente e internacional, é composto por três peritos de alto nível. Técnicos e especialistas jurídicos acompanharão a missão, presidida pelo juiz Carlos T. Hudson-Phillips, ex-juiz do Tribunal Penal Internacional (TPI), na visita de duas semanas aos dois países.

Seus outros membros são Desmond de Silva, um ex-promotor-chefe do Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL), e Shanthi Dairiam, membro da Força-Tarefa de Igualdade entre os Gêneros do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A missão passou duas semanas em Genebra (Suiça), onde elaborou seus termos de referência e manteve conversas com diplomatas, incluindo os embaixadores de Israel e Turquia. Na semana passada, eles entrevistaram testemunhas em Londres (Reino Unido) e em Genebra para recolher informações em primeira mão para avaliar os fatos sob a sua consideração.

Os 47 membros do Conselho de Direitos Humanos, sediado em Genebra, votaram em junho – com 32 votos a favor, três contra e nove abstenções – autorizar a missão para investigar o incidente com a frota, que havia partido da Turquia em direção a Faixa de Gaza. A missão deverá apresentar o seu relatório na próxima sessão do Conselho, em setembro.

Conselho de Segurança: Brasil se posiciona contra novas sanções ao Irã

Representante do Brasil na ONU justifica voto contra as sanções ao Irã. Foto: UN.Na reunião do Conselho de Segurança sobre a não-proliferação de armas nucleares desta quarta-feira (9), onde uma nova rodada de sanções contra o Irã foi aprovada, Brasil e Turquia foram os únicos países entre 15 votantes a se manifestarem contra a resolução. A representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, Maria Luiza Viotti, expressou seu descontentamento com a medida adotada ao se dirigir ao Conselho.

Viotti justificou o voto como um ato de respeito ao acordo assinado em 17 de maio entre Brasil, Turquia e Irã. Adotar as sanções na conjuntura atual seria ir contra os esforços brasileiros e turcos de negociar uma solução com o Irã. Ela declarou que sanções não seriam efetivas no momento e que levariam sofrimento ao povo iraniano, além de favorecer aqueles que não queriam uma resolução pacífica da questão.

Descrevendo a Declaração de Teerã como uma oportunidade única que não deveria ser descartada, Viotti destacou que o acordo foi aprovado por altos oficiais iranianos, assim como pelo Parlamento. O acordo previa o uso de energia nuclear e oferecia maneiras de verificar de forma plena seus objetivos pacíficos. Ela afirmou que a Declaração mostrava que diálogos funcionam melhor que sanções, além de expressar seu profundo lamento pelo documento não ter tido o reconhecimento merecido nem tempo suficiente para mostrar resultados.

A Representante também mostrou preocupação com a carta do Grupo de Viena – composto por EUA, França e Rússia – ter chegado algumas horas antes da reunião, sem dar tempo da reação do Irã. Também foi preocupante, acrescente, o fato de que os membros permanentes do Conselho, junto com um Estado que não é membro, negociarem a portas fechadas durante um mês. O Brasil reafirmou a importância de manter toda a atividade nuclear sob a guarda da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), enfatizando que as atividades do Irã não são exceção.

Viotti também afirmou que a resolução atrasaria o progresso das negociações e que as desconfianças sobre o programa nuclear do Irã não se resolveriam até que os diálogos se iniciem. Segundo ela, ao adotar as sanções o Conselho escolhe um de dois caminhos para se resolver a questão. Na opinião do Brasil, o Conselho de Segurança escolheu o caminho errado.

Primeiro-ministro turco aponta necessidade de eliminar todas as armas nucleares do mundo

Primeiro Ministro da Turquia, Recep Tayyip ErdogaA exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez um discurso anti-armas nucleares durante a abertura do III Fórum da Aliança de Civilizações, nesta sexta-feira (28). Erdogan afirmou que “o armamento nuclear é algo repulsivo e ameaça o nosso futuro”. “Temos que eliminar todas as armas nucleares do mundo”, disse.

Segundo ele, as diferenças culturais e religiosas são resultado natural da condição humana e “fazer dessas diferenças um pretexto para criar conflitos é destruir a própria humanidade”. O primeiro-ministro turco declarou que atualmente há no mundo uma série de ameaças que todos conhecemos e testemunhamos, como o “tráfico de mulheres, tráfico de drogas e o aquecimento global”.

“No entanto, há outras ameaças que talvez não estejam sendo vistas. O preconceito, a intolerância, a impaciência e a discriminação. Devemos trazer a atenção do mundo para elas e mostrar que podemos eliminá-las”, afirmou.

Segundo Erdogan, a Aliança de Civilizações tem o papel fundamental de deixar claro que diferentes culturas e civilizações podem coexistir em paz. “É preciso abraçar a todos sem discriminação. Quem quer justiça e igualdade deve tratar as pessoas dessa forma”, concluiu.

Irã: Resoluções do Conselho de Segurança precisam ser respeitadas

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)Questionado sobre um acordo alcançado pelo Irã com a Turquia e o Brasil, em uma troca de combustível nuclear, o Porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky, declarou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estava esperando receber informações mais precisas sobre o acordo antes de se pronunciar. Porém, disse que qualquer esforço para resolver as diferenças pela via diplomática era encorajador, no sentido de que é importante que haja debates.

Nesirky salientou a importância das resoluções do Conselho de Segurança da ONU já em vigor e disse que estas precisavam ser respeitadas e declarou que a questão estava “firmemente” nas mãos do Conselho de Segurança.

Em resposta a uma pergunta sobre a próxima visita do Secretário-Geral ao Brasil, ele disse que o Secretário-Geral participaria do Fórum da Aliança das Civilizações e manterá reuniões bilaterais com autoridades brasileiras.