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Com apoio da ONU, Prêmio Abdias Nascimento abre inscrições até 21 de agosto

Com apoio da ONU, Prêmio Abdias Nascimento abrirá inscrições em 11 de maio

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e outros parceiros, lançará o catálogo do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento em 10 de maio. As inscrições para a 2ª edição do concurso estarão abertas de 11 de maio a 21 de agosto.

O Prêmio oferece R$ 35 mil distribuídos em sete categorias: Mídia Impressa, Televisão, Rádio, Mídia Alternativa ou Comunitária, Fotografia, Internet e Especial de Gênero. Criado em homenagem ao ativista histórico dos direitos humanos, simboliza a busca de um jornalismo mais plural nas redações. O propósito é estimular a produção de conteúdos jornalísticos sobre temas relacionados à população negra.

Heraldo Pereira participará do evento num bate-papo sobre “A questão negra e a imprensa no Brasil”. A programação inclui ainda a exibição do documentário com os melhores momentos de 2011 e a performance do ator José Araújo, numa homenagem especial ao ex-senador Abdias Nascimento, falecido no ano passado aos 97 anos.

Serviço

O que: Lançamento do catálogo Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento e anúncio da abertura das inscrições
Quando: 10 de maio, às 10 horas
Local: Rua Evaristo da Veiga, 16 – 17º andar, Centro – RJ
Informações: www.premioabdiasnascimento.org.br

Campanha de rádio divulga o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas

Data é comemorada no dia 27 de abril. No Brasil, a profissão é exercida por 6,2 milhões de pessoas

Campanha de rádio divulga o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas

Brasília, 18 de abril de 2011 – A campanha de rádio “Respeito e dignidade para as trabalhadoras domésticas: uma profissão como todas as outras” começa a ser divulgada nesta segunda-feira (18/4) para emissoras comerciais, comunitárias, universitárias, sindicais, entre outras, de todo o Brasil. A iniciativa tem o objetivo de divulgar os direitos das trabalhadoras domésticas e valorizar o trabalho doméstico. São três spots de 60 segundos, em média, gravados com: a presidente da Fenatrad – Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, um empregador e uma trabalhadora doméstica.

A iniciativa é assinada pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, ONU Mulheres (antes UNIFEM) e Fenatrad, com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). O relançamento da campanha de rádio “Respeito e dignidade para as trabalhadoras domésticas: uma profissão como todas as outras” é uma das estratégias para dar visibilidade ao trabalho doméstico, por ocasião do Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas, comemorado em 27 de abril. Em 2010, a campanha ganhou a adesão da Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão e foi veiculada em centenas de emissoras de rádio de todo o Brasil.

Trabalho doméstico: desigualdades de gênero e raça

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, em 2008, a categoria das trabalhadoras domésticas representava 15,8% do total da ocupação feminina, o que correspondia, em termos numéricos, a 6,2 milhões de mulheres. Entre as mulheres negras, 20,1% das ocupadas eram trabalhadoras domésticas. Dentre as mulheres brancas, amarelas e indígenas ocupadas, o trabalho doméstico correspondia a cerca de 12% do total da sua ocupação.

Embora agregue um número significativo de mulheres, o trabalho doméstico é marcado por condições precárias. Somente 26,8% da categoria têm carteira assinada. Entre aquelas que não têm carteira assinada, as mulheres negras eram a maioria (59,2%). Os baixos rendimentos também são uma característica desta ocupação: entre as trabalhadoras com carteira assinada, o rendimento médio mensal era de R$ 523,50, ao passo que entre aquelas sem carteira, esta média caia para R$ 303,00. As trabalhadoras negras, particularmente, recebiam, em média, apenas R$ 280,00.

Direitos a serem conquistados

O trabalho doméstico é uma atividade laboral essencial não apenas para o funcionamento dos lares (domicílios), como também para a sociedade e para as economias. Atualmente, a demanda pelo trabalho doméstico remunerado tem crescido em todas as partes do mundo. As características peculiares do trabalho doméstico e sua complexidade colocam grandes desafios do ponto de vista da ação pública e da organização de atores sociais para a superação das discriminações de gênero e raça e para a promoção de direitos.

Apesar do reconhecimento oficial como ocupação e dos direitos assegurados em lei, o trabalho doméstico é um trabalho desvalorizado e invisibilizado, pouco regulamentado e cujas características se afastam da noção de trabalho decente. É marcado pela informalidade, pouco cobertura da proteção social e baixa remuneração. As trabalhadoras domésticas sofrem com o desrespeito sistemático de seus direitos humanos e dos direitos fundamentais no trabalho. É uma ocupação na qual as discriminações de gênero e raça se entrelaçam e se fortalecem mutuamente. A desvalorização do trabalho dos cuidados, tradicionalmente realizado pelas mulheres, e a associação com atividades realizadas em regime de servidão e escravidão estão na base do não reconhecimento do trabalho doméstico como uma profissão como todas as outras.

Clique nos links abaixo e escute os spots (para baixar os arquivos, clique em cima das legendas):

Mais informações

Assessoria de Comunicação
ONU Mulheres Brasil e Cone Sul
[email protected]
(61) 3038.9287

Dia Internacional da Mulher – 08 de março de 2011

Michelle Bachelet (UN Photo/Paulo Filgueiras)Momento de Transformar a Igualdade de Gênero em Realidade: Mensagem da Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet

Há cem anos, as mulheres em todo mundo deram um passo histórico no longo caminho pela igualdade. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi convocado para chamar a atenção sobre as condições de trabalho inaceitáveis  e muitas vezes perigosas que tantas mulheres enfrentaram no mundo. Embora a ocasião fosse comemorada em somente um punhado de países, esta levou milhões de mulheres para as ruas, onde exigiram não somente melhores condições de trabalho, mas também o direito de votar, de ocupar cargos e de desfrutar a igualdade de condições com os homens.

Tenho a suspeita de que essas valentes pioneiras enxergariam o mundo de hoje com uma mescla de orgulho e desilusão. São notáveis os progressos, tendo em vista que no século passado houve uma ampliação sem precedentes dos direitos jurídicos das mulheres. Certamente, é possível afirmar que o avanço dos direitos das mulheres é uma das revoluções sociais mais profundas que se viram no mundo.

Há cem anos, as mulheres podiam votar em apenas dois países. Hoje esse direito é praticamente universal e as mulheres são eleitas para comandar governos em cada um dos continentes. Além disso, as mulheres ocupam cargos de direção em profissões em que antes estavam proibidas.

Menos que há um século, a polícia e os tribunais consideravam que a violência doméstica era um assunto meramente privado. Atualmente, dois terços dos países contam com leis específicas que penalizam a violência doméstica, enquanto que o Conselho de Segurança das Nações Unidas agora reconhece o emprego da violência sexual como uma tática de guerra deliberada.

Apesar dos progressos alcançados no último século, as esperanças de igualdade expressadas naquele primeiro Dia Internacional da Mulher estão longe de ter sido realizadas. Quase duas em cada três pessoas adultas analfabetas são mulheres. As meninas têm menos probabilidade de ir à escola do que os meninos. A cada 90 segundos, todos os dias, uma mulher morre durante a gravidez devido a complicações relacionadas ao parto, embora tenhamos conhecimento e os recursos para garantir um parto seguro.

Em todo o mundo, as mulheres ganham menos do que os homens pelo mesmo trabalho. Em vários países, elas enfrentam a desigualdade de acesso a terra e aos direitos à herança. Embora existam avanços muito positivos, as mulheres ocupam somente 19% das cadeiras legislativas, são apenas 8% dos representantes nas negociações de paz e há 28% de mulheres que são chefes de Estado ou governo.

Não são somente as mulheres quem pagam o preço desta discriminação. Todos sofremos por não aproveitar ao máximo o talento e o potencial da metade da população. Com isso estamos minando a qualidade das democracias, a força das economias, a saúde das sociedades e a sustentabilidade da paz.

O tema prioritário do Dia Internacional da Mulher deste ano está focado no acesso igualitário das mulheres à educação, à capacitação, à ciência e à tecnologia, e destaca a necessidade de aproveitar este potencial.

A agenda para garantir a igualdade de gênero e os direitos das mulheres é uma agenda global, um desafio para cada país, seja rico ou pobre, do norte ou do sul. Foi em reconhecimento da universalidade e das recompensas de fazê-lo bem que as Nações Unidas uniram quatro organizações anteriores para criar a ONU Mulheres.

O objetivo deste novo órgão, que tenho o enorme privilégio de conduzir, consiste em estimular todo o Sistema ONU para que cumpramos a promessa de igualdade de direitos para homens e mulheres, como estabelece a Carta da ONU. Isso é algo pelo que venho lutando durante toda a minha vida.

Como mãe jovem e pediatra, passei pelo esforço de equilibrar família e profissão e observei como a ausência de creches impedia as mulheres de terem acesso ao trabalho remunerado. A oportunidade de ajudar a remover essas barreiras foi uma das razões pelas quais ingressei na política. Foi por isso que apoiei políticas que ampliaram os serviços de saúde e cuidado infantil para as famílias e que davam prioridade no gasto público para a proteção social.

Como Presidenta trabalhei arduamente para criar a igualdade de oportunidades para que homens e mulheres contribuíssem com seu talento e experiência aos desafios do nosso país. Foi por isso que propus um gabinete que tivesse igual número de homens e mulheres.

Como Diretora-Executiva da ONU Mulheres, quero usar minha vivência e o conhecimento e a experiência coletiva que tenho para incentivar o progresso rumo à verdadeira igualdade de gênero em todo o mundo. Trabalhemos, numa estreita articulação, com homens e mulheres, líderes e cidadãos, a sociedade civil, o setor privado e todo o Sistema ONU para ajudar os países a desenvolverem políticas, programas e orçamentos para cumprir este louvável objetivo.

Eu mesma já vi o que as mulheres, muitas vezes sob as circunstâncias mais difíceis, podem conquistar para suas famílias e sociedades se elas tiveram a oportunidade. A força, o trabalho e a sabedoria das mulheres continuam sendo os recursos mais desaproveitados da humanidade.

Simplesmente não podemos nos dar o luxo de esperar outros 100 anos para libertar todo esse potencial.

Fim da violência contra as mulheres: nós, todos e todas, devemos nos unir

Por Michelle Bachelet (*), Diretora Executiva da ONU Mulheres

Por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, nos juntamos aos milhões de mulheres e homens, grupos comunitários, redes pelos direitos das mulheres, parceiros governamentais, parlamentares, trabalhadores de saúde e professores que fazem do 25 de novembro – Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres – um dia em que nos unimos e renovamos nosso compromisso comum com o fim da pandemia global da violência contra as mulheres.

No mundo todo, mulheres e meninas continuam a sofrer violência dentro e fora de suas casas, muitas vezes pela ação de parceiros íntimos ou pessoas da sua confiança. A violência de gênero, especialmente a violência sexual, também se tornou uma característica complicada e persistente das situações de conflito armado. O fim das violações dos direitos humanos das mulheres é um imperativo moral pelo qual todos devemos lutar juntos. O impacto de tal flagelo na sociedade – seja de ordem psicológica, física ou econômica – não pode ser mais evidente. Enfrentar esta violação persistente também pode reverter o impacto econômico da significativa queda de produtividade e aumento dos gastos com os cuidados de saúde – recursos gastos com um problema evitável.

A campanha do Secretário-Geral “UNA–SE pelo fim da violência contra as mulheres” deu um novo impulso aos esforços para acabar com a violência contra as mulheres. Mais de 130 países contam hoje com leis contra a violência doméstica, mas é preciso fazer muito mais para aplicá-las e acabar com a impunidade. Mais homens e suas organizações estão aderindo a essa campanha pelo fim da violência contra as mulheres e meninas; porém, precisamos combater atitudes e comportamentos que pemitem ou até mesmo estimulam essa violência. Precisamos de serviços que permitam que os milhões de mulheres e meninas que sofrem abusos todo ano possam se recuperar e obter justiça. Preicsamos responsabilizar os perpetradores. Precisamos intensificar os esforços de prevenção, de modo que um dia não precisemos mais nos reunir no 25 de Novembro e pedir o fim da violência contra as mulheres.

A união de esforços para acabar com a violência é responsabilidade de todos. Governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil, comunidades e indivíduos podem dar contribuições essenciais. Homens e meninos devem incentivar ativamente o respeito às mulheres e a tolerância zero com a violência. Líderes culturais e religiosos devem enviar mensagens claras sobre o valor de um mundo livre da violência contra as mulheres.

Tão importante quanto nos unirmos pelo fim da violência é assumirmos a responsabilidade aportar recursos suficientes para este fim. Até o momento, o investimento tem sido insuficiente. No ano passado, o Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres atendeu apenas 3% das propostas que recebeu de programas essenciais para o avanço. O Fundo tem uma meta de US$ 100 milhões disponíveis por ano, quee todos podemos lutar para atingir. Esses recursos serão destinados a governos, organizações da sociedade civil e agências da ONU que atuam em incidência política e inovação pelo fim da violência contra as mulheres e meninas.

Passo a passo, podemos trabalhar juntos e juntas rumo ao dia em que todas as mulheres vivam livres de violência e realizem plenamente seu potencial como poderosas agentes de sociedades prósperas e pacíficas.

(*) Michelle Bachelet é Diretora Executiva da ONU Mulheres.

Venezuela: agência da ONU fornece treinamento para ajudar a combater a violência sexual

Mapa: Colômbia e Venezuela.O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) desenvolveu um projeto para ajudar grupos mais vulneráveis na Venezuela, particularmente a grande população de refugiados colombianos que cruzaram a fronteira para evitar conflitos em sua terra natal. O treinamento foi realizado no estado de Zulia, no noroeste do país, que fica perto da fronteira com a Colômbia.

O programa faz parte de um esforço mais amplo do ACNUR, que inclui oficinas e a realização de um fórum, a fim de resolver os problemas da violência sexual e baseada no gênero no país da América do Sul. Treinamentos de assistência médica e psicossocial, jurídico e de proteção foram fornecidos a cerca de 100 trabalhadores de instituições governamentais, organizações não governamentais (ONGs) e forças de segurança pelo ACNUR e pela Organização Internacional para as Migrações (IOM, na sigla em inglês).

Um projeto apoiado pelas Nações Unidas na Venezuela já treinou dúzias de funcionários do governo e membros das forças de segurança sobre como evitar a violência sexual e baseada no gênero, além de buscar um melhor atendimento e proteção às vítimas.