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Pillay pede ao México para procurar 40 migrantes sequestrados

A Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi PillayMônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que está profundamente preocupada com a situação de 40 migrantes sequestrados em dezembro no México.

Num comunicado, emitido nesta sexta-feira em Genebra, Pillay pediu ao governo mexicano que encontre o grupo, e investigue as circunstâncias do sequestro.

Ameaças de Morte

Ela informou que defensores de direitos humanos, que ajudaram alguns dos migrantes, estão recebendo agora ameaças de morte.

O grupo, de cerca de 250 pessoas da América Central, viajava num trem, no sul do México, quando foi parado por uma operação policial e de imigração.

De acordo com relatos, 92 migrantes foram presos na ação que também teria contado com policiais militares.

Vistos

Testemunhas dizem que o grupo liberado teria sido pressionado a “dar dinheiro” para o condutor. Meia hora depois, homens armados teriam invadido o trem, roubado alguns dos migrantes e sequestrado 40 deles, incluindo 10 mulheres e uma criança.

O Ministério do Interior do México revelou que está investigando o assunto. O órgão informou que os migrantes que testemunharam o sequestro, receberam vistos humanitários e foram levados para a Cidade do México para serem interrogados.

Mortes Violentas

Navi Pillay disse que as autoridades mexicanas precisam apurar se os agentes da lei ou operadores do trem estatal foram cúmplices do sequestro ou da extorsão.

Somente no ano passado, o México registrou 15,200 mortes violentas. Migrantes e ativistas de direitos humanos têm sido alvo de uma onda de crime e violência.

Em agosto passado, a Marinha mexicana descobriu 72 corpos de migrantes, mortos com sinais de execução. Entre as vítimas, havia pelo menos dois brasileiros.

Ouça a matéria da Rádio ONU clicando aqui.

Efeitos das mudanças climáticas na América Latina e no Caribe

O relatório entitulado “Gráficos vitais sobre mudanças cilmáticas para a América Latina e o Caribe”, produzido pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), retrata os impactos físicos das mudanças climáticas na região e calcula os níveis atuais de emissões de gases que contribuem para o efeito estufa, bem como as possibilidades de atenuação dos mesmos. Lançado na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas em Cancun, México, o relatório inclui ainda previsões para o cenário climático da região.

Produzido em colaboração com a Divisão de Desenvolvimento Sustentável e Assentamentos Humanos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e com o Centro de Pesquisa Polar do PNUMA, o relatório se baseia em análises de variáveis como temperatura, chuvas e níveis oceânicos, mostrando que os países da região precisarão de recursos e assistência para se tornarem menos vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Apesar da contribuição da América Latina e Caribe para a emissão de gases estufa ser de apenas 8%, a região deve sofrer fortes impactos com as mudanças do clima. O número de pessoas afetadas por eventos climáticos, como queimadas de florestas, tempestades, elevação da temperatura e inundações aumentou de 5 milhões, em 1970, para mais de 40 milhões, entre 2000 e 2009. Condições adversas do tempo ja custaram à região mais de 40 bilhões de dólares na última década, informa o relatório.

Gráficos mostram que, em 2050, os aumentos na temperatura e no nível dos oceanos resultarão no branqueamento das barreiras de coral, afetando negativamente o turismo e a pesca locais. Outros revelam a necessidade de avanços rápidos na redução da emissão de gases provenientes do desmatamento das florestas.

O documento faz um alerta para o aumento de doenças tropicais como febre amarela, dengue e malária. Também é destacada a necessidade de maior coordenação regional e da instituição de práticas sustentáveis, como o investimento em tecnologia e recursos para reduzir a emissão de gases estufa e expandir fontes de energia limpa e renovável, poupando energia e aumentando sua eficiência.

Diversos países da região já começaram a adotar tais medidas, investindo em estratégias e soluções para lidar com as mudanças climáticas. Para serem eficazes, no entanto, estas ações requerem esforço nacional e regional.

Chefe dos Direitos Humanos da ONU condena assassinato de migrantes no México

AltaA Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou veementemente hoje (27) o assassinato de 72 migrantes no norte do México e pediu às autoridades que tomem medidas urgentes para garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.

A Marinha mexicana descobriu na última terça-feira (24) um local com 72 corpos, incluindo 14 mulheres, aparentemente executados por membros do crime organizado. As vítimas seriam migrantes sem documentos da América Central e da América do Sul, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).

A Alta Comissária pediu às autoridades “para conduzirem uma investigação completa sobre essas mortes com urgência, e que ela seja transparente e independente. Ela também pediu para que seja preservada a dignidade das vítimas, assegurando a sua identificação e retorno aos familiares”, em conformidade com as obrigações internacionais do México. Pillay destacou que “assegurar que não haja impunidade é crucial para evitar a repetição de tal crime hediondo”.

Aproximadamente 400 mil migrantes transitam pelo México todo ano, de acordo com o Relator Especial da ONU para os Direitos Humanos de Migrantes, Jorge Bustamante, que acrescentou que a maioria é vítima de tráfico de redes de gangues transnacionais também envolvidas no contrabando e tráfico drogas.