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Todos os países devem proteger os direitos das dezenas de milhões de migrantes irregulares

Trabalhadores migrantes enviam dinheiro para suas famílias. Foto: ONU.Todos os países devem proteger os direitos humanos das dezenas de milhões de migrantes em todo o mundo que não têm estatuto legal próprio e estão, portanto, mais propensos a sofrerem abusos, detenções prolongadas e maus-tratos, estupro, escravidão, ou mesmo assassinato, um grupo apoiado pelas Nações Unidas alertou ontem (30/09).

“Muitas vezes, os Estados têm abordado a migração irregular unicamente sob a ótica da soberania, da segurança das fronteiras ou da aplicação das leis, às vezes hostis aos estrangeiros”, afirmou o Grupo Global de Migração (GMG) ao final de uma reunião em Genebra (Suíça), que constatou também que as crianças estão particularmente vulneráveis.

“Embora os Estados tenham interesse legítimo em garantir a segurança de fronteiras e exercer o controle da imigração, essas preocupações não podem, e, certamente, não em matéria de direito internacional, triunfar sobre as obrigações do Estado de respeitar os direitos garantidos internacionalmente a todas as pessoas, de protegê-las contra os abusos, e de fazer com que elas desfrutem de uma vida digna e segura”.

O GMG, composto por 12 agências da ONU, pelo Banco Mundial e pela Organização Internacional para as Migrações (IOM, na sigla em inglês), afirmou que todos, independentemente do status de sua migração, gozam dos direitos fundamentais à vida, liberdade e segurança, à liberdade contra a prisão ou detenção arbitrárias, refúgio contra perseguição e proteção contra a discriminação baseada em raça, sexo, língua, religião, origem nacional ou social, ou qualquer outra condição.

Chefe dos Direitos Humanos da ONU condena assassinato de migrantes no México

AltaA Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou veementemente hoje (27) o assassinato de 72 migrantes no norte do México e pediu às autoridades que tomem medidas urgentes para garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.

A Marinha mexicana descobriu na última terça-feira (24) um local com 72 corpos, incluindo 14 mulheres, aparentemente executados por membros do crime organizado. As vítimas seriam migrantes sem documentos da América Central e da América do Sul, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).

A Alta Comissária pediu às autoridades “para conduzirem uma investigação completa sobre essas mortes com urgência, e que ela seja transparente e independente. Ela também pediu para que seja preservada a dignidade das vítimas, assegurando a sua identificação e retorno aos familiares”, em conformidade com as obrigações internacionais do México. Pillay destacou que “assegurar que não haja impunidade é crucial para evitar a repetição de tal crime hediondo”.

Aproximadamente 400 mil migrantes transitam pelo México todo ano, de acordo com o Relator Especial da ONU para os Direitos Humanos de Migrantes, Jorge Bustamante, que acrescentou que a maioria é vítima de tráfico de redes de gangues transnacionais também envolvidas no contrabando e tráfico drogas.