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Conflitos próximos à fronteira entre Líbia e Tunísia deixam refugiados em situação de risco

Posto de fronteira vazio, entre a Líbia e a Tunísia.Conflitos perto da fronteira entre a Líbia e a Tunísia pararam o fluxo de migrantes provenientes da região das Montanhas Ocidentais da Líbia, informou hoje (29/04) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), expressando a preocupação de que os que fogem possam acabar em meio aos confrontos entre as tropas do governo e as forças de oposição.

“Houve um êxodo renovado de líbios que atravessam a região pobre das Montanhas Ocidentais nos últimos três dias. Mais de 3.100 pessoas atravessaram a fronteira apenas na quarta-feira”, disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, a jornalistas em Genebra. Ela disse que o grande número de refugiados que chegaram recentemente à região de Dehiba tem exercido pressão sobre os recursos de que o ACNUR dispõe na região, acrescentando que a maioria deles são mulheres e crianças.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, disse que, em reunião de coordenação inter-agências sobre a situação na cidade sitiada de Misrata, na semana passada, foi relatado que faltam enfermeiros, médicos e cirurgiões e que não há disponibilidade de cuidados pós-cirúrgicos. Além disso, materiais médicos não podem ser armazenados em locais estratégicos, pois os armazéns têm sido alvo de ataques.

Jasarevic disse que o a OMS e seus parceiros preparam um plano de resposta com base nas necessidades e lacunas identificadas pela equipe de avaliação que foi a Misrata, além de estarem trabalhando em um plano para evacuar feridos da cidade.

Ele acrescentou que a agência recebeu informações de que cerca de 500 pessoas têm necessidade de migrar para Benghazi e que suprimentos médicos suficientes para sete mil pessoas durante três meses foram enviados a Ajdabiyya pela estrada de Tobruk.

Sobe para 10 mil o número de tunisianos que chegaram à Itália em 2011

GENEBRA, 15 de março (ACNUR) – Nas últimas 24 horas, 22 embarcações com mais de 1,6 mil pessoas, quase todos jovens tunisianos do sexo masculino, desembarcaram na pequena ilha italiana de Lampedusa. Estas chegadas aumentam o número total de tunisinos que chegaram à Itália desde meados de janeiro para mais de 10 mil.

Apesar da atual crise humanitária na Líbia, a porta voz do ACNUR, Melissa Fleming, afirma que “a saída de pessoas da Tunísia não está relacionada com a situação em curso na Líbia. Através do contato que a equipe do ACNUR na Itália tem tido com os tunisianos recém-chegados, acredita-se que a maioria deles está em busca de emprego e melhores oportunidades econômicas, e não em busca de proteção internacional”.

Parece que as partidas estão ocorrendo de vários locais ao longo da costa da Tunísia. A equipe do ACNUR está em Lampedusa e vem tentando ajudar as autoridades italianas a lidar com esta situação. Os funcionários da ONU e entidades parceiras na Tunísia afirmam que algumas aldeias estão com sua população jovem masculina desfalcada, tendo permanecido no país apenas mulheres, crianças e idosos.

“Este tipo de migração não é atípico em países em transição, estamos cientes das várias demandas que recaem sobre as autoridades tunisianas atualmente. Soluções para este tipo de migração precisam ser encontradas através do diálogo entre os governos em questão, incluindo arranjos para o retorno ordenado e digno de pessoas que não precisam de proteção internacional, e da criação de oportunidades para a migração de trabalhadores que cumpram com as necessidades dos países em ambos os lados do Mediterrâneo”, afirmou Fleming.

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Povo tunisiano exige transformação radical do país, afirma relatório da ONU

Bacre Waly Ndiaye, líder da Missão da ONU na TunísiaAo emergirem de décadas de “negação da dignidade”, os tunisianos têm grandes expectativas de que as instituições do país se transformarão radicalmente, e que seus direitos serão protegidos e respeitados – aspirações que exigem uma gestão transparente para evitar que elas se transformem em frustração. Estas são algumas das conclusões apresentadas por uma missão de peritos da ONU que acaba de visitar a Tunísia.

“Testemunhamos o início de uma nova era na Tunísia,” declararam os quatro especialistas do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), em relatório, apresentado hoje, sobre a missão de uma semana ao país.

“Encontramos claros indícios de uma vontade de pôr em prática os mecanismos necessários para garantir uma clara ruptura com as injustiças do passado e elaborar uma visão para a nova Tunísia. Movimentos neste sentido devem ser reforçados e consagrados pela lei para garantir que eles se tornem característica permanente da sociedade tunisiana,” acrescentaram, salientando a necessidade de um sistema político plenamente participativo, da liberdade de expressão, do fim à impunidade e da superação das extremas desigualdades no país.

Os peritos, enviados pela Alta Comissária Navi Pillay depois que o Presidente Zine El Abidine Ben Ali fugiu do país, acreditam que “no cerne da restauração da dignidade está a redefinição da relação entre o Estado e seu povo”.

As autoridades tunisianas pediram que o ACNUDH monte um escritório no país para apoiar a transição e uma equipe avançada em breve estará no país para garantir que os direitos humanos continuem a ser o foco da transformação.

Em suas recomendações, os especialistas destacaram dez áreas que “requerem a atenção de entidades nacionais e internacionais,” incluindo a criação de estruturas de governo e processos decisórios que representem por completo o espectro político e todos os segmentos da sociedade, incluindo jovens e mulheres.

Outras áreas incluem a garantia de que todas as instituições estejam em conformidade com as normas internacionais de direitos humanos, garantindo a liberdade de expressão e de associação, a responsabilização de todas as violações dos direitos humanos com investigações judiciais imediatas, bem como medidas para corrigir as disparidades nos padrões de vida e no acesso a cuidados de saúde, à educação, a empregos e ao apoio social para mulheres, crianças, jovens e comunidades marginalizadas.

É imperativo que as fronteiras estejam abertas para os que fogem da violência na Líbia, afirma ACNUR

A agência da ONU para Refugiados (ACNUR) dá as boas vindas às indicações positivas que recebeu ontem e hoje da Tunísia e do Egito de que manterão as fronteiras abertas para aqueles que fogem da violência na Líbia.

“Dados os contínuos relatos de violência e abusos dos direitos humanos dentro da Líbia, é imperativo que as pessoas que estão fugindo do país possam encontrar um lugar seguro”, a Agência afirmou em comunicado de imprensa. Centenas de pessoas foram mortas devido à violência que seguiu os protestos contrários ao governo na semana passada.

Respondendo a um pedido do Governo da Tunísia, a equipe do ACNUR se deslocou para Ras Adjir, na fronteira com a Líbia, onde está trabalhando em parceria com o Crescente Vermelho Tunisino e as autoridades do governo.

De acordo com o comunicado: “Eles estarão monitorando a situação e identificando as vulnerabilidades individuais daqueles que necessitam assistência imediata – como crianças desacompanhadas, mulheres com crianças e idosos.” Outra equipe do ACNUR chegará à região nesta quarta-feira.

Os funcionários da Agência que já se encontram na área relatam um intenso fluxo de pessoas desde ontem. A maioria das pessoas é composta por cidadãos tunisinos que estavam trabalhando na Líbia. Também há liberianos, turcos, marroquinos, e cidadãos de países do Oriente Médio e da África Ocidental.

Até o momento, as pessoas estão ficando em hotéis, abrigos e em casas de família. O Ministério da Defesa identificou uma instalação para o estabelecimento temporário de um campo no caso de influxo massivo de pessoas. O ACNUR trabalhará em estreita colaboração com as autoridades para que possam construir esse campo para os recém-chegados.

Além disso, espera-se que um vôo do ACNUR levando tendas e outros itens humanitários para até 10 mil pessoas chegue à Tunísia neste fim de semana.