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Conflitos próximos à fronteira entre Líbia e Tunísia deixam refugiados em situação de risco

Posto de fronteira vazio, entre a Líbia e a Tunísia.Conflitos perto da fronteira entre a Líbia e a Tunísia pararam o fluxo de migrantes provenientes da região das Montanhas Ocidentais da Líbia, informou hoje (29/04) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), expressando a preocupação de que os que fogem possam acabar em meio aos confrontos entre as tropas do governo e as forças de oposição.

“Houve um êxodo renovado de líbios que atravessam a região pobre das Montanhas Ocidentais nos últimos três dias. Mais de 3.100 pessoas atravessaram a fronteira apenas na quarta-feira”, disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, a jornalistas em Genebra. Ela disse que o grande número de refugiados que chegaram recentemente à região de Dehiba tem exercido pressão sobre os recursos de que o ACNUR dispõe na região, acrescentando que a maioria deles são mulheres e crianças.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, disse que, em reunião de coordenação inter-agências sobre a situação na cidade sitiada de Misrata, na semana passada, foi relatado que faltam enfermeiros, médicos e cirurgiões e que não há disponibilidade de cuidados pós-cirúrgicos. Além disso, materiais médicos não podem ser armazenados em locais estratégicos, pois os armazéns têm sido alvo de ataques.

Jasarevic disse que o a OMS e seus parceiros preparam um plano de resposta com base nas necessidades e lacunas identificadas pela equipe de avaliação que foi a Misrata, além de estarem trabalhando em um plano para evacuar feridos da cidade.

Ele acrescentou que a agência recebeu informações de que cerca de 500 pessoas têm necessidade de migrar para Benghazi e que suprimentos médicos suficientes para sete mil pessoas durante três meses foram enviados a Ajdabiyya pela estrada de Tobruk.

ACNUR manifesta preocupação com grande número de pessoas que fogem da Somália

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) expressou hoje (29/04) preocupação com o agravamento da insegurança na Somália, que obrigou 50 mil pessoas a fugirem do país nos primeiros três meses deste ano, mais do dobro do número de refugiados que fugiram durante o mesmo período em 2010. Os refugiados têm procurado segurança no Quênia, na Etiópia e no Iêmen, segundo Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR.

A maior parte do último grupo de refugiados que chegaram ao Quênia veio das regiões de Bakol e Bay, duas das principais zonas de conflito no país, disse Fleming a jornalistas em Genebra. “Eles todos falavam de uma situação sombria no interior do país, marcada pela violência implacável e violações dos direitos humanos. Os refugiados somalis contaram a equipes do ACNUR sobre o recrutamento forçado praticado por algumas das partes em conflito e sobre a terrível seca”, disse ela.

Apesar da agitação civil no Iêmen e os riscos envolvidos, mais de 22 mil refugiados e migrantes chegaram ao país entre janeiro e março. Alguns dos recém-chegados disseram a funcionários do ACNUR que não tinham conhecimento da agitação política e social no Iêmen, enquanto outros disseram que não havia outra opção senão fugir. “Para esses refugiados somalis, no Iêmen a situação é muito mais segura, por comparação, do que a de seu país”, disse Fleming.

Líbia: ACNUR e UNICEF amparam situação de refugiados

Conforme crescem os combates na Líbia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) expressou hoje (15/03) preocupação com pessoas que precisam fugir de áreas de combate e buscar refúgio. “Apelamos mais uma vez a todas as partes que garantam a passagem segura de todos os civis que fogem da violência,” disse o porta-voz da Alta Comissária da ONU para Refugiados, Melissa Fleming, em conferência de imprensa em Genebra. “Normalmente, esperaríamos ver um número significativo de pessoas feridas, mulheres e crianças em um deslocamento em massa dessa natureza, mas até agora o nosso pessoal na fronteira com o Egito e a Tunísia têm visto muito poucos.”

A maioria dos que estão fugindo têm sido os trabalhadores migrantes, não necessariamente líbios. Até agora, 280.614 pessoas fugiram da violência. Ontem, de 2.250 pessoas chegando Egito mais de mil eram líbios, incluindo famílias inteiras. “Muitos disseram temer que rotas de fuga da Líbia sejam bloqueadas à medida que a zona de combate se aproxima,” disse Fleming. Foram realizados 25 voos de evacuação e outros 15 devem ser realizados ainda hoje. A agência já disponibilizou cinco milhões de dólares para a realização de mais 75 voos.

Enquanto isso, 47 toneladas de suprimentos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) chegaram à cidade de Ben Guerdane, no lado tunisino da fronteira com a Líbia, para cobrir as necessidades nas áreas de saúde, proteção à criança, nutrição, água, saneamento e higiene. “À medida que mais famílias cruzam a fronteira para fugir da violência, o UNICEF e seus parceiros intensificam sua resposta para satisfazer necessidades humanitárias,” afirmou a representante do UNICEF ??na Tunísia, Maria-Luisa Fornara.

Embora o número de famílias que fogem da Líbia seja relativamente pequeno, o UNICEF disse que continua preocupado com a situação da fronteira e o impacto da violência sobre o bem-estar de mulheres e crianças.

Visitas familiares para refugiados do Saara Ocidental voltam a operar normalmente

A Agência de Refugiados da ONU anunciou hoje (07/01) que seu programa de facilitação de visitas familiares para refugiados do Saara Ocidental voltou a operar normalmente. O Programa de Construção de Medidas de Confiança, estabelecido em 2004 pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), é um esforço estritamente apolítico e humanitário de apoio a refugiados que vivem em campos próximos a Tindouf, Argélia.

O programa, conduzido em cooperação com o Marrocos, a Frente Polisário e a Argélia, estava paralisado desde setembro, após um incidente em que passageiros de um dos voos foram impedidos de desembarcar em Tindouf por representantes da Frente Polisário.

A Porta-Voz do ACNUR, Melissa Fleming, disse em coletiva de imprensa em Genebra que o primeiro novo voo levará 30 pessoas ao campo de refugiados de Smara, próximo a Tindouf, enquanto outras 33 viajarão do campo de Smara para Laayoune ainda hoje. “Eles passarão cinco dias com suas famílias antes de serem levados de volta”, disse, manifestando a gratidão do ACNUR para com o Governo do Marrocos e a Frente Polisário pelo apoio à retomada de um “importante programa humanitário.”

O ACNUR planeja realizar um evento em Genebra, no mês que vem, com todas as partes envolvidas para discutir a implementação de outros componentes do Programa de Construção de Medidas de Confiança, que, caso implementados, beneficiarão um número maior de famílias Sahwaris.

A ONU tem se envolvido com os esforços de resolução da situação no Saara Ocidental desde 1976, quando eclodiram os combates entre Marrocos e a Frente Polisário, após o término da administração colonial espanhola do território. Marrocos apresentou um plano de autonomia, enquanto a posição da Frente Polisário é de que o destino do território deve ser decidido em um referendo que inclua como opção a independência.