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Conflitos próximos à fronteira entre Líbia e Tunísia deixam refugiados em situação de risco

Posto de fronteira vazio, entre a Líbia e a Tunísia.Conflitos perto da fronteira entre a Líbia e a Tunísia pararam o fluxo de migrantes provenientes da região das Montanhas Ocidentais da Líbia, informou hoje (29/04) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), expressando a preocupação de que os que fogem possam acabar em meio aos confrontos entre as tropas do governo e as forças de oposição.

“Houve um êxodo renovado de líbios que atravessam a região pobre das Montanhas Ocidentais nos últimos três dias. Mais de 3.100 pessoas atravessaram a fronteira apenas na quarta-feira”, disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, a jornalistas em Genebra. Ela disse que o grande número de refugiados que chegaram recentemente à região de Dehiba tem exercido pressão sobre os recursos de que o ACNUR dispõe na região, acrescentando que a maioria deles são mulheres e crianças.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, disse que, em reunião de coordenação inter-agências sobre a situação na cidade sitiada de Misrata, na semana passada, foi relatado que faltam enfermeiros, médicos e cirurgiões e que não há disponibilidade de cuidados pós-cirúrgicos. Além disso, materiais médicos não podem ser armazenados em locais estratégicos, pois os armazéns têm sido alvo de ataques.

Jasarevic disse que o a OMS e seus parceiros preparam um plano de resposta com base nas necessidades e lacunas identificadas pela equipe de avaliação que foi a Misrata, além de estarem trabalhando em um plano para evacuar feridos da cidade.

Ele acrescentou que a agência recebeu informações de que cerca de 500 pessoas têm necessidade de migrar para Benghazi e que suprimentos médicos suficientes para sete mil pessoas durante três meses foram enviados a Ajdabiyya pela estrada de Tobruk.

Relatório da OMS aponta doenças não-transmissíveis como principal causa de mortes no mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (27/04) o primeiro Relatório Global sobre Doenças Não-Transmissíveis, durante o Fórum Global que reuniu especialistas da área da saúde em Moscou (Rússia). De acordo com o relatório, cerca de 36 milhões de pessoas morreram em 2008 devido a doenças do coração, derrames, câncer e diabetes, e aproximadamente 80% destas mortes ocorreram em países de baixa ou média renda.

No lançamento do relatório, a Diretora Geral da OMS, Margaret Chan, disse que as doenças crônicas não-transmissíveis representam um grande desafio, não só porque provocam a perda de bilhões de dólares para as economias nacionais, mas também por levar milhares de pessoas para baixo da linha da pobreza a cada ano.

Doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria das mortes atribuídas às doenças não-transmissíveis, ocasionando a perda de 17 milhões de vidas anualmente, seguidas pelo câncer (7,6 milhões), por doenças respiratórias (4,2 milhões) e diabetes (1,3 milhão). Estes quatro grupos correspondem a cerca de 80% das doenças não-transmissíveis e compartilham de fatores de risco comuns: uso do tabaco, atividade física inadequada, uso nocivo do álcool e dietas pobres.

O Diretor-Geral Adjunto para Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental da OMS, Ala Alwan, observou que cerca de 30% das pessoas mortas por doenças não-transmissíveis em países de baixa e média renda têm menos de 60 anos, e afirmou que “estas mortes prematuras são ainda mais trágicas por serem possíveis de ser evitadas”. De acordo com a agência, a prevenção pode ser feita através de uma implementação reforçada de medidas como controle antitabaco e da promoção de dietas mais saudáveis, de atividades físicas e da redução da ingestão de álcool. Também são recomendadas ações para banir as propagandas de tabaco e proibir o fumo em lugares públicos.

Cerca de 300 representantes da sociedade civil, do setor privado e da academia participam do Fórum Global, que fornece contribuições para a Primeira Conferência Ministerial Global sobre Estilos de Vida Saudáveis e Controle de Doenças Não-Transmissíveis, que acontecerá nesta quinta e sexta-feira, também em Moscou. Ambos os eventos antecedem o primeiro encontro de alto nível da Assembleia Geral sobre a prevenção e controle de doenças não-transmissíveis, que será realizado em setembro, em Nova York (EUA).

Recém inaugurada rota humanitária leva ajuda a Líbia

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou hoje (19/4) que começou a enviar ajuda alimentar através de uma nova rota humanitária no oeste da Líbia para chegar a áreas fortemente atingidas pelos conflitos. “Garantir este corredor humanitário é um primeiro passo vital para alcançar milhares de pessoas afetadas pelo conflito, em particular mulheres, crianças e idosos, cujas fontes de alimentos estão se exaurindo de forma alarmantemente rápida,” disse a Diretora Executiva do PMA, Josette Sheeran.

Os alimentos serão entregues através de parceiros do PMA e do Crescente Vermelho da Líbia à população afetada pela crise. A agência continua enviando ajuda alimentar e outros suprimentos de emergência através de diferentes rotas humanitárias, por terra, partindo do Egito e da Tunísia, e pelo mar, para os principais portos ao longo da costa mediterrânica da Líbia.

Outras agências das Nações Unidas têm expandido seus esforços nos últimos dias para combater o que se tornou uma terrível situação humanitária no país africano.

Quase meio milhão de pessoas fugiram do país nas últimas semanas, enquanto outras 330 mil foram deslocadas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) relatou que cerca de dez mil líbios atravessaram a fronteira entre a Líbia e a região de Dehiba, no sul da Tunísia, apenas nos últimos dez dias. Enquanto isso, no leste da Líbia, um navio transportando centenas de passageiros viajaram de Misrata para Benghazi, no sábado. As autoridades locais em Benghazi registraram cerca de 35 mil pessoas deslocadas internamente (PDI), mas estimativas do ACNUR apontam que o número está mais próximo a 100 mil.

O porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic, disse a repórteres em Genebra que o recente aumento do número de refugiados e outras pessoas deslocadas pelos combates está colocando uma pressão adicional sobre as agências humanitárias, que carecem de fundos. “Dada a natureza cada vez mais prolongada da agitação na Líbia, a menos que um financiamento seja concedido com urgência, uma série de programas de proteção e assistência terão de ser reduzidos ao longo das áreas de fronteira e dentro da Líbia,” alertou.

Um navio fretado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) transportando suprimentos para entre 15 e 25 mil pessoas tem chegada esperada para amanhã na cidade de Misrata. Os suprimentos incluem kits de primeiros socorros, água potável, tabletes de purificação de água, materiais de higiene e de recreação para crianças. A porta-voz da agência, Marixie Mercado, disse a jornalistas, em Genebra, que uma imagem mais clara dos efeitos da luta sobre as crianças está surgindo. “É muito pior do que temia o UNICEF e certamente piorará, a menos que haja um cessar-fogo,” disse.

A Representante Especial do Secretário-Geral para Crianças em Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, disse hoje que a situação de meninos e meninas em Misrata é de especial preocupação, à medida em que muitas vítimas de bombardeios e minas terrestres são crianças. “Apesar do clamor da comunidade internacional, as crianças continuam a ser vítimas do conflito na Líbia,” disse em comunicado, no qual pediu a todos os lados para parar imediatamente de usar crianças como combatentes e para por fim à matança e à mutilação de meninas e meninos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o hospital de Misrata está sobrecarregado e enfrenta dificuldades na realização de cirurgias. As prioridades continuam a ser o acesso para a evacuação médica e assegurar a disponibilidade de medicamentos para doenças não-transmissíveis, dada a necessidade urgente de suprimentos médicos para tratar doenças vasculares, hipertensão, diabetes e câncer, segundo o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

Acordo da OMS reforça preparação para enfrentar epidemias de gripe

A Organização Mundial de Saúde (OMS) finalizou neste sábado (16/04) um acordo para ajudar os países desenvolvidos e em desenvolvimento a fortalecerem a resposta às epidemias de gripe em todo o mundo. O acordo, coordenado pela OMS, incluiu representantes de indústrias, da sociedade civil e de organizações envolvidas na preparação para pandemias de gripe. Ele será submetido à aprovação durante a Assembleia Mundial da Saúde, em maio.

De acordo com a agência, é necessário conhecer exatamente as mutações do vírus para monitorar a propagação da doença, conhecendo seu potencial e criando vacinas, bem como outros benefícios tecnológicos. Os países em desenvolvimento, no entanto, têm muitas vezes acesso limitado às vacinas, devido ao alto custo das mesmas, à própria incapacidade de produção ou às limitações de oferta por causa da grande demanda mundial.

O novo quadro designado pelo acordo vai tratar destas questões ajudando a garantir maior acesso às vacinas a preços razoáveis, além de assegurar o compartilhamento de amostras do vírus no Sistema da OMS, para que as informações e análises necessárias para lidar com os riscos à saúde pública estejam disponíveis.

“Foi uma longa jornada até a chegada deste acordo, mas o resultado final é uma vitória significante para a saúde pública”, declarou a Diretora Geral da OMS, Margaret Chan. Ela reafirmou sua crença de que a saúde global do século 21 depende da ação conjunta entre governos, sociedade civil e indústrias para encontrar soluções.

Costa do Marfim: helicóptero da ONU é alvo de ataque

A Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) condenou nesta terça-feira (29/03) o ataque contra um de seus helicópteros pela Força Republicana da Costa do Marfim (FRCI). Apesar dos disparos feitos, o helicóptero não foi atingido. A FRCI apoia Alassane Ouattara, eleito presidente em novembro, mas que ainda aguarda a posse devido à recusa de Laurent Ggabo a deixar o poder.

Em outro incidente violento, forças pró-Ggabo atiraram contra civis no subúrbio da capital comercial, Abidjan, matando dezenas de pessoas. Por meio de um comunicado, a ONUCI questionou se, diante do aumento da violência, o Presidente Ggabo ainda teria o controle sobre suas forças e aliados. “A ONUCI acredita que é imperativo acabar com este ciclo de violência através de uma solução definitiva para este impasse político, acabando com o sofrimento da população da Costa do Marfim.”

A crise política no país já levou 116 mil pessoas a se refugiarem em países vizinhos como Gana, Togo, Mali e, principalmente, Libéria, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), por sua vez, disse que o apelo para o fundo de assistência aos refugiados na Libéria foi revisado, à medida que as exigências quase triplicaram.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou que vai focar em três tarefas na Costa do Marfim: levar 800 mil crianças de volta à escola, garantir serviço básico de saúde para mães e crianças e fornecer acesso à água e eletricidade para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. De acordo com a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fadéla Chaib, uma campanha de vacinação contra a febre amarela foi lançada em 25 de março, e continuará até 1° de abril, alcançando cerca de dois milhões de pessoas.