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Nicolas Cage faz apelo apaixonado por vítimas inocentes do crime

Nicolas Cage. Foto: ONU.Na conferência global das Nações Unidas contra o crime organizado que está acontecendo em Viena (Áustria), o vencedor do Oscar, cineasta e Embaixador da Boa Vontade do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Nicolas Cage, fez hoje (21/10) um apelo em nome das vítimas inocentes deste flagelo. O encontro tem por objetivo rever o progresso alcançado uma década após a adoção da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.

Cage reafirmou seu compromisso de fornecer ajuda a um número incontável de mulheres e crianças cujas vidas foram atingidas pela criminalidade. Referindo-se ao seu trabalho como Embaixador da Boa Vontade do UNODC, ele disse: “Conheci muitas crianças que foram vítimas do crime e ouvi suas histórias. Eles foram sobreviventes do tráfico sexual e ex-crianças-soldado, alguns estavam recebendo tratamento para dependência de drogas ou HIV. Suas histórias são de cortar o coração”.

Prestando homenagem a indivíduos desconhecidos, cujo apoio ajuda jovens vulneráveis a sobreviverem, Cage disse: “Ao trabalhar com o UNODC, comecei a entender quem são os verdadeiros heróis no mundo. Vi almas corajosas trabalhando nas linhas de frente, que operam sob as circunstâncias mais difíceis e com recursos muito limitados, para ajudar as vítimas do crime organizado… Eles são pessoas comuns. No entanto, eles também são extraordinários”.

O Diretor Executivo do UNODC, Yury Fedotov, prestou homenagem a Nicolas Cage como um trabalhador humanitário comprometido em promover uma abordagem centrada no combate ao crime organizado: “Ele criou um fundo para ajudar as crianças-soldado, fornecendo suporte vital para abrigos de reabilitação e serviços médicos e psicológicos. Além de apoiar o trabalho do UNODC, ele também tem apoiado os esforços para promover o controle internacional de armas e para reconstruir Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina”.

Cage já atuou em cerca de 65 filmes, ganhou um Oscar de Melhor Ator por “Despedida em Las Vegas” e mais tarde foi nomeado por sua atuação dupla em “Adaptação”. Ele recebeu também um Globo de Ouro, dois MTV Movie Awards e um Screen Actors Guild Award, entre outros, além de ter uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

Tráfico de cocaína e heroína rende 200 mil dólares por minuto

Cocaína apreendida. Foto: ONU.O chefe da agência das Nações Unidas contra o crime destacou os números globais alcançados pelo crime organizado transnacional, pedindo a aplicação universal da Convenção da ONU para combater o flagelo. O Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, ressaltou que o crime organizado “cresceu para proporções globais”.

Países se reuniram em Viena (Áustria) para uma reunião da ONU, com duração de uma semana, dando início a uma análise do progresso global uma década após a aprovação da Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional na cidade italiana de Palermo. Abrindo a reunião, Fedotov disse que, embora o pacto seja uma ferramenta poderosa, é subutilizado. Atualmente, 157 Estados ratificaram a Convenção. O Diretor do UNODC disse que uma maior conscientização é necessária para ajudar os Estados a fazer uma utilização mais eficaz do tratado.

A Convenção prevê novas possibilidades de cooperação, incluindo investigações transfronteiras, bem como a definição de crime organizado transnacional que pode ser aplicado de forma ampla para incluir novas e emergentes formas de crime, como tráfico de recursos naturais ou falsificação de medicamentos. O UNODC disse que o tratado pode atingir os criminosos na área mais prejudicial, cortando-lhes a vital força financeira através de medidas de combate à lavagem de dinheiro, busca a bens saqueados e quebra de sigilo bancário.

De acordo com a sua Avaliação da Ameaça do Crime Organizado Transnacional de 2010, o UNODC concluiu que o tráfico de droga continua sendo a linha mais lucrativa de negócio para os criminosos. Cocaína traficada da região andina até a América do Norte e Europa rende mais de 70 bilhões de dólares anualmente, e a heroína traficada do Afeganistão para a Europa tem um valor de rua de mais de 30 bilhões de dólares. Isto significa que os traficantes de cocaína e heroína ganham quase 280 milhões de dólares por dia, ou 200 mil dólares por minuto.

Terrorismo e crime organizado cada vez mais ligados à África

Presidente da CTITF, Jean Paul Laborde. Foto: ONU.O terrorismo na África está cada vez mais ligado ao crime organizado, e os governos deste continente devem tomar medidas mais eficazes para reverter esta situação, declarou o Presidente da Força-tarefa da ONU Contra o Terrorismo (CTITF), Jean-Paul Laborde. Ele também solicitou aos países de todo o mundo que ampliem suas estratégias antiterroristas, envolvendo não apenas militares e agências de aplicação da lei.

Laborde disse que o recente assassinato de um trabalhador humanitário francês na África Ocidental e os atentados suicidas em Kampala (Uganda) desmentem a visão tradicional de que a África não é um alvo para o terrorismo.”E o elemento que tornou mais perigoso na África é esse tipo de aliança entre o crime organizado transnacional e o terrorismo”, disse Laborde ao Centro de Notícias da ONU.

Ele disse ainda que o problema foi exacerbado pelas muitas fronteiras porosas, pelos baixos padrões de vida e pela tensão política e social na África. “No passado, o terrorismo estava ligado aos movimentos de libertação, ao pretexto da criação de um Estado ou tinha base nas diferenças de religião, mas se você olhar a lista de grupos terroristas ativos [na África], poderá ver que não é o caso… Está ligado a muitas atividades do crime organizado transnacional”.

Laborde mencionou que a África Ocidental está se tornando mais popular como um destino intermediário na operação de transferência de droga da América do Sul para a Europa e outros lugares, e que os grupos terroristas estão usando fundos angariados neste processo para comprar armas para suas ações.

Sem incentivos financeiros alternativos, os agricultores pobres e outros trabalhadores de baixa renda serão cada vez mais atraídos para esta arena, concordando em transportar drogas em uma direção e armas em outro. Ressentimentos políticos, étnicos e religiosos também estão alimentando o desejo de alguns africanos de participarem de atividades terroristas, acrescentou Laborde.

Ele disse que os Estados africanos – e governos em todo o mundo – devem aumentar suas estratégias para lidar com questões como o desemprego dos jovens, violações aos direitos humanos e intolerâncias racial e religiosa. “Eles devem atentar para a prevenção de conflitos, melhorando o papel das leis, combatendo a corrupção e erradicando o crime organizado transnacional”.

A maneira fundamental de se alcançar estes objetivos é envolvendo a sociedade civil, já que esta pode desempenhar um papel vital na luta contra alguns dos problemas, particularmente em relação ao desenvolvimento econômico, que dificulta a propagação do terrorismo.

Laborde informou os Estados-Membros da ONU recentemente sobre o trabalho do CTITF, bem como sobre os preparativos para uma reunião no início de setembro para rever a Estratégia Antiterrorista Global da ONU, que foi adotada em 2006.

Crime organizado na Ásia e no Pacífico

É preciso um esforço maior para combater o crime organizado no leste da Ásia e no Pacífico, declarou o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC).

Enquanto muitos países da regiao têm centenas de anos de experiência na luta contra o crime organizado, outros só estão tendo que lidar com esse problema recentemente. A renda gerada nessas transações ilegais pode chegar a bilhões de dólares – o que excede o Produto Interno Bruto (PIB) de muitas economias da região, afirmou o estudo realizado pelo UNODC, que lembra também que o crime organizado pode prejudicar as ações do governo, o comércio e os direitos humanos.

“A historia do crime organizado na Ásia e no Pacífico demonstrou que não há país, estratégia, política, lei ou punição que tenha se tornado eficiente na eliminação e na erradicação do problema”, declarou a organização. “Novas idéias são necessárias para prevenir e suprimir essas ações ilegais de forma mais efetiva” afirmou a organização no estudo titulado “Palermo no Pacífico: Ações do Crime Organizado na Ásia e no Pacífico – “Palermo” faz referência a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.

A publicação alerta também que apenas poucos países da região adotaram as medidas obrigatórias apresentadas pelo pacto. “É uma responsabilidade coletiva a questão do crime organizado na região. No final, apenas ações políticas articuladas entre todos os governantes e a população civil será capaz de determinar uma resposta vitoriosa ao crime organizado.”