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Cooperação regional é fundamental no combate ao terrorismo

Durante uma visita de dois dias à Arábia Saudita, o Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, participou (14/02) de uma reunião com representantes de países do Golfo Pérsico e vizinhos, onde afirmou que os países devem trabalhar juntos na luta global contra o terrorismo, ressaltando que todos os Estados têm um interesse comum em impedir esta ameaça.

Segundo Fedotov, os atos de terrorismo na região são facilitados pelo contrabando de ópio para o oeste do Afeganistão, pelo crime organizado e pela corrupção, e devem ser tratados com uma abordagem global baseada na cooperação. Ele disse que o UNDOC está empenhado em promover a cooperação regional e inter-regional entre o norte da África e o Oriente Médio, e entre a região do Golfo e o sudeste asiático. O Escritório lançou recentemente um programa no Iêmen para tratar de questões como segurança, narcotráfico, redes criminosas, terrorismo e suas fontes de financiamento.

O Diretor elogiou o Vice-Ministro do Interior da Arábia Saudita e Chefe da Universidade de Ciências de Segurança Príncipe Naïf, Ahmad Bin Abdul-Aziz, pelo encorajamento a uma abordagem regional no combate ao terrorismo. A Universidade tem uma parceria com o UNDOC para reforçar a capacidade da justiça penal em toda a região do Golfo. Ainda durante a visita ao país, Fedotov se reuniu com o Chefe do Comitê nacional Anti-Terrorista, Fahed Al Maghloth, e elogiou o Reino pela ratificação de 12 das 16 convenções e protocolos internacionais relativos ao terrorismo.

ONU condena atentado mortal em estrada no sul do Afeganistão

O enviado da ONU no Afeganistão condenou firmemente atentado ocorrido hoje (30) na estrada na província de Helmand, que teria matado 14 civis e ferido muitos outros, incluindo crianças.

“Oferecemos nossas sinceras condolências e as de toda a família das Nações Unidas no Afeganistão para as famílias e amigos daqueles que perderam suas vidas, e nossas orações pela rápida recuperação dos sobreviventes”, declarou em um comunicado de imprensa Staffan de Mistura, Representante Especial do Secretário-Geral e chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA).

A equipe de direitos humanos da UNAMA está recolhendo informações sobre o incidente, em que uma bomba atingiu um ônibus no distrito de Nahr-e-Saraj.

“A inserção de dispositivos explosivos improvisados nas estradas, quer visando o transporte civil ou os civis indiscriminadamente, é contra a lei humanitária internacional”, declarou de Mistura.
“Não pode haver nenhuma justificativa para tal ação”.

Medidas do Conselho de Segurança contra terrorismo não têm base legal, afirma especialista independente da ONU

Relator Especial Martin Scheinin. Foto: ONU.Um especialista independente da ONU em direitos humanos declarou que o regime criado pelo Conselho de Segurança para combater o terrorismo está fora do âmbito das suas competências. Ele pediu ao organismo que sistematize suas medidas de luta contra o terrorismo e os deveres de informação dos Estados sob um marco legal único.

Em seu relatório anual, apresentado à Assembleia Geral na última segunda-feira (25/10), Martin Scheinin, Relator Especial sobre a promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais no combate ao terrorismo, disse que as obrigações na luta contra o terrorismo impostas aos Estados-Membros pela resolução 1373 do Conselho de Segurança, aprovada na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, “forma uma medida quase-legislativa que é ilimitada no tempo e no espaço.”

Scheinin afirmou que qualquer que seja a justificativa que o Conselho possa ter tido em setembro de 2001 para adotar a resolução, “a sua aplicação continuada nove anos depois não pode ser vista como uma resposta adequada a uma ameaça específica para a paz e segurança internacionais. A Resolução 1373 (2001) vai além dos poderes conferidos ao Conselho de Segurança e continua a apresentar riscos para a proteção de uma série de normas internacionais de direitos humanos”, escreveu.

Scheinin, um professor finlandês com extenso conhecimento e prática em direito internacional público e jurisdição dos direitos humanos, designado como Relator Especial em julho de 2005, argumentou que é problemático impor obrigações de ligação permanente para atos de terrorismo que ainda não aconteceram porque não existe uma definição universalmente aceita e precisa de terrorismo. Ele também citou problemas com o regime de sanções à Al-Qaeda e ao regime talibã pela resolução 1267 de 1999 do Conselho, apresentada há 11 anos como “uma forma de sanções inteligentes contra um grupo definido de pessoas e limitada no tempo e no espaço”, declarou a repórteres em uma conferência em Nova York.

“Enquanto a Resolução 1267 (1999) poderia ser vista como uma medida de emergência temporária pelo Conselho de Segurança, usar os poderes do Capítulo VII para manter uma lista permanente de indivíduos e entidades terroristas em todo o mundo e impor a sua aplicação a todos os Estados-Membros como uma obrigação da Carta juridicamente vinculativa ultrapassa as competências do Conselho de Segurança”, acrescentou.

Elogiando as medidas tomadas pelo Conselho para a reforma da lista de terroristas e a retirada da lista de alguns procedimentos, Scheinin constatou que o processo judicial adequado permanece em xeque. “É essencial que os indivíduos e entidades tenham acesso aos tribunais nacionais para impugnar qualquer medida de execução das sanções que sejam resultado de decisões políticas tomadas pelos diplomatas”.

O Relator Especial, que encerra suas funções em julho de 2011, pediu ao Conselho que aproveitasse a oportunidade do décimo aniversário da 1373 para substituir tanto esta resolução quanto a resolução 1267 por uma única resolução – não aprovada nos termos do Capítulo VII da Carta – para sistematizar as medidas de combate ao terrorismo e relatar as obrigações dos Estados em um único marco legal. Essa resolução deve incluir disposições explícitas dos direitos humanos e reafirmar a obrigação das Nações Unidas de cumprir os direitos humanos internacionais.

Scheinin destacou que, tal como reafirmado na Estratégia Global de Contraterrorismo das Nações Unidas aprovada pela Assembleia Geral, medidas eficazes de combate ao terrorismo e a proteção dos direitos humanos não são objetivos contraditórios, mas complementares e se reforçam mutuamente. “Os esforços da defesa dos direitos humanos torna os esforços de contraterrorismo dos Estados ainda mais eficazes. Violações dos direitos humanos pelos Estados são apenas conducentes para fornecer mais terreno para o terrorismo”, disse Scheinin, que fez seu relato ao Conselho de Direitos Humanos sediado em Genebra. Nas Nações Unidas, especialistas como Martin Scheinin exercem tal atividade de modo independente e não remunerado.

Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU preocupada com deportações na França

A Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi PillayA Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, demonstrou preocupação na segunda-feira (13) com as recentes deportações, ocorridas na França, de membros da comunidade Roma e com os relatos de um programa dos EUA para assassinar pessoas suspeitas de terrorismo. Segundo Pillay, essas atitudes não estão de acordo com as leis internacionais sobre o direito à vida.

“Observo as novas políticas da França em relação ao povo Roma, incluindo o desmantelamento de seus assentamentos e as deportações coletivas ao país de origem. Isso só pode agravar a estigmatização dos Roma e da extrema pobreza em que vivem. Encorajo os Estados europeus, incluindo a França, a adotarem políticas que permitam aos ciganos superarem a sua marginalização”, disse a Alta Comissária, na 15ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (http://www2.ohchr.org/english/bodies/hrcouncil/15session/), em Genebra (Suiça).

Ao falar sobre terrorismo, ela destacou que os países são obrigados a proteger sua população desta ameaça, mas apontou que medidas antiterrorismo nunca devem ferir os direitos humanos e o processo legal. “Nesse contexto, me preocupam os relatos sobre um programa dos Estados Unidos de assassinatos de suspeitos de terrorismo em circunstâncias que desafiam as normas internacionais estabelecidas para proteger o direito à vida e ao Estado de Direito”, acrescentou.

Sobre o programa norte-americano, ela disse estar ciente da lei federal, apresentada em Washington DC, nos EUA, que desafia a autoridade do governo e põe em risco a vida de cidadãos americanos fora de zonas de guerra, quando suspeitos de envolvimento terrorista.

Pillay também recriminou a tendência de intimidar e ameaçar os defensores dos direitos humanos, incluindo jornalistas e ativistas da sociedade civil, ao redor do mundo. “Dissidentes pacifistas, defensores dos direitos humanos, advogados e representantes da imprensa têm sido violentamente atacados em muitos países, como Irã, Iraque e Somália”, disse.

“Peço ao Conselho de Direitos Humanos e à comunidade internacional que apoiem diretamente os defensores dos direitos humanos. Neste contexto, gostaria também de chamar a atenção do Conselho sobre a necessidade vital de garantir a segurança e a proteção dos defensores e outras testemunhas que cooperem com as iniciativas investigativas e o mandato encarregado da apuração das acusação da ONU. Essa proteção deve abranger todo o ciclo de atividades dessas missões.”, finalizou Pillay.

Assembleia Geral solicita cooperação global no combate ao terrorismo

Assembleia Geral solicita cooperação global no combate ao terrorismoOs Estados-Membros da ONU devem trabalhar juntos para combater o terrorismo internacional, uma das mais graves ameaças à paz e segurança globais, afirmaram os Membros da Assembleia Geral, ressaltando a necessidade de diálogo e participação das organizações regionais e da sociedade civil em medidas contra o terrorismo.

Em resolução adotada no dia 8 de setembro, no final de uma sessão plenária sobre a Estratégia Antiterrorista Global da ONU, a Assembleia Geral reafirmou que a principal responsabilidade dos Estados-Membros é a de implementar a Estratégia, embora reconheça a necessidade de reforçar o papel desempenhado pela ONU na questão.

O papel da Força-Tarefa da ONU Contra o Terrorismo (CTITF) é o de facilitar a coordenação dos esforços antiterrorismo com organizações internacionais, regionais e subregionais e promover a coerência na implementação da Estratégia em nível nacional, regional e global. Os Estados-Membros podem solicitar assistência da Força-Tarefa, especialmente no desenvolvimento de capacidades, de acordo com a resolução.

A Estratégia foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Geral em setembro de 2006 e permanece sendo o quadro estratégico e guia prático em relação aos esforços conjuntos da comunidade internacional para combater o terrorismo.