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Estudantes mexem no celular durante recreio em escola de Cebu, nas Filipinas. Foto: UNICEF/Estey

ONU pede que pessoas reflitam antes de compartilhar conteúdo sobre COVID-19 nas redes sociais

Estudantes mexem no celular durante recreio em escola de Cebu, nas Filipinas. Foto: UNICEF/Estey
Estudantes mexem no celular durante recreio em escola de Cebu, nas Filipinas. Foto: UNICEF/Estey

Uma nova campanha das Nações Unidas está pedindo que as pessoas do mundo todo tomem cuidado extra antes de compartilhar informações online sobre a pandemia de COVID-19, de forma a evitar desinformação.

Essa é a mensagem mais recente da iniciativa Verificado das Nações Unidas, que deseja que as pessoas reflitam por alguns momentos antes de compartilhar conteúdo emocionalmente carregado nas mídias sociais.

“Uma das razões pelas quais (a desinformação) está se espalhando é a maneira como as pessoas estão compartilhando”, disse Melissa Fleming, que supervisiona o esforço de comunicação global da ONU, na véspera do lançamento da campanha Pause, escolhida para coincidir com o Dia da Mídia Social.

“A ideia da pausa é: tome cuidado antes de compartilhar. Esperamos que isso comece a ser uma norma social que as pessoas tenham na cabeça e que permita uma mudança de comportamento pessoal.”

A campanha Pause consiste em vídeos, gráficos e gifs coloridos que enfatizam o compartilhamento apenas de conteúdo de mídia social confiável e preciso baseado na ciência.

A iniciativa tem o objetivo de levar as pessoas a pensar sobre a desinformação, que costuma ser “mais escorregadia, mais compartilhável”, cheia de “declarações preto no branco, as quais pessoas que se comunicam com responsabilidade e dependem da ciência não fariam, porque precisam se comunicar com nuances”, disse Fleming.

Ela observou que, por exemplo, grupos anti-vacina já estão lançando campanhas contra uma futura vacina para a COVID-19.

Por meio da Verificado, a ONU recrutou os chamados “socorristas digitais” para combater as notícias falsas.

Esses voluntários – que somam mais de 10 mil inscritos nos feeds diários e semanais – variam de verificadores de fatos na Colômbia a jovens jornalistas no Reino Unido, e o número de inscritos está crescendo a uma taxa de cerca de 10% por semana, de acordo com o Departamento de Comunicação Global da ONU.

A campanha também conta com o apoio da maioria dos países que compõem as Nações Unidas. Liderados pela Letônia, cerca de dois terços dos 193 Estados-membros divulgaram uma declaração em 12 de junho, com o objetivo de combater a desinformação generalizada no contexto da COVID-19.

“Estamos preocupados com os danos causados ??pela criação e circulação deliberadas de informações falsas ou manipuladas relacionadas à pandemia. Pedimos aos países que tomem medidas para combater a disseminação de desinformação, de maneira objetiva e com o devido respeito pela liberdade de expressão dos cidadãos”, diz o comunicado.

Várias grandes empresas de mídia do mundo também estão distribuindo conteúdo da campanha em seus canais online e via mensagem de texto.

O objetivo é ajudar a conter a disseminação de informações imprecisas sobre a COVID-19 nas mídias sociais, disse Fleming, enfatizando que apenas plataformas como o Facebook ou o Twitter podem realmente impedir a propagação viral de notícias falsas.

“Também precisamos que as plataformas trabalhem conosco”, disse ela, acrescentando que a ONU está “conversando” com essas empresas de tecnologia.

Muitas plataformas de mídia social se comprometeram a promover a campanha, além de ampliar seus esforços para interromper a circulação de informações erradas.

OPAS amplia aliança com Twitter para informar sobre COVID-19

Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ampliou sua aliança com o Twitter para disseminação de informações confiáveis sobre a pandemia de COVID-19 nas Américas.

Um acordo recentemente assinado com a rede social permitirá à OPAS continuar capacitando seus administradores de mídias sociais e utilizar créditos para difundir informações sobre COVID-19 baseadas em evidências. Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social.

Em um comunicado, o Twitter afirmou: “enquanto a comunidade global enfrenta a pandemia de COVID-19, queremos compartilhar o trabalho que fazemos para ajudar as pessoas a encontrar informações confiáveis em tempo real, conectar-se a outras pessoas, promover interações produtivas, elevar a voz das autoridades e especialistas e continuar a proteger a saúde da conversa.”

“É muito importante que as pessoas tenham acesso a informações sobre medidas de prevenção para poder se proteger e salvar vidas. As informações devem ser factuais, oportunas e baseadas na ciência e são a melhor maneira de combater a desinformação”, disse Mary Lou Valdez, diretora adjunta da OPAS.

“Somos gratos ao Twitter por seu forte apoio à OPAS e aos países da região das Américas para garantir que mensagens e informações essenciais cheguem às pessoas quando elas mais precisam”, acrescentou Valdez.

O Twitter ativou no dia 30 de janeiro uma notificação de busca em toda a América Latina em colaboração com a OPAS. “Este aviso aparece quando as pessoas pesquisam no Twitter por palavras relacionadas à COVID-19 e destacam os recursos das autoridades com mais informações”.

Em colaboração com Ministérios da Saúde, essas notificações foram ativadas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. No restante da região, estes avisos continuam direcionando pessoas para as ferramentas, documentos e iniciativas da OPAS/OMS.

Como parte dos esforços de colaboração com a OPAS/OMS, representantes e chefes de comunicação de diferentes países foram capacitados sobre as melhores práticas para compartilhar informações durante uma crise, informou o Twitter.

“Por esse motivo, continuamos apoiando a OPAS/OMS, Ministérios da Saúde e organizações da sociedade civil com suas estratégias de comunicação no Twitter e orientando-as com as melhores práticas no uso de ferramentas, por exemplo, para transmissões ao vivo ou sessões de perguntas e respostas.”

Na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, o Twitter possui um centro dedicado exclusivamente ao conteúdo sobre COVID-19 de fontes oficiais de saúde e governamentais.

Secretário-geral da ONU pede que comunidade internacional amplie cooperação digital

Estudantes de Tonga acessam a internet. Foto: Banco Mundial/Tom Perry
Estudantes de Tonga acessam a Internet. Foto: Banco Mundial/Tom Perry

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apresentou nesta quinta-feira (11) um conjunto de recomendações para a comunidade internacional garantir que todas as pessoas estejam conectadas, sejam respeitadas e protegidas na era digital.

O Roteiro do Secretário-Geral para a Cooperação Digital é resultado de um esforço global plurianual, com várias partes interessadas, para abordar uma série de questões relacionadas à Internet, inteligência artificial e outras tecnologias digitais.

O documento chega em um momento de inflexão crítico para questões digitais, com a pandemia de COVID-19 acelerando a digitalização e ampliando as oportunidades e desafios da tecnologia digital.

Os benefícios da tecnologia digital destacados pela pandemia – como a pesquisa colaborativa em busca de uma vacina, trabalho e aprendizado remotos e comércio eletrônico – também refletem uma crescente divisão entre pessoas que estão conectadas e aquelas que não estão.

Quase metade da população global, 46,4%, de acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), não pode se conectar à Internet e permanece incapaz de participar plenamente da era digital. As mulheres são desproporcionalmente afetadas, com apenas 48% conectadas globalmente.

Paralelamente, enquanto esforços para conectar mais pessoas continuam, novas vulnerabilidades surgiram. Ciberataques e desinformação ameaçam os direitos humanos, a privacidade e a segurança.

A rápida velocidade de adoção da tecnologia digital ultrapassou políticas e a governança nos
níveis nacional, regional e global. O recém-anunciado roteiro do secretário-geral busca enfrentar esses desafios recomendando ações concretas para aproveitar o melhor dessas tecnologias e mitigar seus riscos.

“Para colher plenamente seus benefícios e conter possíveis danos, precisamos garantir que a era digital seja definida pelo aumento da cooperação internacional”, afirmou Guterres.

“Não há fronteiras no ciberespaço. Hoje eu chamo todos os Estados-membros da ONU e nossos parceiros da indústria e da sociedade civil a expandir a cooperação em questões de tecnologia digital. Apenas trabalhando juntos poderemos conectar todas as pessoas até 2030, respeitar os direitos humanos online e proteger os mais vulneráveis ??dos potenciais perigos da era digital.”

Para atender ao chamado de conectar, respeitar e proteger no mundo online, o roteiro apresenta as recomendações do secretário-geral para ações concretas de diversas partes interessadas que melhorariam a cooperação digital global nas seguintes áreas:

1. Atingir a conectividade universal até 2030 – todos devem ter acesso seguro à Internet.
2. Promoção de bens públicos digitais para impulsionar um mundo mais justo – o código aberto e as origens públicas devem ser adotados e apoiados.
3. Garantir a inclusão digital de todos, incluindo os mais vulneráveis ??- grupos marginalizados precisam de acesso igual a ferramentas digitais para acelerar o desenvolvimento.
4. Fortalecimento da capacitação digital – desenvolvimento e treinamento de habilidades são
necessários em todo o mundo.
5. Garantir a proteção dos direitos humanos na era digital – os direitos humanos se aplicam
online e offline.
6. Apoiar a cooperação global em inteligência artificial confiável, baseada em direitos humanos, segura e sustentável e que promova a paz.
7. Promoção da confiança e segurança digitais – apelando a um diálogo global para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
8. Construir uma arquitetura mais eficaz para a cooperação digital – tornar a governança digital uma prioridade e focar na abordagem das Nações Unidas.

O Roteiro do Secretário-Geral baseia-se nas recomendações feitas pelo Painel de Alto Nível
de Cooperação Digital e nas contribuições de Estados-membros, setor privado, sociedade civil,
comunidade técnica e outros grupos interessados.

O Painel de Alto Nível sobre Cooperação Digital, co-presidido por Melinda Gates e Jack Ma, representou uma mistura sem precedentes de disciplinas e setores, com diversidade geográfica, de gênero e idade.

O relatório do painel, apresentado em junho de 2019, foi seguido de extensa divulgação com várias partes interessadas e consultas para fornecer informações e ajudar a moldar o Roteiro.

Clique aqui para acessar o documento completo (em inglês).

UNESCO, Lupa e Serrapilheira unem-se contra desinformação sobre COVID-19 no Brasil

Segundo levantamento feito pelas empresas MindMiners e Avaaaz, 70% dos brasileiros buscam informações sobre coronavírus uma ou mais vezes por dia. Foto: PEXELS
Segundo levantamento feito pelas empresas MindMiners e Avaaaz, 70% dos brasileiros buscam informações sobre o novo coronavírus uma ou mais vezes por dia. Foto: PEXELS

A Agência Lupa, a maior agência de checagem de fatos do Brasil, numa parceria com o Instituto Serrapilheira, dedicado ao fomento à ciência e divulgação científica, UNESCO e os veículos de mídia Folha de S.Paulo e UOL lançam nessa terça-feira (9) um desdobramento do projeto CoronaVerificado.

Trata-se de uma iniciativa de três meses para combater a desinformação a respeito do novo coronavírus e da COVID-19, com produção de conteúdo analítico baseado na plataforma de informações verificadas lançada em maio pela Lupa em parceria com Google News Initiative e LatamChequea.

Segundo levantamento feito pelas empresas MindMiners e Avaaaz, 70% dos brasileiros buscam informações sobre o novo coronavírus uma ou mais vezes por dia. Ao menos 80% querem saber se foram expostos a notícias falsas sobre a pandemia e 60% acompanham TV e sites de notícias diariamente, seguidos de redes sociais. Por fim, 40% consideram redes sociais pouco ou nada confiáveis e 14% pensam o mesmo de sites de notícias.

Para dissipar essa confusão e tornar o CoronaVerificado uma referência em informações checadas sobre o novo coronavírus no Brasil, o projeto terá a parceria do UOL e da Folha de S.Paulo, que publicarão colunas semanais com análises sobre ondas de desinformação em torno do novo coronavírus. Os dois veículos terão colunas exclusivas, sempre às terças e às quartas-feiras, respectivamente, a partir desta semana.

“Vivemos em um período no qual o jornalismo tem papel fundamental. A parceria com o Instituto Serrapilheira e a Agência Lupa é de grande importância no contexto de disseminação de desinformação quanto à Covid-19″, diz a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.

“Contribuir para informar a sociedade verificando os fatos, por meio de um jornalismo responsável e qualificado, é o que nos prepara para lidarmos com a pandemia e suas consequências, a partir da troca de experiências, avaliação de alternativas para prevenção e análise de resultados para tomada de decisões.”

“Apoiamos esta iniciativa, que seguramente vai permitir não só um ambiente mais seguro para a atuação dos profissionais do jornalismo, mas também uma maior conscientização de todos sobre a importância da checagem de dados e fatos, principalmente no campo do jornalismo científico.”

Influenciadores digitais também irão colaborar com ações de conscientização sobre o risco dos conteúdo falsos e como se prevenir deles. Além disso, em sua nova fase, o CoronaVerificado terá um amplo trabalho de estratégia digital, com planejamento detalhado de ações em redes sociais.

A plataforma também será aprimorada, com melhoria na interação e nas funcionalidades disponíveis aos usuários. Hoje, já é possível consultar as principais peças de desinformação que circularam na América Latina, em Portugal e na Espanha no site, fazendo buscas por tema, país de origem e plataforma que verificou o conteúdo.

“Neste momento crítico, sabemos que o nosso trabalho precisa alcançar a maior quantidade de pessoas possível. Contar com a parceria da UNESCO e do Serrapilheira coloca o CoronaVerificado em outro patamar em termos de relevância. E ter espaço na Folha e no UOL para levar ao leitor análises qualificadas sobre a desinformação agora é contribuir também para a qualificação do debate público”, afirma Natália Leal, diretora de conteúdo da Lupa.

Este conjunto de iniciativas vai mobilizar quatro profissionais dedicados, além de profissionais da Agência Lupa que já trabalham no combate à desinformação sobre o novo coronavírus. Cerca de 106 mil reais serão investidos pelo Instituto Serrapilheira e pela UNESCO neste esforço.

“O Serrapilheira tem, como parte central de sua missão, fortalecer a cultura científica no Brasil. Consideramos o trabalho de jornalistas e checadores de informação de extrema relevância para essa construção, já que combater a desinformação por meio da checagem rigorosa de informações e a disseminação do conteúdo produzido a partir disso é contribuir para um debate público cientificamente informado”, diz a diretora de Divulgação Científica do Instituto Serrapilheira, Natasha Felizi.

Instituições envolvidas

UNESCO: A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi criada em 16 de novembro de 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando o desenvolvimento mundial e auxiliando os Estados-Membros – hoje são 193 países – na busca de soluções para os problemas que desa?am nossas sociedades.

Agência Lupa: é a primeira agência de notícias do Brasil a se especializar na técnica jornalística mundialmente conhecida como fact-checking. Desde novembro de 2015, quando abriu sua redação, no Rio de Janeiro, sua equipe acompanha o noticiário de política, economia, cidade, cultura, educação, saúde e relações internacionais, buscando corrigir informações imprecisas e divulgar dados corretos. As checagens são vendidas a outros veículos de comunicação e também publicado no site da agência.

Instituto Serrapilheira: primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil, foi criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade. No intuito de fomentar uma cultura de ciência no país, atuamos em duas frentes: Ciência e Divulgação Científica.

Folha de S.Paulo: fundada em 1921, a Folha é, desde a década de 80, o jornal mais vendido do país entre os diários nacionais de interesse geral. O crescimento foi calcado nos princípios editoriais do Projeto Folha: pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência. Organizado em cadernos temáticos diários e suplementos, tem circulação nacional. Foi o primeiro veículo de comunicação do Brasil a adotar a figura do ombudsman e a oferecer conteúdo on-line a seus leitores.

UOL: Pioneiro na Internet brasileira, a UOL (Universo Online) surgiu em 1996 como o primeiro portal de conteúdo no país. A empresa é uma das cinco companhias que fazem parte do conglomerado de mídia Grupo Folha. Segundo dados divulgados pelo IBOPE, o UOL é o maior portal do Brasil, cobrindo mais de 70% da audiência da internet por meio de diversos seus portais e sites de notícias, com mais de 89 milhões de visitantes únicos mensais.

Agências da ONU lamentam morte do jornalista Gilberto Dimenstein

O jornalista Gilberto Dimenstein. Foto: Foto: Reprodução/twitter
O jornalista Gilberto Dimenstein. Foto: Foto: Reprodução/twitter

A representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil disse lamentar profundamente a morte precoce do jornalista Gilberto Dimenstein, que segundo a agência é “um ícone na luta em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes”.

A UNESCO lembrou que, pelas mãos de Dimenstein, surgiu a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), que influenciou fortemente o amadurecimento da discussão sobre os direitos da infância, bem como dos direitos humanos em geral.

“Dimenstein foi um inovador. Por meio da comunicação, criou projetos capazes de realizar intervenções sociais poderosas, como é o caso da Cidade Escola Aprendiz, em São Paulo, que implementou o conceito de ‘cidade educadora’ no bairro da Vila Madalena, na zona oeste da capital paulista.”

“Mais recentemente, ele criou o Catraca Livre, site e plataforma que conta com mais de 10 milhões de acessos (leitores) mensais e divulga eventos culturais gratuitos em todo o país.”

Para a UNESCO, Dimenstein soube fazer da comunicação uma poderosa aliada para advogar por direitos fundamentais e, assim, contribuiu para influenciar políticas públicas e reduzir desigualdades.

“Perdemos hoje um excelente profissional, um ser humano generoso e um grande amigo. Sem dúvida, ele fará muita falta”, disse Marlova Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil, solidarizando-se com a família e os amigos de Gilberto Dimenstein.

UNICEF

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) disse ter recebido com enorme tristeza a notícia da morte do jornalista.

“O Brasil e todos nós que trabalhamos pelo bem-estar e a proteção de crianças e adolescentes perdemos, nesta sexta-feira (29), um aliado extraordinário. Os direitos da criança e do adolescente eram central no trabalho e na vida de Gilberto Dimenstein.”

“Em 1990, já inspirado com o recém-aprovado Estatuto da Criança e do Adolescente, Gilberto começou a desenhar uma nova página dos direitos de meninas e meninos no Brasil. Com a criação da Agência de Notícias pelos Direito da Infância (ANDI), ajudou a colocar a infância no centro da pauta jornalística.”

“Gilberto, como poucos, soube fazer do jornalismo uma ferramenta de transformação social. Suas grandes reportagens e seus livros traziam um olhar cuidadoso e preocupado sobre as meninas e os meninos brasileiros.”

“Muitas vezes, traziam alertas e faziam com que o poder público e a sociedade se mobilizassem para proteger as crianças e os adolescentes mais vulneráveis, sobretudo aqueles mais difíceis de serem alcançadas, que sofrem violência, invisíveis aos olhos da sociedade.”

Para o UNICEF, Dimenstein sempre foi muito presente na defesa dos direitos humanos, liderando ou influenciando muitos projetos e iniciativas que buscavam promover uma cidade e um mundo melhor para meninas e meninos. Alguns dos mais marcantes foram a Cidade Escola Aprendiz e o Catraca Livre, lembrou a agência da ONU.

“Gilberto sempre esteve ao lado do UNICEF e das organizações que trabalham pelos direitos de crianças e adolescentes. Gilberto sempre esteve perto das crianças e dos adolescentes que mais precisam. Gilberto ajudou a recriar a infância brasileira, mais justa e mais feliz.”

“Em nome do UNICEF, enviamos um abraço solidário à família e amigos.”