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Falta de verba ameaça ajuda alimentar a milhões de afegãos

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas anunciou hoje (15/04) que precisa urgentemente de 257 milhões dólares para continuar prestando assistência alimentar a mais de sete milhões de afegãos, a maioria dos quais são mulheres e crianças. “A segurança alimentar é o alicerce do desenvolvimento no país – especialmente para os mais jovens e vulneráveis,” disse o Diretor do PMA para o Afeganistão, Louis Imbleau.

A operação do PMA no Afeganistão tem um foco duplo, salvando vidas e levando ajuda de emergência para necessidades imediatas, incluindo as decorrentes de conflitos e desastres naturais, bem como melhorando a segurança alimentar geral, em parceria com o Governo. Este ano, a agência não tem nem metade do financiamento de que necessita para ajudar 7,3 milhões de afegãos em todas as 34 províncias do país, e se mais dinheiro não for disponibilizado, uma “quebra crítica do fornecimento” de trigo está prevista para ocorrer em junho, declara comunicado da agência.

Isso afetaria milhões de pessoas no Afeganistão, onde o trigo é o alimento básico e primário usado em rações para quase todas as operações do PMA. Fontes de óleo vegetal e leguminosas escasseariam entre julho e agosto, acrescentou a agência. A escassez de financiamento significa também que o PMA teria de cortar pela metade o fornecimento de comida para escolas em junho, afetando mais de um milhão de alunos.

“Até agosto, sem o apoio rápido e sólido da comunidade internacional, o PMA terá esgotado todas as mercadorias restantes e será forçado a reduzir ou suspender algumas partes da operação,” afirma o comunicado. A agência está pedindo aos doadores que injetem rapidamente mais fundos, para que possa começar a aquisição de alimentos em nível local e regional e evitar uma quebra potencialmente devastadora na oferta de alimentos.

ONU homenageia funcionários mortos nos últimos sete dias

Secretário-Geral deposita coroa de flores em saguão na entrada da sede; bandeira da organização foi hasteada a meio mastro em sinal de luto pelas vítimas no Afeganistão, na Costa do Marfim e na República Democrática do Congo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas realizaram na manhã desta quarta-feira uma cerimônia em memória dos funcionários mortos, desde a semana passada, em várias partes do mundo.

O Secretário-Geral depositou uma coroa de flores em respeito às vítimas. Cerca de 40 pessoas morreram em incidentes separados nos últimos sete dias. Deste total, pelo menos 24 são funcionários da organização.

Bala Perdida

Na sexta-feira, um ataque ao Centro de Operações de Paz em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão, matou três funcionários da ONU e quatro contratados. Ainda na semana passada, uma bala perdida tirou a vida de uma integrante da Missão de Paz na Costa do Marfim, Onuci.

Nesta segunda-feira, um desastre com um avião das Nações Unidas na República Democrática do Congo matou 32 pessoas, incluindo pelo menos 20 empregados da organização.

Em sinal de luto, a bandeira da ONU será hasteada a meio mastro nesta quarta-feira em todas as sedes pelo mundo.

O Secretário-Geral enviou uma carta aos funcionários expressando pesar às famílias das vítimas e aos colegas. Ele disse que tem certeza que os colegas mortos nos três incidentes gostariam de ver o trabalho da ONU sendo realizado de forma corajosa.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU. Assista abaixo ao vídeo da cerimônia:

ONU confirma inquérito sobre ataque a centro no Afeganistão

Sete trabalhadores da organização em Mazar-e-Sharif foram assassinados na sexta-feira durante protestos contra uma queima do Corão nos Estados Unidos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O chefe da Missão das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, Staffan de Mistura, confirmou que a organização abriu um inquérito para investigar o assassinato de três funcionários e quatro contratados na sexta-feira, em Mazar-e-Sharif, no norte do país.

Os três, uma piloto noruguesa, um romeno e um especialista em direitos humanos sueco foram mortos durante um protesto de pelo menos 2 mil pessoas em frente ao Centro de Operações da ONU na cidade. Foram mortos ainda mais quatro guardas nepaleses, que faziam a segurança do local.

Ameaça

Os corpos dos sete foram levados de volta à capital Cabul, no domingo, na presença dos embaixadores do Nepal, da Noruega, da Suécia e da Romênia.

Numa conversa com o pessoal da ONU na capital afegã, Cabul, Mistura informou que o protesto, que reuniu de 2 a 3 mil pessoas, teria começado pacificamente, mas depois saiu do controle.

Os manifestantes reprovavam a queima do Corão por um líder religioso nos Estados Unidos, Terry Jones. Ele já havia ameaçado fazer uma queima do livro sagrado dos muçulmanos, no ano passado, e desistiu da ideia. Segundo agências de notícias, Jones finalmente queimou um exemplar do livro no último dia 20.

Mistura acredita que o protesto foi desviado para a sede da ONU no local porque o Consulado americano ainda não havia sido aberto.

O chefe da Unama disse que a polícia afegã não conseguiu conter os manifestantes quando eles começaram a atirar pedras e balas de revólver contra o centro. Ele informou que apesar de terem sido atacados, os soldados da ONU preferiram não atirar contra os manifestantes. Após o ataque, a ONU decidiu remanejar o pessoal para a capital Cabul enquanto o local é reconstruído. O governador da província acredita que os assassinos se infiltraram nos protestos para praticar o ataque.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU.

ONU quer que governos e sociedade combatam intolerância

Chefe da Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, emitiu comunicado após ataques que mataram várias pessoas no Afeganistão incluindo funcionários das Nações Unidas.

A Aliança das Civilizações, uma iniciativa apoiada pela ONU para aproximar povos e culturas do Ocidente e do Oriente, pediu a governos e sociedade civil que façam mais para combater a intolerência.

O apelo foi lançado, neste domingo, pelo chefe da Aliança e ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio.

Ações e Palavras

Desde a sexta-feira, várias pessoas foram assassinadas em ataques no Afeganistão por causa de protestos contra um grupo religioso nos Estados Unidos, que queimou uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Jorge Sampaio disse que o silêncio, nessas horas, pode ser visto como consentimento. Ele afirmou que as ações e palavras do líder religioso Terry Jones são ofensivas e perigosas. E disse ainda que nenhuma religião tolera “o massacre de inocentes”.

Entre as vítimas fatais no Afeganistão estão três funcionários das Nações Unidas que trabalhavam no Centro de Operações da cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país. No ataque, também morreram quatro guardas nepaleses que faziam a segurança do local.

Sampaio condenou a violência e disse que intolerância e extremismo têm que ser combatidos, a longo prazo.

Ele encerrou o comunicado pedindo a governos, líderes religiosos e à sociedade civil que aumentem seus esforços e cooperem com a Aliança das Civilizações da ONU para confrontar a intolerância.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU

Ataque no Afeganistão mata funcionários da ONU

Ataque no Afeganistão mata funcionários da ONUFuncionários da ONU que trabalhavam no Afeganistão foram mortos nesta sexta-feira (01/04) depois que manifestantes atacaram o complexo da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) na cidade de Mazar-i-Sharif, de acordo com informações emitidas pelo porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

O Chefe da UNAMA e Representante Especial para o Afeganistão, Staffan de Mistura, está se dirigindo à cidade para lidar com a situação. O número exato de funcionários mortos ainda não foi divulgado, e a Missão afirmou estar trabalhando para obter todas as informações e fornecer cuidados aos funcionários afetados.