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ONU e União Africana discutem esforços conjuntos para assistência a países emergindo da guerra

Membro de Missão de Paz da ONU em atuação na África. Foto: ONU.Representantes das Nações Unidas e da União Africana (UA) se encontraram na semana passada em Nova York para discutir maneiras de impulsionar a cooperação entre as duas partes com o objetivo de apoiar esforços de países saindo de conflitos, principalmente na África, para estabelecer uma paz duradoura. Esta foi a primeira reunião consultiva entre membros da Comissão de Consolidação da Paz da ONU (PBC, na sigla em inglês) e do Conselho de Paz e Segurança da UA, e baseia-se na visita da PBC à sede da UA em Adis Abeba (Etiópia), ocorrida em novembro de 2009.

O encontro “fortalece a cooperação que congrega as Nações Unidas e a União Africana na busca de uma visão abrangente para a paz e prosperidade na África”, declarou o Presidente da Comissão de Consolidação da Paz, Embaixador Peter Wittig, da Alemanha. A reunião também encoraja o apoio a esforços de consolidação de paz na África, assim como mecanismos para promover conjuntamente ajuda financeira e política para países emergindo de conflitos no continente.

A PBC, fundada em 2005 para ajudar Estados em dificuldades a não voltarem a situações de guerra e caos, atualmente possui quatro países em sua agenda – Burundi, Serra Leoa, Guiné-Bissau e a República Centro-Africana. Países também podem se beneficiar da assistência financeira do Fundo de Consolidação da Paz da ONU para acelerar projetos de reconstrução.

Participantes da reunião enfatizaram a necessidade de uma ação conjunta em uma série de questões, incluindo mobilização de recursos para atividades de consolidação de paz na África, e afirmaram a importância da liderança nacional no processo de pacificação em países em fase de pós-conflito e da parceria internacional no apoio a tais esforços. O encontro foi realizado na última quinta-feira (8).

Apesar do recente progresso, África Ocidental permanece em encruzilhada

Representante Especial da ONU para a África Ocidental, Said Djinnit. Foto: ONU.As causas dos conflitos na África Ocidental, incluindo tensões étnicas e desafios de governos, poderiam reverter os ganhos feitos na consolidação da paz, deixando a região numa encruzilhada. Está é a avaliação de um alto funcionário das Nações Unidas no país, feita nesta terça-feira (13). “Isto requer o apoio contínuo da comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, para manter o momento de paz e estabilidade na região.” disse o Representante Especial para a África Ocidental, Said Djinnit.

Seis meses após seu último encontro com o Conselho de Segurança, Djinnit disse que a situação na região tem melhorado. Na época, uma crise constitucional tinha surgido no Níger, enquanto grande parte da população da Guiné era afetada pela insegurança alimentar, tráfico de drogas e outros obstáculos. “Desde então, a realização de eleições pacíficas no Togo – e a subsequente formação de um governo com a participação da oposição –, além do contínuo compromisso das autoridades do Níger com um programa de transição, são sinais encorajadores de progresso”.

“Não preciso dizer que uma democracia estável e pacífica em Guiné teria grandes implicações na estabilidade da região”, especialmente no fortalecimento da paz duramente conquistada em Serra Leoa e na Libéria, apontou Djinnit. O progresso na Guiné também poderia ajudar a resolver a atual crise na vizinha Guiné-Bissau. Neste país, uma série de assassinatos políticos têm ameaçado a segurança e estabilidade da região, mas a ordem foi restaurada com as eleições de Malam Bacai Sanhá, em junho de 2009. Nos últimos seis meses foi observado um crescimento na África Ocidental, apoiado pela recuperação da economia global. No entanto, Djinnit destacou que estas melhoras ainda não ocasionaram uma redução sustentável da pobreza.

Ao mesmo tempo, as perspectivas de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) permanecem fracas. Também preocupa a crise alimentar que envolve milhões de pessoas, especialmente em Níger, lar de mais de sete milhões de pessoas famintas.

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