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Ban preocupado com ataques a funcionários da ONU em Darfur

Ban declara contra os recentes ataques dirigidos a funcionários da ONU em Darfur. Foto: ONUO Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou sua preocupação com uma série de incidentes recentes que têm contribuído para o agravamento da situação na conflituosa região sudanesa de Darfur, onde continuam as tensões em um acampamento de pessoas deslocadas e dois membros das forças de paz das Nações Unidas foram sequestrados no sábado passado no local.

Os dois conselheiros policiais sequestrados atuam com a Missão de Paz Conjunta da ONU e da União Africana em Darfur (UNAMID), a qual foi criada para proteger os civis e conter a violência no país, onde cerca de sete anos de luta já mataram pelo menos 300 mil pessoas e levaram outros 2,7 milhões a sair de suas casas. “Os contínuos ataques à UNAMID, sequestros e maus tratos a funcionários da ONU e a trabalhadores humanitários só conseguem agravar mais a situação”, disse o Porta-voz do Secretário-Geral.

Ban Ki-moon estimou a restauração do acesso da ajuda humanitária ao acampamento Kalma, que abriga um número estimado de 82.000 deslocados internos e que tinha sido fechado para as agências humanitárias e organizações não-governamentais (ONGs) há cerca de duas semanas. O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) observou que o número de agências humanitárias operando em Darfur tem diminuído desde março de 2009, quando 11 ONGs internacionais foram expulsas da região.

O Secretário-Geral pediu ao governo de Sudão para apreender e levar à justiça aqueles responsáveis pelos ataques aos membros da ONU e trabalhadores humanitários, além de tomar todas as medidas possíveis para assegurar que o acesso humanitário permaneça aberto para todos os sudaneses e que o espaço humanitário esteja protegido.

Darfur: passos dados em direção à paz

Djibril Bassolé. Foto: ONU.O mediador designado pela Missão conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID), que trabalha pela resolução de conflitos na região, Djibril Bassolé, elogiou o progresso alcançado nas negociações entre o governo do Sudão e um dos principais grupos rebeldes do país. Bassolé declarou nesta quarta-feira (7) que aplaude a decisão tomada por ambas as partes de envolver pessoas desalojadas internamente, refugiados e sociedade civil “de forma mais geral para concluir um acordo de paz abrangente.”

Bassolé se encontrou ontem com o consultor do presidente Omar al-Bashir, Ghazi Salah Al-Din Attabani, que afirmou que um acordo de paz entre o governo do Sudão e o Movimento Justiça e Liberdade (LJM, na sigla em inglês) será assinado em Doha, Catar, no dia 15 de julho. O mediador pediu ajuda a Cartum, capital do Sudão, para assegurar que todos os representantes da sociedade civil de Darfur convidados para o evento possam viajar para a capital do Catar. Ele espera que o Governo tome todas as medidas cabíveis para restaurar a confiança e reduzir tensões em Darfur.

Nos últimos sete anos, por volta de 300 mil pessoas foram mortas e mais de 2 milhões foram desalojadas em decorrência de conflitos entre rebeldes e forças do governo apoiadas pelos milicianos aliados Janjaweed em Darfur. Todas as partes envolvidas são acusadas de violações graves contra os direitos humanos. As Forças de Paz da UNAMID estão na região desde o início de 2008, sucedendo uma missão anterior da União Africana.

Conselho de Segurança recebe relato sobre “significantes desafios” ao processo de paz em Darfur

Alto Funcionário da Missão conjunta da União Africana com a ONU em Darfur (UNAMID), Ibrahim Gambari, em discurso sobre a situação de Darfur ao Conselho de SegurançaO Alto Funcionário da Missão Conjunta das Nações Unidas com a União Africana em Darfur (UNAMID), Ibrahim Gambari, declarou em discurso ao Conselho de Segurança que, apesar do progresso alcançado na região de Darfur (oeste do Sudão), a violência entre governo e forças rebeldes persiste, matando e deslocando civis, e atingindo trabalhadores humanitários na região. “Os resultados tem sido mistos apesar de nossos maiores esforços”, disse Gambari no Conselho de Segurança ao apresentar o último relatório do Secretário-Geral sobre a área, onde o conflito já contabilizou a morte de 300 mil pessoas e deixou 2,7 milhões desabrigadas.

Ele disse que, embora as áreas de segurança e proteção aos civis tenham melhorado, a situação ainda é instável. “O processo de paz, que tenho apoiado fortemente sob a liderança da Equipe de Mediação da UNAMID, se desenvolveu, mas um profundo senso de desconfiança continua e algumas partes envolvidas não estão engajadas”, afirmou, ao se referir sobre o evento em Doha, no Catar, promovido pela UNAMID, para incentivar o diálogo entre o governo do Sudão e grupos opositores.

Ele citou ainda o acordo assinado entre o governo, o Movimento de Justiça e Igualdade (JEM, em inglês) e o Movimento de Libertação e Justiça (LJM, em inglês), uma coalizão criada para dar maior coesão às conversas de paz. No entanto, as partes não chegaram a um acordo até 15 de março, data limite, e o JEM suspendeu sua participação nas conversas esse mês alegando violações no comprometimento de cessar-fogo, atacando instalações do governo e comboios de caminhões comerciais. O Alto Funcionário atentou para o recomeço da luta armada entre o governo e outro grupo, o Abdul Wahid, facção do Exército de Libertação do Sudão (SLA), e também com tribos no sul de Darfur.

Gambari confirmou que esses conflitos causaram um substancial número de mortes civis, deslocamento de comunidades e prejudicaram a assistência humanitária. Ele pediu aos envolvidos que facilitem o acesso do UNAMID e da comunidade humanitária aos locais de recente enfretamento. “É com grande preocupação que declaro que a ONU e trabalhadores humanitários continuam a ser alvo de ataques e atos criminosos”. Aproveitou para dizer que deu instruções aos contingentes de tropas e polícias para responder com maior firmeza aos ataques, os quais classificou como crimes de guerra.

Em uma declaração na semana passada, o Secretário-Geral Ban Ki-moon repudiou os confrontos militares, encorajando as partes a respeitar o cessar-fogo e retornar às negociações em Doha. No seu relatório, disse que apesar de a UNAMID estar operando em sua capacidade total, incluindo aumento de pessoal, ainda faltam equipamentos cruciais necessários para garantir a capacidade das unidades militares e policiais, ponto destacado por Gambari.

Ele ainda destacou a importância da criação de um ambiente para o retorno voluntário das Pessoas Internamente Deslocadas (IDPs, em inglês) e de refugiados a suas casas. “A retenção de 2,3 milhões de pessoas em um campo de IDPs, em Darfur, é uma bomba-relógio, como nos mostrou a experiência em outros locais, como Líbano e Gaza”, declarou, apontando como responsabilidade do governo fornecer os recursos necessários para reabilitar e desenvolver a região. Em um encontro com jornalistas, Gambari ressaltou a que os moradores locais devem desfrutar dos benefícios dos “dividendos da paz”, que incluem rápida recuperação, reconstrução e desenvolvimento de projetos, um ponto que destacou em sua apresentação ao Conselho.

Sudão: ONU busca informações sobre reféns em Darfur

Um representante da ONU no Sudão encontrou-se com ministros do Governo esta semana para instaurar esforços para a liberação dos trabalhadores da ONU e voluntários que estão sendo mantidos como reféns na área conflituosa de Darfur, chamada de “crise dos reféns”.

Henry Anyidoho, Representante Especial da Missão em Darfur (UNAMID), discutiu a publicação e as negociações com o Ministro do Interior do país, Ibrahim Mahmoud Hamid e com o Ministro de Relações Exteriores Al Saman Al Wasila enquanto ia para o Conselho de Segurança e Paz da União Africana em Abuja, na Nigéria.

Na semana passada, um membro franco-britânico do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) Gauthier Lefevre, foi capturado por homens armados quando retornava de El Geneina, capital do estado de Darfur Ocidental, a partir de uma missão de campo para ajudar as comunidades locais a obter água potável. Uma semana antes do ocorrido um grupo armado rebelde no estado de Darfur Norte libertou dois membros da ONG internacional GOAL que estavam três meses em cativeiro.

Kofi Anyidoho discutiu a situação da segurança e as estratégias para reduzir o banditismo e a criminalidade em Darfur com dois ministros, agradecendo-os pela cooperação com a UNAMID. Os dois ministros se comprometeram a melhorar os diálogos com os movimentos rebeldes de Darfur objetivando trazer a paz para uma região onde pelo menos 300 mil pessoas já morreram e outros 2,7 milhões foram afastadas de suas famílias em mais de seis anos de lutas entre o governo, as milícias aliadas e vários grupos armados.