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ONU homenageia funcionários mortos nos últimos sete dias

Secretário-Geral deposita coroa de flores em saguão na entrada da sede; bandeira da organização foi hasteada a meio mastro em sinal de luto pelas vítimas no Afeganistão, na Costa do Marfim e na República Democrática do Congo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas realizaram na manhã desta quarta-feira uma cerimônia em memória dos funcionários mortos, desde a semana passada, em várias partes do mundo.

O Secretário-Geral depositou uma coroa de flores em respeito às vítimas. Cerca de 40 pessoas morreram em incidentes separados nos últimos sete dias. Deste total, pelo menos 24 são funcionários da organização.

Bala Perdida

Na sexta-feira, um ataque ao Centro de Operações de Paz em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão, matou três funcionários da ONU e quatro contratados. Ainda na semana passada, uma bala perdida tirou a vida de uma integrante da Missão de Paz na Costa do Marfim, Onuci.

Nesta segunda-feira, um desastre com um avião das Nações Unidas na República Democrática do Congo matou 32 pessoas, incluindo pelo menos 20 empregados da organização.

Em sinal de luto, a bandeira da ONU será hasteada a meio mastro nesta quarta-feira em todas as sedes pelo mundo.

O Secretário-Geral enviou uma carta aos funcionários expressando pesar às famílias das vítimas e aos colegas. Ele disse que tem certeza que os colegas mortos nos três incidentes gostariam de ver o trabalho da ONU sendo realizado de forma corajosa.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU. Assista abaixo ao vídeo da cerimônia:

Avião da ONU cai ao tentar pousar na República Democrática do Congo

Um avião das Nações Unidas com mais de 30 pessoas a bordo caiu nesta segunda-feira (04/04) ao tentar pousar no principal aeroporto de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.

Meios de comunicação relatam que no momento do acidente uma tempestade caía na cidade.

Segundo o vice-editor-chefe da Rádio Okapi, Pelle Kipela Mondo, acredita-se que o avião, proveniente da cidade de Kisangani, transportava 29 passageiros, além de quatro membros da tripulação. Ele afirmou também que funcionários da Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO) estão no local para ajudar nos possíveis resgates e para investigar a causa do acidente.

Faltam helicópteros nas missões de paz

Com cerca de 100 mil funcionários servindo em 15 missões de paz, as Nações Unidas têm enfrentado dificuldades para conciliar o aumento de pessoal e o déficit de recursos, afirmou nesta terça-feira (22/02) o Subsecretário-Geral de Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, durante o debate anual da Comissão Especial da Assembleia Geral sobre a Manutenção da Paz. Ele lembrou ainda que alguns recursos fundamentais para as missões, como helicópteros, só podem ser fornecidos pelos Estados-Membros.

Segundo Le Roy, os helicópteros militares são requisitados pelas operações que atuam em áreas extensas e remotas, como é o caso da Missão Conjunta de Paz das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID) e da Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO). “Devo ressaltar, mais uma vez, que forças de paz dão proteção a milhões de civis diariamente. Este é um fato que frequentemente passa despercebido”, alertou.

O Presidente da Assembleia Geral, Joseph Deiss, ressaltou a importância de que todos os Estados-Membros estejam envolvidos nas missões de paz. Apesar das decisões sobre os mandatos serem tomadas pelo Conselho de Segurança, cabe à Assembleia Geral deliberar sobre financiamento, elaboração de políticas e diretrizes e sobre a revisão das implementações das missões.

RDC: Tribunal condena autores dos crimes de violência sexual

A Representante Especial do Secretário-Geral para Violência Sexual em Conflito, Margot Wallström, saudou nesta segunda-feira (21/02) o veredito do Tribunal Militar em Baraka, na República Democrática do Congo (RDC), que pela primeira vez julgou e condenou à prisão um comandante do alto escalão e outros oficiais do exército por crimes relacionados à violência sexual no país.

O Tribunal condenou o Tenente Kibibi Mutware a 20 anos de prisão sob a acusação de crimes contra a humanidade pelo envio de suas tropas para estuprar, agredir e saquear a população de Fizi no dia de Ano Novo. Além do Tenente foram condenados três oficiais e cinco soldados. O país já havia registrado casos de violência sexual entre julho e agosto, no leste do país, por membros de grupos armados, incluindo os Maï Maï Cheka, e o grupo rebelde Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR).

“As sentenças mostram aos agressores da República Democrática do Congo e de outros países que os conflitos relacionados à violência sexual não são tolerados, e que a responsabilização dos autores dos crimes é possível”, disse a Representante. Ela afirmou que é essencial que os outros agressores sejam encontrados e levados à justiça, e lembrou a importância de dar assistência às vítimas e testemunhas da violência, bem como à suas famílias.

Wallström agradeceu o Governo congolês, a Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO), a Ordem dos Advogados americanos, a Iniciativa Sociedade Aberta e as organizações não-governamentais locais pela assistência neste caso “crucial”.

ONU pede às autoridades da RDC que investiguem novas denúncias de estupros

Margot WallströmA enviada das Nações Unidas para a violência sexual em situações de conflito pediu (08/01) às autoridades da República Democrática do Congo (RDC) que investiguem imediatamente relatos de uma grande quantidade de estupros ocorridos recentemente na província oriental do Kivu do Sul. No começo da semana passada, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) relatou que homens armados haviam estuprado mais de 30 mulheres no Dia de Ano Novo em ataque à cidade de Fizi.

“Peço às autoridades da República Democrática do Congo que investiguem as denúncias minuciosamente e sem atraso,” declarou a Representante Especial do Secretário-Geral para Violência Sexual em Situações de Conflito, Margot Wallström. “Espero do Governo da RDC que respeite os direitos humanos, faça tudo a seu alcance para prevenir abusos de todos os tipos e garanta que os responsáveis sejam levados à justiça,” acrescentou.

A declaração também destacou que, imediatamente após os relatos, a Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO) instalou uma base de operações em Fizi. Wallström disse que tais relatos “infelizmente confirmam” os avisos que ela levou ao Conselho de Segurança em outubro de 2010, ou seja, o risco de que tenham sido soldados do Exército Nacional Congolês (FARDC) os responsáveis pelos crimes.

A Representante Especial, que visitou a RDC em abril de 2010, descreveu a vasta nação africana como “capital mundial dos estupros.” Apenas alguns meses atrás, um grupo de direitos humanos da ONU confirmou que mais de 300 civis foram estuprados entre 30 de julho e 2 de agosto de 2010 na região de Wallikale, no leste do país, por membros de grupos armados, incluindo o Maï Maï Cheka e as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR).

“O uso de violência sexual como arma ou tática de guerra, ou como meio de praticar terrorismo contra oponentes políticos, é inaceitável,” disse Wallström. “A impunidade a estes tipos de crimes não deve ser tolerada,” enfatizou, acrescentando que também acompanha as situações na Costa do Marfim e no Haiti, onde tem havido relatos de violência sexual.