A Embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas e premiada atriz de Hollywood, Angelina Jolie, pediu maior foco para a reintegração de ex-refugiados afegãos, após sua segunda visita ao país. “Precisamos rever a ideia do que é o retorno e a diferença entre apenas retornar e ser reintegrado,” disse ela, que visitou pela primeira vez o Afeganistão como Embaixadora do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em 2008 e, desta vez, encontrou-se com algumas das mesmas pessoas.
Mais de 5,5 milhões de refugiados afegãos regressaram desde a queda do regime talibã, em 2001, principalmente do Paquistão e do Irã, e eles agora representam 20% da população. O ACNUR está preocupado com o fato de que muitos desses antigos refugiados continuam desempregados, sem ter onde morar e sem acesso a outras necessidades básicas. “O foco tem de ser colocado agora sobre a reintegração, o que não significa apenas a criação de habitações, mas ter certeza de que há água, oportunidades de trabalho, escola para as crianças e clínicas médicas,” disse Jolie.
Ela encontrou-se novamente com Khanum Gul na pequena sala que ela divide com o marido e oito filhos. Em 2008, quando Jolie visitou-a pela primeira vez, ela havia acabado de dar à luz a seu filho Samir. “Foi muito angustiante ver que, devido às más condições, Samir parece estar sofrendo algum tipo de atraso no desenvolvimento devido à desnutrição ou falta de cuidados médicos,” disse ela. “Ele não pode andar e está sobrevivendo no que só pode ser descrito como um armazém muito frio e úmido.”
O marido de Khanum, Eshan, tenta ganhar a vida como um trabalhador diarista. Ele espera por horas todos os dias, mas raramente é escolhido para o trabalho. O casal também cuida da mãe doente de Khanum, com 70 anos de idade. “Todos que encontrei nesta visita foram muito claros. Os afegãos não querem virar mendigos. Eles querem a oportunidade de trabalhar para viver com dignidade, para que possam sustentar suas famílias.”
Ainda na Ásia, Jolie lembrou outros refugiados e deslocados que sofrem a um continente de distância, na África, manifestando profunda preocupação com as dezenas de milhares de civis em meio a duas diferentes emergências que vêm se desdobrando rapidamente, na Costa do Marfim e na Líbia.