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ONU ressalta recomendações para o novo Governo da Costa do Marfim

O Conselho de Segurança da ONU encorajou nesta quarta-feira (13/4) o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouatarra, a formar um Governo inclusivo e abrangente. Ouattara assume as responsabilidades de chefe de Estado, após a rendição de Laurent Gbagbo, que se recusava a reconhecer a derrota nas eleições presidenciais de novembro. O órgão elogiou o compromisso de Ouattara em investigar as alegações de abusos aos direitos humanos e levar à justiça os autores destes crimes, bem como a decisão do Presidente de estabelecer um Comitê de Verdade e Reconciliação.

Presidido este mês pelo Embaixador da Colômbia, Néstor Osorio, o Conselho também encorajou o Governo marfinense a cooperar com a Comissão de Inquérito Independente, estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, e instou as autoridade que assegurem a segurança de Gbagbo e que concedam a ele e à sua comitiva um tratamento justo e igualitário.

A Missão de Paz da ONU na Costa do Marfim (ONUCI) também foi estimulada a ajudar o Governo nas questões urgentes como o desarmamento, a proteção de civis, a ordem pública e o Estado de Direito. O Chefe da ONUCI e Representante Especial do Secretário-Geral, Y.J. Choi, afirmou que algumas das prioridades da Missão são impedir a eclosão de novos ataques e abusos aos direitos humanos e desarmar soldados e militares rendidos. Entre os desafios citados estão a restauração da segurança, a entrega de ajuda humanitária e a reconciliação e reconstrução nacional.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu a construção da confiança pública no Estado de Direito e a garantia de justiça. Ela demonstrou preocupação com as divisões entrincheiradas e a desconfiança entre comunidades imersas em anos de conflitos e violência, exaltados pelos discursos inflamatórios e pela represália.

A Subsecretária-Geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, ressaltou a necessidade de aumentar o fornecimento de ajuda alimentar, abrigo e assistência médica para doentes e feridos, bem como para aqueles traumatizados pelas atrocidades testemunhadas. Ela reiterou o pedido para Ouattara de respeitar o direito internacional e garantir a proteção da população, lembrando que os grupos armados também têm responsabilidades a cumprir neste sentido.

O Presidente da Assembleia Geral, por sua vez, declarou que os direitos humanos, a boa governança, a transparência e a responsabilização devem ser os princípios que conduzem o novo Governo da Costa do Marfim. “Espero que a comunidade internacional continue ajudando o país, à medida em que enfrenta novos desafios de recuperação e reconstrução”, concluiu.

Rendição de Gbagbo é “um passo muito importante no processo”, afirma ONU

Alain Le RoyA missão de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim confirmou que o ex-Presidente Laurent Gbagbo se rendeu às forças leais ao Presidente eleito Alassane Ouattara e está atualmente sob sua custódia. “A Operação da ONU na Costa do Marfim (ONUCI) está fornecendo proteção e segurança de acordo com o mandato do Conselho de Segurança”, disse o porta-voz do Secretário-Geral.

O Subsecretário-Geral do Departamento de Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse a repórteres, após se reunir com os membros do Conselho de Segurança, que Gbagbo está atualmente em um apartamento no Hotel Golf em Abidjan, onde Ouattara e sua comitiva estavam baseados sob proteção da UNOCI desde que o resultado da eleição foi declarado. “Posso confirmar que o ex-Presidente e sua esposa estão no Hotel Golf […] A UNOCI foi acionada para garantir sua segurança”, disse Le Roy, acrescentando que depende de Ouattara decidir o que fazer com o seu antecessor .

Ele enfatizou que a operação militar da UNOCI contra as forças de Gbagbo de ontem (10/04) foi em resposta a seus ataques contra a ONU e contra civis em Abidjan. As forças de Gbagbo também bombardearam a residência de Ouattara durante o fim de semana.

Le Roy descreveu a rendição de Gbagbo como “um passo muito importante no processo”, mas acrescentou que “a crise ainda não acabou” no país do Oeste Africano.

“O Conselho de Segurança está satisfeito, disse Le Roy. Ele ressaltou que ainda há focos de resistência em Abidjan, mas a cidade está bastante tranquila.

O Subsecretário-Geral disse que o comandante da guarda republicana de Gbagbo havia contatado a ONU, afirmando que queria entregar suas armas. Cerca de 200 membros das forças de Gbagbo também se renderam à ONUCI, acrescentou.

ONU homenageia funcionários mortos nos últimos sete dias

Secretário-Geral deposita coroa de flores em saguão na entrada da sede; bandeira da organização foi hasteada a meio mastro em sinal de luto pelas vítimas no Afeganistão, na Costa do Marfim e na República Democrática do Congo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas realizaram na manhã desta quarta-feira uma cerimônia em memória dos funcionários mortos, desde a semana passada, em várias partes do mundo.

O Secretário-Geral depositou uma coroa de flores em respeito às vítimas. Cerca de 40 pessoas morreram em incidentes separados nos últimos sete dias. Deste total, pelo menos 24 são funcionários da organização.

Bala Perdida

Na sexta-feira, um ataque ao Centro de Operações de Paz em Mazar-e-Sharif, no Afeganistão, matou três funcionários da ONU e quatro contratados. Ainda na semana passada, uma bala perdida tirou a vida de uma integrante da Missão de Paz na Costa do Marfim, Onuci.

Nesta segunda-feira, um desastre com um avião das Nações Unidas na República Democrática do Congo matou 32 pessoas, incluindo pelo menos 20 empregados da organização.

Em sinal de luto, a bandeira da ONU será hasteada a meio mastro nesta quarta-feira em todas as sedes pelo mundo.

O Secretário-Geral enviou uma carta aos funcionários expressando pesar às famílias das vítimas e aos colegas. Ele disse que tem certeza que os colegas mortos nos três incidentes gostariam de ver o trabalho da ONU sendo realizado de forma corajosa.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU. Assista abaixo ao vídeo da cerimônia:

Missão da ONU diz que “forças marfinenses se renderam”

Em comunicado, Onuci disse que informação foi dada por telefone ao escritório das Nações Unidas por oficiais leais ao presidente Laurent Gbagbo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

A Missão das Nações Unidas na Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, informou ter recebido um telefonema de oficiais militares “sobre a rendição das forças do presidente Laurent Ggagbo”.

Desde novembro passado, ele se recusa a deixar o cargo, após a vitória no pleito reconhecida pela comunidade internacional, de seu rival e líder da oposição, Alassane Ouattara.

Ofensiva

Na tarde desta segunda-feira, forças da França e tropas da ONU iniciaram um ofensiva contra Gbagbo.

Segundo a Missão da ONU no país, Onuci, os militares que procuraram as Nações Unidas são o chefe do gabinete das Forças de Defesa e Segurança, o primeiro-comandante da Polícia e o comandante da Guarda de República.

A Onuci recebeu as armas e ofereceu proteção aos simpatizantes do presidente em exercício.

Centenas de pessoas morreram desde a sexta-feira durante marchas comandadas pelo presidente eleito, Alassane Ouattara. Num telefonema a ele, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, pediu a proteção dos civis.

A violência política na Costa do Marfim já causou 1 milhão de refugiados.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

ONU envia tropas para proteger civis em meio ao crescente aumento da violência na Costa do Marfim

A Missão de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) enviou tropas para  o oeste do país para proteger cerca de 10 mil civis que procuram refúgio em uma igreja em meio à crescente preocupação internacional com a situação humanitária. Tropas foram enviadas para Duékoué e Yamoussoukro, capital do país, para proteger os deslocados internos e outros civis que fugiram devido aos conflitos entre as forças aliadas do ex-Presidente,Laurent Ggabo, e do vencedor das eleições presidenciais, Alassane Ouattara.

“A situação humanitária é dramática e o sofrimento da população aumenta a cada dia”, afirmou o porta-voz da Missão, Hamadoun Touré. Ele disse que as prioridades da UNOCI são prevenir e evitar que atrocidades sejam cometidas contra civis – independentemente de sua posição política, etnia ou religião – e de aliviar a dor dos deslocados internos.

Mais de um milhão de pessoas está deslocada desde que a violência se instaurou na Costa do Marfim após as eleições presidenciais em novembro. A ONU alertou para o agravamento da situação humanitária, que levou muitas pessoas a fugiram para países vizinhos, principalmente a Libéria, onde há agora grande tensão em relação à disponibilidade de recursos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) relatou que houve também um “êxodo em massa” dos residentes de Abidjan, maior cidade costa marfinense, devido ao medo de que a violência atinja em breve a cidade.

O Chefe da ONUCI e Representante Especial do Secretário-Geral, Y.J.Choi, tem estado em contato com as partes envolvidas no conflito para buscar uma solução para a crise, enquanto as forçar militares da Missão estão realizando patrulhas regulares em Abidjan e outras áreas em risco iminente, para prevenir futuros ataques contra civis. Cerca de 500 pessoas já foram mortas no conflito.