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Revisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU deve melhorar sua eficácia

A revisão quinquenal do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas deve ajudá-lo a fazer uma maior diferença, reagindo de modo mais rápido e eficaz no combate aos abusos crônicos e urgentes, disse o Presidente do organismo e Embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, à Assembleia Geral.

A revisão, segundo ele, objetiva identificar as melhores formas para que o Conselho racionalize seu trabalho e garanta que seu tempo e recursos foram efetivamente utilizados. Ela também destacará a necessidade de coordenar melhor a relação entre o trabalho do Conselho e o da Assembleia Geral nas questões dos direitos. Este processo está previsto para estar completo no mais tardar em junho de 2011.

Sobre outras questões abordadas no relatório, Phuangketkeow disse que um total de 72 decisões e três declarações presidenciais foram aprovadas durante o período relatado, de setembro de 2009 a junho de 2010. Entre as questões mais urgentes na agenda do Conselho durante esse tempo estão o período pós-terremoto de recuperação do Haiti, o ataque à flotilha de Gaza e a situação na Somália.

O Conselho promove em seu trabalho questões relativas aos direitos humanos das mulheres, incluindo a mortalidade materna e a igualdade de gênero, bem como os direitos das crianças. Entre outros temas discutidos, se incluem o impacto da crise global e financeira sobre os direitos humanos, o direito à verdade – de modo a proteger jornalistas em situações de conflitos armados – e os efeitos adversos de resíduos tóxicos humanos sobre os direitos humanos.

Painéis “Guerra e Paz”, de Portinari, serão expostos no Rio de Janeiro

Paz: Painel de Portinari. Imagem ONUOs painéis “Guerra e Paz”, pintados pelo brasileiro Cândido Portinari especialmente para o hall da Assembleia Geral das Nações Unidas, percorrerão o mundo passando por cidades como Rio de Janeiro, Paris, Hiroshima e Oslo até 2013.

A obra “Guerra e Paz” foi encomendada a Portinari em 1956 como um presente do Governo Brasileiro às Nações Unidas e foram montados no hall de entrada da Assembléia Geral. Estrategicamente posicionados, o painel “Guerra” é visto por quem entra, e o “Paz” por quem sai do prédio com a mensagem simbólica de levar a paz aos quatro cantos do mundo. Os painéis têm 14 m de altura por 10 m de largura cada.

Guerra. Painel de Portinari. Imagem: ONUComo o prédio da ONU estará em reforma até 2013, o presidente do Projeto Portinari, João Portinari, viu surgir uma grande chance de mostrar ao mundo, e ao Brasil, uma das obras mais importantes da carreira do pai, que segundo analistas acabou ficando “um pouco escondida” do grande público. Antes de iniciar seu giro pelo mundo, a obra será exposta ao público brasileiro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o mesmo local de sua inauguração há exatos 54 anos.

Veja mais informações e a entrevista da Rádio ONU ao Presidente do Projeto Portinari clicando aqui.

Medidas do Conselho de Segurança contra terrorismo não têm base legal, afirma especialista independente da ONU

Relator Especial Martin Scheinin. Foto: ONU.Um especialista independente da ONU em direitos humanos declarou que o regime criado pelo Conselho de Segurança para combater o terrorismo está fora do âmbito das suas competências. Ele pediu ao organismo que sistematize suas medidas de luta contra o terrorismo e os deveres de informação dos Estados sob um marco legal único.

Em seu relatório anual, apresentado à Assembleia Geral na última segunda-feira (25/10), Martin Scheinin, Relator Especial sobre a promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais no combate ao terrorismo, disse que as obrigações na luta contra o terrorismo impostas aos Estados-Membros pela resolução 1373 do Conselho de Segurança, aprovada na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, “forma uma medida quase-legislativa que é ilimitada no tempo e no espaço.”

Scheinin afirmou que qualquer que seja a justificativa que o Conselho possa ter tido em setembro de 2001 para adotar a resolução, “a sua aplicação continuada nove anos depois não pode ser vista como uma resposta adequada a uma ameaça específica para a paz e segurança internacionais. A Resolução 1373 (2001) vai além dos poderes conferidos ao Conselho de Segurança e continua a apresentar riscos para a proteção de uma série de normas internacionais de direitos humanos”, escreveu.

Scheinin, um professor finlandês com extenso conhecimento e prática em direito internacional público e jurisdição dos direitos humanos, designado como Relator Especial em julho de 2005, argumentou que é problemático impor obrigações de ligação permanente para atos de terrorismo que ainda não aconteceram porque não existe uma definição universalmente aceita e precisa de terrorismo. Ele também citou problemas com o regime de sanções à Al-Qaeda e ao regime talibã pela resolução 1267 de 1999 do Conselho, apresentada há 11 anos como “uma forma de sanções inteligentes contra um grupo definido de pessoas e limitada no tempo e no espaço”, declarou a repórteres em uma conferência em Nova York.

“Enquanto a Resolução 1267 (1999) poderia ser vista como uma medida de emergência temporária pelo Conselho de Segurança, usar os poderes do Capítulo VII para manter uma lista permanente de indivíduos e entidades terroristas em todo o mundo e impor a sua aplicação a todos os Estados-Membros como uma obrigação da Carta juridicamente vinculativa ultrapassa as competências do Conselho de Segurança”, acrescentou.

Elogiando as medidas tomadas pelo Conselho para a reforma da lista de terroristas e a retirada da lista de alguns procedimentos, Scheinin constatou que o processo judicial adequado permanece em xeque. “É essencial que os indivíduos e entidades tenham acesso aos tribunais nacionais para impugnar qualquer medida de execução das sanções que sejam resultado de decisões políticas tomadas pelos diplomatas”.

O Relator Especial, que encerra suas funções em julho de 2011, pediu ao Conselho que aproveitasse a oportunidade do décimo aniversário da 1373 para substituir tanto esta resolução quanto a resolução 1267 por uma única resolução – não aprovada nos termos do Capítulo VII da Carta – para sistematizar as medidas de combate ao terrorismo e relatar as obrigações dos Estados em um único marco legal. Essa resolução deve incluir disposições explícitas dos direitos humanos e reafirmar a obrigação das Nações Unidas de cumprir os direitos humanos internacionais.

Scheinin destacou que, tal como reafirmado na Estratégia Global de Contraterrorismo das Nações Unidas aprovada pela Assembleia Geral, medidas eficazes de combate ao terrorismo e a proteção dos direitos humanos não são objetivos contraditórios, mas complementares e se reforçam mutuamente. “Os esforços da defesa dos direitos humanos torna os esforços de contraterrorismo dos Estados ainda mais eficazes. Violações dos direitos humanos pelos Estados são apenas conducentes para fornecer mais terreno para o terrorismo”, disse Scheinin, que fez seu relato ao Conselho de Direitos Humanos sediado em Genebra. Nas Nações Unidas, especialistas como Martin Scheinin exercem tal atividade de modo independente e não remunerado.

Asteróides que podem ameaçar a Terra entre as questões no debate da ONU sobre o espaço sideral

Mazlan Othman, Diretora do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral. Foto: ONU.Um grupo de trabalho das Nações Unidas atualmente está estudando a forma como a Organização deve responder a eventuais ameaças para o planeta provenientes de objetos próximos da Terra, tais como asteróides, disse ontem (14) a Diretora do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA), Mazlan Othman.

O grupo de trabalho, criado no âmbito do Comitê das Nações Unidas sobre o Uso Pacífico do Espaço Sideral, deve fornecer recomendações que serão apresentadas à Assembleia Geral dos Estados-Membros para tomar uma decisão sobre a resposta a ser tomada em relação a objetos próximos da Terra.

“Temos agora um grupo de trabalho que apresentará um projeto sobre como as Nações Unidas devem lidar com esta situação”, disse Othman, que está em Nova York para participar das discussões na Assembléia sobre cooperação internacional sobre os usos pacíficos do espaço sideral.

Ela disse que a Comissão sediada em Viena (Áustria) também está discutindo, entre outras questões, sobre os detritos espaciais e a sustentabilidade em longo prazo da exploração espacial. “Todo o lixo espacial é muito perigoso, não apenas para os satélites, mas também para a vida humana devido à Estação Espacial Internacional”, declarou Othman. Outros tópicos na agenda da Comissão incluem benefícios na tecnologia espacial, no espaço e na água, e no espaço e nas mudanças climáticas.

Presidente da Assembleia Geral pede expansão dos serviços de microfinanças no combate à pobreza

O Presidente da Assembleia Geral, Joseph Deiss, ressaltou a importância do microcrédito como forma de aliviar a pobreza, dando como exemplo as melhorias que o microcrédito trouxe à muitas mulheres pobres que tiveram acesso a serviços financeiros que anteriormente não tinham.

“O microcrédito é um instrumento fundamental para melhorar as condições de vida de populações mais pobres. O forte crescimento das microfinanças nos últimos anos pode ser considerado um sucesso”, disse Deiss na sessão da Assembleia Geral realizada como um debate de seguimento sobre o Ano Internacional da Microcrédito comemorado em 2005.

Ele, porém, lembrou o relatório do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o papel de microcrédito e microfinanças na erradicação da pobreza, que revelou uma série de limitações. O relatório mostrou que a cobertura geográfica dos serviços de microfinanças ainda é irregular e que áreas rurais ainda são muitas vezes excluídas, o que significa que as populações mais pobres têm dificuldade em acessar os serviços.

Segundo o relatório, as microfinanças ajudam a melhorar a vida dos menos favorecidos, embora não possam tirá-los permanentemente da pobreza. O serviço, no entanto, tem potencial educativo significativo em termos de introdução de populações pobres aos mecanismos de mercado, das quais muitas vezes têm pouco conhecimento.