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Conselho de Segurança pode votar nesta quinta resolução contra a Líbia

Estados Unidos defendem necessidade de medidas para lidar com a situação; segundo agências, continuam os ataques aéreos do exército em Benghazi.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

O Conselho de Segurança está reunido nesta quinta-feira a portas fechadas para discutir a situação na Líbia. Em declaração a jornalistas, em Nova Iorque, os Estados Unidos defenderam que negociações estão em curso para impor uma zona de exclusão aérea no país.

Segundo agências, ataques aéreos do exército continuam ocorrendo em Benghazi, a maior cidade em poder dos rebeldes. As operações seguem diante de protestos antigovernamentais, iniciados no mês passado.

Discussões

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse a jornalistas que diplomatas continuam trabalhando “em ma linguagem para lidar de uma forma concreta e significativa com a situação líbia.”

Susan Rice afirmou que a proposta dos Estados Unidos tem o apoio da Grã-Bretanha, Líbano e França.

Segundo Rice, o interesse é permitir que haja um vasto leque de ações que de proteção a civis e aumentar a pressão sobre Kadafi de forma eficaz para conter as mortes, além de permitir que os líbios expressem as aspirações deles para o futuro, de uma forma livre e pacífica.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Clique aqui para ouvir a matéria da Rádio ONU.

Brasil encerra presidência rotativa do Conselho de Segurança

Maria Luiza ViottiPaís dirigiu todos os trabalhos do órgão em fevereiro incluindo a sessão que aprovou a resolução sobre sanções à Líbia; embaixadora espera rapidez na reforma do Conselho.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Terminou nesta segunda-feira a presidência rotativa do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Durante todo o mês de fevereiro, o país esteve à frente do órgão num período, considerado pela embaixadora brasileira, bastante intenso.

Além de um encontro de alto nível, presidido pelo chanceler Antonio Patriota, o Conselho de Segurança teve de lidar com assuntos inesperados como a disputa fronteiriça entre Camboja e Tailândia e a crise política na Líbia.

Ampliação

Nesta entrevista à Rádio ONU, a chefe da Missão do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, disse que espera que a reforma de ampliação do Conselho ocorra com rapidez.

Ao lado da Alemanha, da Índia e do Japão, além de outros, o Brasil é um dos países que já manifestaram interesse num assento permanente no órgão.

“Eu espero que esta reforma do Conselho de Segurança ocorra rapidamente, de forma que o Brasil possa ter uma presença constante no Conselho. Acho que essa presidência demonstrou que o Brasil tem um valor a agregar ao Conselho. Por isso, eu creio que seria muito útil e muito positivo que a reforma avançasse de forma que nós pudéssemos voltar logo ao Conselho.”

Assento Rotativo

O mandato do Brasil termina em dezembro. O país foi eleito para um assento rotativo no fim de 2009.

Um outro membro de língua portuguesa no órgão é Portugal, que tem mandato até o fim de 2012.

O Conselho de Segurança tem 10 membros não-permanentes.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU.

Conselho de Segurança aprova sanções contra a Líbia

Maria Luiza Ribeiro ViottiMônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Os países-membros do Conselho de Segurança decidiram impor sanções ao governo da Líbia. A Resolução 1970 inclui congelamento de ativos, proibição de viagens e embargo de armas. O Conselho decidiu ainda levar o tema ao promotor do Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia.

Após uma reunião de emergência, que começou às 11 horas da manhã deste sábado, o órgão adotou o documento, por unanimidade, às 8 da noite, horário de Nova York.

Resposta violenta

O governo do líder líbio, Muammar Kadafi, está sendo responsabilizado pela resposta violenta aos protestos de rua que pedem a saída dele do cargo. Kadafi está no poder há mais de 40 anos.

De acordo com a ONU, mil pessoas podem ter morrido nos 10 primeiros dias das manifestações.

O encontro foi presidido pela embaixadora do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, sentou-se ao lado da embaixadora na reunião. Falando em inglês, ela explicou a posição do Brasil.

Maria Luiza Ribeiro Viotti disse que o governo brasileiro condenou, firmemente, o uso da violência contra os manifestantes. Ela afirmou que o Brasil também pediu ao governo líbio que protegesse os civis e garantisse a eles a liberdade de expressão. A embaixadora classificou a violência na Líbia como um “banho de sangue” e “totalmente inaceitável”.

De acordo com agências de notícias, opositores de Kadafi estariam controlando várias cidades, incluindo Benghazi, a segunda maior da Líbia, que fica no leste do país.

Vários trabalhadores estrangeiros que estavam tentando fugir da violência conseguiram sair da Líbia neste sábado, incluindo um grupo de brasileiros.

Ouça aqui a reportagem.

Brasil preside debate na ONU sobre paz e desenvolvimento

Evento ocorre, nesta sexta-feira, no Conselho de Segurança e será dirigido pelo chanceler Antônio Patriota; proposta é aumentar elemento de assistência em missões de paz.

Pedro Nakano, da Rádio ONU em Nova York*

O Brasil preside, nesta sexta-feira, um debate de alto nível no Conselho de Segurança sobre a interdependêncida entre paz. segurança e desenvolvimento.

A sessão será dirigida pelo chanceler brasileiro, Antônio Patriota, que fará o seu primeiro discurso na ONU desde que tomou posse no cargo. Participam ainda do debate, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, representantes do Banco Mundial e ministros do Exterior de vários países.

Interdependência

O titular da pasta de Negócios Estrangeiros de Portugal, ministro Luís Amado, disse nesta entrevista à Rádio ONU, em Nova York, que desenvolvimento e segurança são fundamentais na estabilização de qualquer país.

“Este debate é sobre um tema que está muito na ordem do dia. Felizmente hoje, as concessões mais avançadas em matéria de política e desenvolvimento tem muita em consideração essa necessária interdependência entre essas duas dimensões fundamentais na estabilização de qualquer país e qualquer região. E é com grande oportunidade que a presidência brasileira introduziu esse tema na agenda do Conselho de Segurança”, afirmou.

Problema Políticos

Para o Brasil, é necessário investigar a raiz da viôlencia de um país, incluindo seu retrato sociail e econômico.

No último fim de semana, em viagem à Alemanha, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que muitos problemas políticos e sociais ao redor do mundo são causados, na maioria das vezes, por inseguranças e situações de vida precárias.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Clique aqui para ouvir a matéria da Rádio ONU.

Brasil assume a presidência do Conselho de Segurança da ONU

Maria Luiza Viotti, Representante Permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU (UN Photo/Eskinder Debebe)A partir de hoje, 1º de fevereiro, o Brasil preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas, função que exercerá durante um mês, como membro não-permanente do organismo das Nações Unidas. Esta é a décima vez que o Brasil ocupa um assento não-permanente no Conselho de Segurança (CSNU), cargo para o qual foi eleito pela Assembleia Geral para o mandato 2010-2011.

Em entrevista à Rádio ONU, a Embaixadora Maria Luiza Viotti que chefia a Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas desde 2007, disse que o ponto alto da presidência deve ser um debate especial sobre desenvolvimento, paz e segurança: “O Brasil reconhece a importância de um tratamento multidimensional, abrangente para os problemas de paz e segurança. Um tratamento que leve em conta, em especial, as causas do conflito, que muitas vezes estão ligadas à pobreza, às desigualdades sociais, à falta de emprego, à disputa por recursos naturais. Não se trata de trazer ao Conselho um debate sobre a promoção do desenvolvimento, mas sim chamar a atenção para o fato de que sem desenvolvimento, sem redução da pobreza, sem promoção de emprego para jovens é muito difícil avançar na direção da estabilidade e da paz”. Leia a íntegra da entrevista exclusiva aqui.

Conforme a Carta das Nações Unidas, o CSNU é responsável pela paz e segurança internacionais. Um dos instrumentos de que se vale o CSNU para cumprir sua função é o estabelecimento de operações de manutenção da paz. Na atualidade, há 16 operações de manutenção da paz ativas em todo o mundo.

O Brasil participa, no momento, de nove dessas operações, com cerca de 2.200 militares e policiais. A participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) é o principal envolvimento do Brasil em operações de manutenção da paz. O Brasil é o maior contribuinte de tropas para essa Missão. De 2004 a fevereiro de 2010, o Brasil manteve contingente de 1200 militares, com rotação semestral. Após o terremoto, passou a manter contingente de 2.100 militares no terreno. Desde o início da participação brasileira até hoje, mais de 13 mil militares brasileiros tiveram experiência no Haiti. O comando militar dos mais de 8.500 militares que compõem a MINUSTAH, provenientes de 19 países, é exercido por generais brasileiros desde 2004.

Desde 1948, o Brasil participou de mais de 30 operações de manutenção da paz, tendo cedido um total de mais de 24.000 homens. Integrou operações na África (entre outras, no Congo, Angola, Moçambique, Libéria, Uganda, Sudão), na América Latina e Caribe (El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Haiti), na Ásia (Camboja, Timor-Leste) e na Europa (Chipre, Croácia). Embora tenha enviado militares e policiais em diversos casos, apenas a cinco operações o Brasil cedeu tropas, isto é, unidades militares formadas: Suez (UNEF I), Angola (UNAVEM III), Moçambique (ONUMOZ), Timor-Leste (UNTAET/UNMISET) e Haiti (MINUSTAH).

Sobre o Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um dos seis órgãos principais da Organização, de acordo com o estabelecido pela Carta da ONU. O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem a responsabilidade principal de manter a paz e a segurança internacionais. Ele é formado por 15 membros, dez não-permanentes, eleitos para mandatos de dois anos (sem possibilidade de reeleição imediata), e cinco membros permanentes, que possuem poder de veto (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia).

Quando uma informação sobre uma ameaça à paz é levada ao Conselho, sua primeira ação é, normalmente, recomendar as diferentes partes que tentem alcançar a paz por meios pacíficos. Em alguns casos, o próprio Conselho realiza investigações e mediações. O Conselho pode nomear representantes especiais ou solicitar que o Secretário-Geral da ONU o faça, ou usar seus bons ofícios. O Conselho pode também estabelecer princípios para uma solução pacífica. Quando um litígio conduz à luta, a primeira preocupação do Conselho é para trazê-lo para um fim o mais rapidamente possível. Em muitas ocasiões, o Conselho emitiu instruções de cessar-fogo que foram fundamentais na prevenção de maiores hostilidades. O Conselho também envia forças de paz para ajudar a reduzir tensões em áreas problemáticas, manter forças em disputa separadas e criar condições de calma nas quais soluções pacíficas possam ser alcançadas. O Conselho pode tomar medidas como sanções econômicas (ao exemplo dos embargos comerciais) ou ações militares coletivas.

A Presidência do Conselho é rotativa e muda mensalmente, seguindo a ordem alfabética (em inglês) dos nomes dos países.

Para saber mais sobre o Conselho de Segurança da ONU, acesse http://www.brasil-cs-onu.com/