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Paquistão necessita de liberação rápida de fundos

Seis meses após o início da devastação da enchentes do ano passado no Paquistão, a comunidade humanitária precisa de recursos adequados para responder às necessidades de recuperação. Dos mais de 450 projetos do plano de recuperação, 252 são programas de recuperação rápida, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

“Como estes projetos bem concebidos são essenciais para o país se reerguer, precisamos de mais recursos para colocá-los em prática”, disse o Enviado Especial do Secretário-Geral para Assistência ao Paquistão, Rauf Engin Soysal. Os primeiros projetos de recuperação receberam até agora 39% do financiamento necessário e, apesar de a ajuda de emergência continuar sendo necessária, as atividades de reabilitação requerem cada vez mais fundos.

A ONU e seus parceiros solicitaram 1,96 bilhão de dólares para financiar o auxílio e um plano de resposta de recuperação. Cerca de 56,3% – ou 1,1 bilhão – da quantia necessária foram recebidos até agora.

Agenda humanitária para 2011 é definida

Valerie AmosCom as mudanças climáticas prenunciando megacatástrofes, agentes humanitários enfrentando crescentes ataques em zonas de conflito e a crise econômica encolhendo recursos, o escritório das Nações Unidas responsável pela coordenação da resposta humanitária global anunciou sua agenda para 2011: salvar mais vidas, mais rapidamente, com menos falhas e menos redundância. “Em um mundo em mudança, não pode haver status quo organizacional” disse a Subsecretária-Geral para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Valerie Amos, aos Estados-Membros, em reunião na sede da ONU em Nova York.

“Em 2011, a estrutura do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), em campo e na sede, será mais adaptável à evolução das crises”, disse ela, lembrando que 2010 foi um ano sem precedentes com mais de 250 desastres naturais. “Até o final de 2011, o OCHA será uma organização mais focada. Será melhor na gestão de seus recursos humanos e haverá maior clareza entre o campo e a sede, em termos de quem faz o quê.”

Amos salientou a necessidade de aprender as lições do Haiti e do Paquistão, onde atrasos e outras questões de logística impediram que as operações iniciais transcorressem com a eficácia desejada, e alertou para a complexidade da montagem de operações humanitárias no futuro, lembrando a continuidade das mudanças climáticas. “Padrões climáticos sem precedentes e imprevisíveis em toda a África, América Central e do Sul e no Leste Asiático desalojaram dezenas de milhões de pessoas,” disse ela. “Como a frequência e o aumento da intensidade de catástrofes naturais, megacrises, como as inundações em todo o Paquistão, podem se tornar o novo padrão de normalidade, fazendo-nos pensar novamente sobre a velocidade e a eficácia de nossa resposta.”

“O trabalho humanitário também se tornou mais perigoso. O nível de ameaças e do número de ataques deliberados contra organizações de ajuda – nossas equipes, equipamentos e instalações – tem aumentado drasticamente. Atingir populações para prestar serviços essenciais tem se tornado mais difícil,” acrescentou, apontando que 63 trabalhadores humanitários foram mortos em 2010. “Como se estes desafios não bastassem, a comunidade humanitária também está lidando com o aumento da pressão financeira. Estamos sendo incentivados a fazer mais com menos, não só por causa da desaceleração econômica global, mas também porque os países que nos dão suporte devem prestar contas à população pela forma como gastaram seu dinheiro.”

Amos elaborou uma ambiciosa lista de tarefas para o próximo ano para coordenar respostas, mobilizar recursos através de apelos internacionais, gerir fundos de resposta rápida, agir de maneira unânime para as vítimas, negociar o acesso às pessoas necessitadas e fornecer informações e análise crítica das crises. Indicou, também, os desafios globais aos quais o OCHA continuará a se dedicar: as mudanças climáticas, as crises de alimentos e de energia, o crescimento populacional e a urbanização.

O OCHA, com mais de 350 agências humanitárias participantes nos exercícios de planejamento conjunto, é financiado por 39 Estados-Membros. Valerie Amos pediu 208 milhões de dólares em contribuições voluntárias para 2011.

84 milhões de dólares são distribuidos para missões humanitárias

Crianças coletando água na Colômbia.A Subsecretária-Geral de Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos, distribiu uma verba de cerca de 84 milhões de dólares para ajudar as pessoas atingidas pela fome, desnutrição, doenças, deslocamentos e conflitos em 15 situações emergenciais negligenciadas de todo o mundo. Os agentes humanitários da Somália receberam a maior alocação única, de cerca de 15 milhões de dólares, seguida por cerca de 11 milhões para os trabalhos na Etiópia. Agências que trabalham no Chade receberão oito milhões, enquanto parceiros da ajuda humanitária no Quênia devem receber seis milhões de dólares para iniciar programas em 2011.

Programas na República Africana Central (RAC), República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Sri Lanka e Zimbábue tiveram alocados cada um cerca de cinco milhões de dólares, enquanto os programas para ajudar as pessoas no Burundi, em Madagascar e no território ocupado da Palestina receberão quatro milhões cada. As agências humanitárias na Colômbia, Djibuti, Irã e Mianmar receberão três milhões de dólares para reforçar seus programas de emergência, como parte desta primeira rodada de alocações para 2011 do Fundo Central das Nações Unidas de Resposta à Emergência (CERF).

Lançado em março de 2006, o CERF é gerenciado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), liderado por Amos, e visa acelerar as operações de socorro em situações de emergência humanitária e disponibilizar fundos rapidamente após um desastre, quando as pessoas se encontram sob maiores riscos. É financiado por contribuições voluntárias dos Estados-Membros, organizações não-governamentais (ONGs), governos locais e doadores individuais.

Milhares de desabrigados devido a chuvas no Sri Lanka

Inundações causadas por chuvas fortes no Sri Lanka já afetaram cerca de um milhão de pessoas, deixando mais de 127 mil desabrigados, informou ontem (11/01) a ONU, citando dados fornecidos pelo Governo. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) realocou fundos para apoiar os esforços de socorro do Governo e irá fornecer 735 toneladas de assistência alimentar para cerca de 400 mil pessoas afetadas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Chuvas torrenciais castigam a nação insular do Oceano Índico desde 26 de dezembro, provocando enchentes e deslizamentos, principalmente nas regiões leste e centro do país, com o distrito de Batticaloa relatando ter recebido a maior quantidade de precipitação em um século.

Segundo o Centro de Gestão de Desastres do Governo, o número total de pessoas afetadas é de cerca de 863.800, incluindo 13 mortes, um desaparecido e 44 feridos, até agora. Estradas em áreas afetadas permanecem submersas, dificultando o acesso. As avaliações iniciais em algumas das áreas afetadas nas últimas 24 horas identificaram alimentos, produtos não alimentares e serviços de água e saneamento como necessidades prioritárias.

O Ministério da Saúde do Sri Lanka enviou cinco equipes médicas para as regiões orientais e de Polonnaruwa para controlar possíveis surtos de doenças, bem como para instalar clínicas móveis para ajudar as pessoas deslocadas internamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai arcar com o custo das clínicas móveis. Além disso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) entrega tanques de água e torneiras para a região oriental, desde o início das enchentes, e apoia novas avaliações.

Um ano após o terremoto, milhares de crianças ainda sofrem no Haiti, diz UNICEF

Um ano após o terremoto devastador ter atingido o Haiti, em 12 de janeiro de 2010, mais de um milhão de pessoas – dentre elas, 380 mil crianças – ainda vivem em campos lotados, afirma o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) intitulado “Crianças no Haiti: Um ano depois – o longo caminho do alívio para a recuperação”, lançado na última sexta-feira, 7 de janeiro.

A Representante da UNICEF no Haiti, Françoise Gruloos-Ackermans disse que apesar dos avanços, o processo de recuperação ainda está no começo. Após o terremoto, o UNICEF, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e parceiros conduziram campanhas de emergência para imunizar crianças contra doenças como pólio, difteria e sarampo.

Desde a eclosão da epidemia de cólera em outubro, o UNICEF já forneceu mais de 10 toneladas de cloro e 45 milhões de pastilhas de purificação de água, garantindo acesso à água potável na capital, Porto Príncipe. O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que a epidemia ameaça 2,2 milhões de crianças em idade escolar devido à falta de água limpa e condições sanitárias das escolas.

Cerca de quatro milhões de crianças do país mais pobre do Hemisfério Ocidental continuam sofrendo com a falta de acesso à água, saneamento, educação e de proteção a doenças, exploração e condições insalubres. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) está ajudando milhares de pessoas através de programas de apoio como o fornecimento de merenda escolar, além dos programas de nutrição e de trabalho remunerado.