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Violência na República Centro-Africana preocupa Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança da ONU manifestou (14/12) preocupação com a questão da segurança na República Centro-Africana (RCA), que realizará eleições legislativas e presidenciais em 23 de janeiro. Por meio de uma declaração, os 15 Membros do Conselho pediram ao Governo do país e a todos os envolvidos que mantenham os esforços para conduzir uma eleição livre, justa, transparente e confiável.

A declaração também condena “todos os ataques de grupos armados, locais e estrangeiros, que ameacem a população, a paz e a estabilidade”. O país sofre com intensos conflitos no norte, com o aumento da violência em países vizinhos como o Chade e Sudão, que fazem uma guerra devastadora pela região de Darfur, além de ataques do grupo rebelde ugandense Exército de Resistência do Senhor (LRA).

O Conselho reconheceu o progresso em relação ao desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) dos ex-combatentes, e convocou o Governo a implementar a estratégia de reintegração nacional para ex-combatentes com um financiamento transparente “crítico ao sucesso em longo prazo do programa”. Ele elogiou o trabalho da Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana e no Chade (MINURCAT), que vem ajudando a restaurar a autoridade do Estado em todo o país, promovendo uma reforma na segurança e o respeito as leis e aos direitos humanos. Também foi elogiado o aumento da cooperação regional entre os Estados para lidar com a ameaça do LRA.

O Representante do Secretário-Geral para a República Centro-Africana, Work-Zewde, alertou o Conselho que, apesar de uma relativa estabilidade na capital Bangui e na região ocidental, as áreas ao leste permanecem propensas aos ataques.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, recomendou ao Conselho que estenda o mandato da MINUCART por mais um ano, até 31 de dezembro de 2011.

Falta de fundos pode forçar ONU a cortar ajuda alimentar na República Centro-Africana

Refugiados na República Centro-Africana. Foto: ONU.O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) talvez precise cortar seu programa de alimentação na República Centro-Africana (RCA), onde dezenas de milhares de pessoas correm risco de desnutrição, a não ser que um novo financiamento seja garantido. A agência está enfrentando um déficit de 15 milhões de dólares nos próximos oito meses para prestação de assistência alimentar a cerca de 600 mil pessoas, principalmente no norte do país.

O PMA presta assistência na região oriental a mais de nove mil refugiados do Sudão e da República Democrática do Congo (RDC) e a 14 mil pessoas que foram obrigadas a fugir de suas casas devido aos ataques do grupo rebelde ugandense Exército de Resistência do Senhor (LRA). Além disso, tem ocorrido um afluxo de mais de 17 mil congoleses refugiados na região de Lobaye desde 2009.

Se novos recursos não forem recebidos até as escolas reabrirem em outubro, rações serão reduzidas para cerca de 150 mil crianças recebendo merenda escolar, 17 mil crianças gravemente desnutridas e 15 mil gestantes e mães em fase de amamentação sendo atendidas em centros de nutrição. O PMA, que poderá ficar sem alimentos em novembro, salientou que é fundamental que novas contribuições sejam feitas rapidamente, uma vez que leva de quatro a cinco meses para o alimento chegar a RCA.

A agência precisa de fundos para que seja possível comprar alimentos a nível local, bem como do país vizinho Camarões. São necessários mais de 6,5 milhões dólares até setembro para que todos os seus programas sejam mantidos na RCA até o final do ano. Nos últimos cinco anos, a insegurança no norte da RCA deslocou quase 200 mil pessoas no país e mais 200 mil para países vizinhos. As agências humanitárias têm pedido um total de quase 114 milhões de dólares para ajudar pessoas em necessidade.

Fundos humanitários: déficit de cinco bilhões de dólares

Fundos humanitários: déficit de cinco bilhões de dólares. Foto: ONU.Agências das Nações Unidas e seus parceiros enfrentam um déficit de quase cinco bilhões de dólares este ano em fundos para reagir a crises humanitárias ao redor do planeta. Até o momento, menos da metade dos 9,5 bilhões de dólares necessários para atender as 53 milhões de pessoas em 34 países que precisam de ajuda foram recebidos.

O afluxo de recursos para 2010 está com um pequeno atraso em relação aos anos mais recentes, apesar das preocupações anteriores de que a recessão global esgotaria recursos destinados a desastres.Também era temido que as doações ao Haiti após o terremoto ocorrido em janeiro afetariam financiamentos para outras crises, mas o efeito foi leve. Os apelos globais originais, iniciados em novembro, solicitavam por volta de sete bilhões de dólares, mas essa quantia subiu para 9,5 bilhões em decorrência de novas crises, como o terremoto no Haiti. Também contribuindo para o aumento estão as situações graves em áreas como a República Centro-Africana e o Sahel, especialmente no Níger, que atravessa uma severa crise de alimentos.

Entre os pedidos individuais que já receberam grande parte dos recursos estão o Haiti, onde 64% dos quase 1,5 bilhão de dólares necessários foram recebidos; o Afeganistão, que recebeu 62% dos 77 milhões requeridos; e a Somália, com 56% dos 60 milhões necessários. Porém, apenas 10% dos 18 milhões pedidos para a Mongólia, que foi atingido por um complexo desastre natural, foram atendidos.