A Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO) manifestou preocupação (14/12) em relação à possibilidade de novos ataques do Exército de Resistência do Senhor (LRA) contra civis nesta temporada de festas de final de ano. A Missão já deslocou tropas como medida preventiva na Província Oriental, onde ocorreu um massacre de cerca de 500 pessoas no Natal de 2008, e anunciou que está trabalhando com grupos de auxílio para facilitar a chegada de assistência humanitária ao nordeste do país.
Desde o final de 2007, estima-se que o LRA tenha matado mais de 1.800 pessoas, sequestrado 2.400 e desalojado outras 230 mil em dezenas de ataques a cidades e vilarejos da Província Oriental, envolvendo mutilações, tortura e estupros. Mulheres e meninas são, geralmente, estupradas antes de serem mortas e muitas das que são sequestradas acabam sendo obrigadas a se casarem com membros do LRA, sujeitas à escravidão sexual, ou ambos.
O LRA foi formado no final dos anos de 1980 em Uganda e durante 15 anos seus ataques eram direcionados principalmente contra civis e forças de segurança ugandenses, quando, em 2002, estas repeliram os rebeldes. O grupo, então, passou a atacar países vizinhos. O massacre do Natal seguiu-se a uma ofensiva conjunta de tropas congolesas, ugandenses e sudanesas apoiada pela ONU contra o LRA.
Desde 1999 e sob vários nomes, a missão da ONU na República Democrática do Congo, com mais de 19 mil funcionários uniformizados no território, supervisionou a emergência do país de anos de guerra civil e caos entre facções, culminando em 2006, com as primeiras eleições democráticas em mais de quatro décadas. Mas a luta continuou no leste, onde a maior parte das forças da ONU estão implantadas.