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ONU elogia engajamento de jovens em meio à pandemia

Comemorando o Dia Internacional da Juventude, altos funcionários da ONU pediram que líderes de todo o mundo “façam todo o possível” para permitir que os jovens alcancem seu potencial máximo.

Contra o pano de fundo da pandemia de coronavírus, que afetou as vidas e aspirações dos jovens e aumentou suas vulnerabilidades, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a resiliência, a desenvoltura e o envolvimento das gerações mais jovens.

“São os jovens que se levantaram para exigir ações climáticas. Eles estão se mobilizando por justiça racial e igualdade de gênero e são os defensores de um mundo mais sustentável”, disse ele em mensagem marcando a data.

“Muitos são mulheres jovens que estiveram na linha de frente da mobilização por justiça e ação climática – ao mesmo tempo em que atuaram na linha de frente da resposta à COVID-19.”

O secretário-geral também destacou que cumprir a promessa da geração jovem exige investir muito mais em sua inclusão, participação, organizações e iniciativas.

“Convido os líderes e adultos em todos os lugares a fazer todo o possível para permitir que os jovens do mundo desfrutem de uma vida com segurança, dignidade e oportunidades e contribuam para o máximo de seu grande potencial”, acrescentou.

O tema do Dia Internacional da Juventude deste ano, “Engajamento Juvenil para a Ação Global”, destaca as maneiras pelas quais o engajamento dos jovens em nível local, nacional e global está fortalecendo instituições e processos nacionais e multilaterais, tirando lições sobre como sua representação e envolvimento na política institucional formal podem ser aprimorados.

Também neste ano, por meio da campanha de mídia social #31DaysOfYOUth, a ONU celebra os jovens ao longo do mês de agosto, antes e depois do Dia Internacional, para espalhar a palavra e iniciar uma conversa em torno do engajamento dos jovens para a ação global.

Ecoando o apelo do secretário-geral, Tijjani Muhammad-Bande, presidente da Assembleia Geral da ONU, também destacou uma “responsabilidade global” de garantir que os jovens em todos os lugares tenham acesso a oportunidades justas e equitativas para cumprir seus direitos e aspirações.

“O potencial da humanidade para criar um futuro pacífico e próspero não será alcançado enquanto as desigualdades e a discriminação contra os jovens continuarem sendo comuns e os jovens não tiverem oportunidades de fazerem ouvir suas vozes”, disse ele em mensagem para a data.

O presidente da Assembleia aplaudiu os jovens por suas “contribuições incríveis” para um futuro melhor. Seus movimentos em suas comunidades e países, disse ele, já estão melhorando as sociedades e aumentando as ambições globais, a cada dia.

“Na era da COVID-19 e em meio a seus efeitos socioeconômicos negativos duradouros sobre os jovens – e faltando apenas 10 anos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) -, [sua] visão e compromisso são fundamentais para criar um mundo mais sustentável e inclusivo”, acrescentou.

“Com sua inovação e ambição, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tenho certeza que sua geração irá efetivamente transformar o mundo em um lugar mais sustentável, inclusivo e justo para todos”, disse Muhammad-Bande, exortando todos os jovens a participar da Plenária Juvenil UN75 virtual, a ser realizada em setembro, para somar sua voz à formação das Nações Unidas nas próximas décadas.

Jovens são a nossa maior esperança de futuro

A representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, gravou uma declaração em vídeo na qual reconhece os esforços e cumprimenta as milhares de pessoas jovens atuando em suas comunidades durante a pandemia da COVID-19.

Astrid também destaca a necessidade de continuar ofertando serviços e acesso a direitos e educação à juventude.

COVID-19: líderes mundiais se reunirão em setembro na primeira Assembleia Geral virtual da ONU

Sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Rick Bajornas
Sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Rick Bajornas

Os debates da Assembleia Geral, tradicionalmente o evento de maior destaque da ONU no ano, reunirão líderes mundiais virtualmente em setembro, que farão discursos por meio de vídeos, disse um porta-voz das Nações Unidas na quinta-feira (23).

O novo formato virtual deve-se em grande parte à pandemia de COVID-19, uma vez que muitos países continuam a lidar com as consequências sanitárias, sociais e econômicas da crise.

Embora o número de novos casos de COVID-19 em Nova Iorque tenha caído drasticamente desde que a cidade foi durante algum tempo o epicentro global da pandemia, em abril, os Estados Unidos como um todo têm quase 4 milhões de casos notificados, superando qualquer outro país.

Discursos gravados

Em coletiva de imprensa, Reem Abaza, porta-voz do presidente da Assembleia Geral, Tijjani Muhammad-Bande, disse que cada Estado-membro, Estado observador e União Europeia foi convidado a enviar um vídeo pré-gravado, entregue por seu funcionário de alto nível designado, que será transmitido no salão da Assembleia Geral.

O salão não ficará vazio: Abaza explicou que os vídeos serão apresentados por um representante de cada Estado, que estará fisicamente presente.

O mesmo procedimento será aplicado a uma série de sessões especiais de alto nível programadas, incluindo uma comemoração do marco de 75 anos das Nações Unidas; uma cúpula sobre biodiversidade; e uma reunião para comemorar e promover o Dia Internacional para a Eliminação Total de Armas Nucleares.

Abaza disse aos jornalistas que mais detalhes sobre a organização dos eventos deste ano, incluindo logística, serão divulgados “no devido tempo”.

Eventos paralelos, como a New York Climate Week, dificilmente receberão visitantes de Nova Iorque este ano, seguindo a sugestão de Muhammad-Bande de que sejam realizados online.

A decisão de apresentar vídeos pré-gravados no Debate Geral de Alto Nível, que ocorre no início da 75ª sessão da Assembleia Geral, foi tomada pelo órgão da ONU na quarta-feira (22), usando o novo método do “procedimento de silêncio”.

Segundo esse método, o presidente da Assembleia Geral distribui projetos de resolução, que dão aos Estados-membros um prazo de pelo menos 72 horas para levantar objeções. Se não houver objeções, o presidente faz circular uma carta confirmando que a resolução foi adotada.

ONU pede nomeações para Prêmio Nelson Mandela. Foto: ONU

Prêmio Nelson Mandela é concedido a ativistas da Grécia e da Guiné

ONU pede nomeações para Prêmio Nelson Mandela. Foto: ONU
Nelson Mandela na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Foto: ONU

O Prêmio Nelson Mandela, entregue a cada cinco anos em reconhecimento àqueles que dedicaram suas vidas a serviço da humanidade, irá este ano para Marianna Vardinoyannis, da Grécia, e a Morissana Kouyaté, da Guiné.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, Tijjani Muhammad-Bande, fez o anúncio e irá reconhecer os laureados durante uma cerimônia virtual no dia 20 de julho, em função da pandemia da COVID-19. Uma cerimônia presencial acontecerá em data futura na sede da ONU em Nova Iorque.

30 anos de luta contra câncer infantil – Marianna Vardinoyannis é fundadora e presidente de duas fundações dedicadas às crianças: Fundação Marianna V. Vardinoyannis e Associação de Amigos de Crianças com Câncer ELPIDA.

Ela é ligada à luta contra o câncer infantil há 30 anos e, graças a seu trabalho, milhares de crianças foram curadas. Notadamente, a associação ELPIDA foi fundamental em implementar a primeira unidade de transplante de medula óssea da Grécia, em 1999, e o primeiro hospital oncológico infantil do país, em 2010.

A fundação dela também apoia programas de cuidado médico para crianças refugiadas e outros grupos vulneráveis, educação de direitos humanos, programas e luta contra o tráfico de pessoas.

Marianna é embaixadora da boa vontade da UNESCO desde 1999.

Marianna V. Vardinoyannis, vencedora do prêmio Nelson Mandela das Nações Unidas 2020 - Foto: ONU
Marianna V. Vardinoyannis, vencedora do prêmio Nelson Mandela das Nações Unidas 2020 – Foto: ONU

Fim da mutilação genital feminina – Como diretor executivo do Comitê Interafricano de Práticas Tradicionais Danosas (conhecido pela sigla IAC), Morissanda Kouyate lidera esforços para o fim da violência contra as mulheres na África, incluindo mutilação genital feminina. Ele já recebeu vários prêmios humanitários internacionais pelo seu trabalho.

Ele criou o IAC em 1984 em Dakar, no Senegal, quando a mutilação genital feminina era muito controversa e um assunto muito sensível para discussão. Esta organização objetiva, através da educação, mudar atitudes relacionadas à prática e permitir que crianças e mulheres africanas exerçam completamente seus direitos humanos, livres das consequências da mutilação e outras práticas lesivas.

O Comitê é parceiro da agência da ONU para direitos reprodutivos (UNFPA), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da agência da ONU para crianças (UNICEF).

Morissanda Kouyate, vencedor do prêmio Nelson Mandela 2020 das Nações Unidas Foto: ONU
Morissanda Kouyate, vencedor do prêmio Nelson Mandela 2020 das Nações Unidas Foto: ONU

O presidente da Assembleia Geral, Muhammad-Bande, cumprimentou os vencedores
e agradeceu o Comitê selecionador pelo trabalho e dedicação.

O prêmio Mandela foi estabelecido por resolução da Assembleia Geral da ONU em junho de 2014, para reconhecer as conquistas daqueles que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, ao promover propósitos e princípios das Nações Unidas, enquanto honram a vida de Nelson Mandela e um legado de reconciliação, transição política e transformação social.

O comitê selecionador, presidido pelo presidente da Assembleia Geral, recebe as indicações de estados-membros da ONU, organizações intergovernamentais e ONGs.

O prêmio é uma das maneiras da ONU celebrar a vida e o legado de Nelson Mandela, primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul e um ativista de direitos que foi fundamental em acabar com a era de racismo do apartheid no país. O Prêmio 2020 foi concedido antes do Dia Internacional Nelson Mandela, em 18 de julho.

ONU lança concurso de redação para marcar seu aniversário de 75 anos

Foto: picjumbo.com / Pexels

A enviada do secretário-geral da ONU para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, o assessor especial do secretário-geral para a comemoração do 75º aniversário das Nações Unidas, Fabrizio Hochschild-Drummond, e a plataforma Devex lançaram na semana passada (18) um concurso de redação direcionado ao público jovem do mundo todo com o tema “O futuro que queremos, a ONU de que precisamos”.

Os interessados em participar precisam ter de 15 a 29 anos e compartilhar suas visões e sugestões sobre o futuro papel das Nações Unidas. O prazo para inscrição é 29 de junho de 2020.

Os jovens interessados em participar do concurso terão que responder a seguinte pergunta:

Como seria o futuro da ONU para você, levando em considerando o contexto do “novo normal” imposto pela COVID-19?

O vencedor ou vencedora será anunciado em 12 de agosto, durante a Jornada Internacional da Juventude, e será convidada(o) a participar virtualmente dos eventos de comemoração do 75° aniversário da ONU em Nova Iorque.

Regras do concurso:

– Os participantes devem ter entre 15 e 29 anos;
– Os participantes devem ter escrito a redação sozinhos. Somente inscrições individuais serão aceitas. Portanto, nenhuma equipe pode participar do concurso;
– As redações deverão responder à pergunta apresentando um caso (analisar a situação com base em argumentos e fatos pesquisados);
– As redações serão aceitas somente em inglês;
– Os textos não devem ter mais que 800 palavras.

Mais informações: https://www.un.org/youthenvoy/2020/06/the-future-we-want-the-un-we-need-essay-competition/

UN75 – Para marcar o aniversário de 75 anos em 2020, as Nações Unidas estão provocando um debate público chamado UN75. Lançado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o debate promete ser a maior e mais ampla conversa global para a construção do futuro que queremos.

Por meio do UN75, as Nações Unidas irão encorajar as pessoas a unir suas mentes para definir como a cooperação internacional aperfeiçoada pode ajudar a realizar um mundo melhor em 2045.

As ideais e perspectivas geradas serão apresentadas aos líderes mundiais num evento durante a 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro de 2020.

Além dos diálogos, há uma pesquisa online, de um minuto, disponível, em português, em un75.online/?lang=prt.

A pesquisa, realizada em 57 idiomas, quer saber como os brasileiros imaginam o mundo daqui a 25 anos, quais tendências globais podem afetar nosso futuro, qual a importância da cooperação internacional e que conselho dariam ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para lidar com estas questões.

Diplomata turco é eleito presidente da 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU

O diplomata turco Volkan Bozkir foi eleito presidente da próxima sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: Wikimedia Commons/VOA Turkish (VOA)
O diplomata turco Volkan Bozkir foi eleito presidente da próxima sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: Wikimedia Commons/VOA Turkish (VOA)

O diplomata turco Volkan Bozkir foi eleito presidente da próxima sessão da Assembleia Geral da ONU em uma votação realizada na quarta-feira (17).

Usando máscaras faciais e praticando distanciamento físico, embaixadores de 192 Estados-membros da ONU entraram no icônico, mas vazio, salão da Assembleia Geral para votar em horários pré-determinados: uma camada adicional de proteção na era da COVID-19.

“Desde o início da pandemia de COVID-19, todos nós tivemos que trabalhar sob condições extraordinárias para superar a miríade de desafios que enfrentamos”, disse o atual presidente da Assembleia Geral, Tijjani Muhammad-Bande, antes das eleições.

“De fato”, ele acrescentou, “(eles) representam nosso compromisso comum de garantir a continuação ininterrupta do importante trabalho das Nações Unidas, de acordo com os valores e princípios da Carta da ONU”.

Mudanças no Conselho de Segurança e no ECOSOC

Bozkir, um veterano parlamentar e diplomata, presidirá a 75ª sessão histórica da Assembleia Geral da ONU, que será inaugurada em setembro. Ele era o único candidato ao cargo.

Os embaixadores também votaram em cinco novos países para ingressar no Conselho de Segurança da ONU como membros não permanentes.

O Conselho é composto por cinco membros permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – e dez membros não permanentes, que atuam por períodos de dois anos.

Enquanto três países disputavam dois assentos alocados aos Estados da África e Ásia-Pacífico, apenas a Índia foi confirmada. Djibuti e Quênia enfrentaram uma segunda rodada de votação, realizada nesta quinta-feira (18).

Ao final da votação, o Quênia, tendo obtido a maioria necessária de dois terços dos Estados-membros presentes e votantes e o maior número de votos, foi eleito membro do Conselho de Segurança por um mandato de dois anos, com início em 1 de janeiro de 2021.

Uma corrida semelhante ocorreu no grupo da Europa Ocidental e outros Estados, onde o Canadá não obteve a maioria necessária de dois terços, ou 128 votos.

A Noruega e a Irlanda iniciarão seus mandatos a partir de janeiro, assim como o México, representante da região da América Latina e Caribe.

Dezoito países também ocuparão vagas no Conselho Econômico e Social (ECOSOC), outro dos seis principais órgãos da ONU.

São eles: Argentina, Áustria, Bolívia, Bulgária, França, Alemanha, Guatemala, Indonésia, Japão, Libéria, Líbia, Madagascar, México, Nigéria, Portugal, Ilhas Salomão, Reino Unido e Zimbábue.

Preparação para setembro

Embora a Assembleia Geral deste ano caia durante o 75º aniversário da ONU, a pandemia aumenta seu significado histórico e a necessidade de manter medidas de proteção.

Estão em andamento planos para a semana anual de alto nível, em que os chefes de Estado se dirigem ao mundo a partir da tribuna no Salão da Assembleia Geral.

Muhammad-Bande, o atual presidente, escreveu aos Estados-membros sobre um cenário que prevê seu sucessor e o secretário-geral da ONU, António Guterres, presentes no Salão para a abertura oficial, enquanto os líderes mundiais fariam seus discursos por meio de vídeos pré-gravados.

As delegações têm até o meio-dia da sexta-feira (19) para enviar seus comentários.