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Encontro de Alto Nível discute financiamento para Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Investimentos são necessários para apoio aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - Foto: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay
Investimentos são necessários para apoio aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Foto: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay

A Organização das Nações Unidas reúne nesta quinta-feira (26) líderes de governo, empresários e o setor financeiro para o primeiro Diálogo de Alto Nível para o Financiamento pelo Desenvolvimento desde a adoção da Agenda de Ação de Adis Abeba em 2015. Na ocasião, foram elencadas uma série de ousadas medidas para revisar práticas financeiras globais e direcionar fundos para enfrentar desafios econômicos, sociais e ambientais. O objetivo do encontro agora é discutir como as nações podem investir em áreas que apoiem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A ONU estima que o alcance dos ODS poderia gerar cerca de 12 trilhões de dólares de valor na economia global, criando 380 milhões de novos empregos até 2030. Mas realizar isto requer investimentos anuais em torno de 5 a 7 trilhões de dólares em vários setores – atualmente, os níveis de investimento estão muito inferiores a isto.

Várias razões têm sido elencadas para explicar este déficit, incluindo crescimento econômico desigual e aumento da desigualdade. Outros fatores incluem medidas restritivas de mercado, aumento de endividamento e diminuição do investimento estrangeiro.

Liu Zhenmin, sub-secretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais, explicou que recursos privados serão necessários para complementar o dinheiro público que representa a espinha dorsal dos recursos disponíveis. “Em face dos desafios significativos que temos, a transição sustentável nos sistemas financeiros não está acontecendo na escala necessária nem na velocidade necessária”, alertou.

Liu Zhenmin reconheceu, porém, que o interesse e o investimento nos ODS estão aumentando: a indústria financeira tem cada vez mais levado em conta os riscos relacionados ao clima no seu processo de tomada de decisão de investimentos e ferramentas digitais e inovação financeira estão destravando novos recursos de financiamento para o desenvolvimento sustentável.

Na África, projetos apoiados pelo Banco Mundial estão demonstrando os impactos positivos que o desenvolvimento sustentável pode ter nas comunidades. São Tomé e Príncipe, altamente vulnerável a enchentes, erosão costeira e desastres naturais, está se beneficiando do Programa de Gerenciamento de Áreas Costeiras na África Ocidental, que ajuda o governo a incorporar riscos climáticos no planejamento de infraestrutura, como prédios públicos e rodovias, e garantir que eles são construídos a uma distância segura do litoral.

Já o Marrocos enfrenta severa erosão litorânea, aumento de temperaturas e redução das chuvas. Programas apoiados pelo Banco Mundial têm ajudado o governo local a levar em conta os impactos das políticas climáticas em diferentes setores e grande economia de energia tem sido feito por usar sistemas energéticos renováveis e por melhorar a eficiência energética.

“Alcançar o desenvolvimento sustentável requer uma perspectiva de longo prazo”, afirmou Liu Zhenmin. “Incentivos públicos e privados precisam estar alinhados ao desenvolvimento sustentável, para que todas as decisões de financiamento incorporem a sustentabilidade como questão central”.

Espera-se que o encontro sirva como um chamado coletivo para estimular os Estados-membros e o setor privado a anunciar medidas novas e concretas que aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável.

Esté é um dos cinco grandes eventos ocorrendo nesta semana na sede da ONU em Nova Iorque, onde chefes de Estado e de governo discutem ações que levem à transformação necessária para assegurar vidas saudáveis, pacíficas e prósperas para todas as pessoas. Os encontros ocorrem simultaneamente à 74ª. Assembleia Geral da ONU.

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Cúpula dos ODS: Brasil se compromete em reduzir mortalidade prematura em 1/3 até 2030

 Totens ilustram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sede da ONU em Nova Iorque – Foto: Manuel Elias/UM Photo

Totens ilustram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sede da ONU em Nova Iorque – Foto: Manuel Elias/UM Photo

Quatro anos depois da adoção da Agenda 2030, líderes mundiais firmaram um acordo para uma década de ação ambiciosa para entregar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e anunciaram ações que estão sendo tomadas para avançar na Agenda. Entre elas, o Brasil se comprometeu em reduzir a mortalidade prematura causada por doenças não transmissíveis para 1/3 até 2030; a Finlândia alcançará a neutralidade de carbono até 2035 e o México irá garantir acesso à internet para todos, incluindo pessoas em comunidades vulneráveis.

A declaração política foi adotada por unanimidade na apertura da Cúpula da ONU para os ODS. No documento “Preparando para uma década de ação e entrega para o desenvolvimento sustentável”, os Estados-membros se comprometeram a mobilizar financiamento, incrementar a implementação nacional e fortalecer as instituições para alcançar os ODS na data prevista (2030), sem deixar ninguém para trás.

“A Agenda 2030 foi um feito do multilateralismo e o multilateralismo é o único jeito para enfrentarmos os complexos desafios globais colocados para as gerações do presente e do futuro”, afirmou o presidente da Assembleia Geral, Tijjani Muhammad-Bande, que convocou o encontro. “Uma década de ação e entrega é nossa oportunidade de cumprir a histórica promessa da Agenda 2030 e garantir ação global e coletiva e responsabilidade compartilhada. Precisamos agir – lutando juntos, entregando para todos”, afirmou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para que os Estados-membros cumpram suas promessas e pediu que todos os setores da sociedade se mobilizem pela Agenda 2030. “Devemos intensificar nossos esforços”, alertou. “Agora é tempo para nossa liderança corajosa, tanto individual quanto coletiva”, enfatizou, chamando para ação ambiciosa dos Estados-membros, autoridades locais e setor privado e pedindo que a mídia, o mundo acadêmico e os jovens mobilizem parcerias e cobrem dos líderes. “Precisamos andar juntos, sem deixar ninguém pra trás”, afirmou Guterres.

Líderes de governos, empresas e sociedade civil estão reunidos na sede das Nações Unidas para uma semana de cúpulas e encontros de alto nível focados em acelerar ação para os ODS. Ontem líderes anunciaram passos para confrontar as mudanças climáticas, incluindo iniciativas para financiar e construir uma nova geração de cidades sustentáveis; aumentar a eficiência energética e apoiar resfriamento sustentável e climaticamente amigável; conservar e restaurar ecossistemas marinhos e terrestres; promover a regeneração da agricultura e tornar as cadeias de suprimentos mais verdes; ajudar pessoas a garantir empregos; melhorar a saúde; e promover igualdade de gênero.

Ações anunciadas especificamente em apoio à Cúpula de hoje incluem, entre outras:
– Brasil: em reduzir a mortalidade prematura causada por doenças não transmissíveis para 1/3 até 2030
– Finlândia: alcançar neutralidade de carbono até 2035
– Maldivas: parceria com American Express, ABinbev, Adidas e Parley for the Oceans para criar um esquema nacional capaz de alcançar diversos ODS
– México: garantir acesso a internet para todos, incluindo pessoas em comunidades vulneráveis
– Grécia: crescimento verde com economia circular
– Holanda: dobrar o número de pessoas com acesso à justiça através do apoio a partes da África e do Oriente Médio
– Empresas de 25 países: atingir emissão zero de carbono até 2050, como parte do Pacto Global da ONU
– Projeto Maior Lição do Mundo: engajar mais de 500 mil estudantes da Nigéria em aprender mais sobre os ODS.

A lista completa com mais de 100 ações está disponível aqui:

A Agenda 2030 é a mais ambiciosa para transformar o mundo, impulsionar prosperidade e garantir bem-estar a todos, com proteção do meio ambiente. O relatório de progresso anual dos ODS do secretário-geral, divulgado antes da Cúpula por um grupo de cientistas independentes, encontrou que progressos feitos até agora podem ser revertidos através da piora da desigualdade social, com impactos irreversíveis nas mudanças climáticas e perda de biodiversidade.

Com o aumento da fome e da emissão de gases de efeito estufa e os mais vulneráveis do mundo enfrentando a crise de conflito e desigualdades, a Cúpula dos ODS reúne líderes de governo, do setor privado, da sociedade civil e de organizações internacionais para ajudar a gerar ambição e ímpeto necessários para colocar o mundo no caminho para alcançar os ODS.

Informações sobre a Cúpula podem ser encontradas aqui.
O Relatório de acompanhamento anual dos ODS está aqui.

Contatos para a imprensa

Departamento de Comunicação Global da ONU
Sharon Birch-Jeffrey, [email protected], +1-212-963-0564

Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU
Helen Rosengren, [email protected], +1-212-963-9492
Paul Simon, [email protected], +1-917-367-5027
Ariel Alexovich, [email protected], +1-917-367-6512

Presidente eleito da Assembleia Geral da ONU defende paz e prosperidade para mais vulneráveis

Embaixador Tijjani Mohammad Bande foi eleito presidente da 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Evan Schneider
Embaixador Tijjani Mohammad Bande foi eleito presidente da 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Evan Schneider

O alcance global da ONU a torna a principal esperança para um mundo de paz e segurança, desenvolvimento sustentável e promoção e proteção dos direitos humanos e do progresso social, disse nesta terça-feira (24) o nigeriano Tijjani Muhammad-Bande, presidente eleito da Assembleia Geral das Nações Unidas, durante abertura do debate de alto nível, em Nova Iorque.

O diplomata, que atualmente é representante permanente da Nigéria nas Nações Unidas, foi eleito por aclamação nesta terça-feira (24) para chefiar o organismo, e irá suceder a equatoriana Maria Fernanda Espinosa.

“Paz e segurança, erradicação da pobreza, fome zero, educação de qualidade, ação climática e inclusão serão prioridades da minha presidência”, disse o embaixador nigeriano.

Na abertura dos debates da 74ª sessão da Assembleia Geral, ele se comprometeu a “promover parcerias necessárias com todos os atores para atingir nossos objetivos, e em última análise garantir que estejamos fazendo o melhor para garantir paz e prosperidade, particularmente, para os mais vulneráveis”.

Muhammad-Bande falou sobre uma série de eventos de alto nível que ocorreram ou ocorrerão na sede da ONU para apoiar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo o Fórum Político de Alto Nível, a Cúpula de Ação Climática, o Diálogo de Alto Nível sobre Financiamento ao Desenvolvimento, e a reunião de alto nível sobre cobertura universal de saúde, assim como reuniões para analisar o progresso feito para atender as necessidades dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

“A promoção dos direitos humanos e o empoderamento das mulheres e de jovens merecem atenção especial, e estarei devotado à promoção da igualdade de gênero dentro do Sistema ONU, a começar por meu próprio escritório”, disse o presidente eleito.

Lembrando que o 75º aniversário da ONU ocorrerá sob seu mandato, ele chamou a efeméride de uma “oportunidade única para reduzirmos o déficit de confiança entre as nações”.

Para atingir as visões de nossos fundadores, precisamos garantir que a indiferença e o cinismo não atinjam a organização, declarou, afirmando que a Assembleia formada por 193 nações “precisa ter um papel em preencher os buracos e promover a ação coletiva”.

Ele também enfatizou que esforços precisam ser mantidos para fortalecer o relacionamento entre a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e o Conselho Econômico e Social (ECOSOC).

“Contarei com o apoio e a solidariedade de todos os países-membros, assim como do Secretariado”, disse, afirmando que usará as ferramentas de advocacy de seu escritório para promover abordagens multilaterais e soluções factíveis para questões importantes. “Trabalharei com Estados-membros para dar mais eficiência a nosso trabalho e melhorar a forma como fazemos as coisas na ONU.”

Lembrando o grande número de eventos, que podem minar o diálogo genuíno e ampliar o tamanho das delegações, ele garantiu que trabalhará para chegar a soluções apropriadas, “já que acredito que precisamos tornar a ONU mais eficiente, efetiva e transparente para as pessoas que servimos”.

Em suas declarações, o secretário-geral da ONU cumprimentou Muhammad-Bande e notou algumas das “admiráveis qualificações” que ele leva ao posto. Ele citou seu mandato como embaixador da Nigéria nas Nações Unidas, seu conhecimento em ciência política e administração pública, e suas contribuições para os desafios africanos e globais, particularmente no que se refere ao trabalho de paz e segurança da Organização, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.

O chefe da ONU disse que, em meio aos preparativos para o aniversário de 75 anos das Nações Unidas, ele espera usar a ocasião para “reafirmar o valor da cooperação internacional e a visão da Carta”.

Em discurso, António Guterres lembra que diversidade é uma riqueza e não uma ameaça

Secretário-geral da ONU, António Guterres, abre os debates da 74a Assembleia Geralda ONU - Foto: Cia Pak/ONU
Secretário-geral da ONU, António Guterres, abre os debates da 74a Assembleia Geralda ONU – Foto: Cia Pak/ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu nesta terça-feira (24), em Nova Iorque, o debate de alto nível da Assembleia Geral afirmando que a diversidade é uma riqueza e não uma ameaça e defendendo o multilateralismo.

O chefe das Nações Unidas iniciou o discurso afirmando que “muitas pessoas temem ser frustradas, abandonadas, deixadas para trás.” Ele explicou que as pessoas têm medo que as “máquinas assumam seus trabalhos, que os traficantes lhes roubem a dignidade, os demagogos levem seus direitos, os senhores da guerra acabem com suas vidas e os combustíveis fósseis roubem seu futuro”.

Ainda assim, afirmou a liderança da ONU, “essas pessoas continuam acreditando no espírito e nas ideias” que reúnem mais de 150 chefes de Estado e de Governo esta semana na sede da ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral destacou várias ameaças à paz e segurança internacionais, alertando que existe a possibilidade de um conflito armado no Golfo e classificando de inaceitável o recente ataque a uma instalação de petróleo na Arábia Saudita. Ele apelou para que a comunidade internacional pressione por razão e moderação.

Para Guterres, existe o risco de “o mundo se dividir em dois, com as duas maiores economias da terra criando dois mundos separados e em competição, cada um com sua moeda dominante, comércio e regras financeiras, com sua própria internet e inteligência artificial.”

O secretário-geral da ONU disse que o mundo tem que “fazer todo o possível” para manter “uma economia universal com respeito pela lei internacional, um mundo multipolar com instituições multilaterais fortes.”

Ao falar sobre a Cúpula de Ação do Clima, Guterres disse que a emergência climática é agora uma crise climática, uma corrida que o mundo está perdendo. E lembrou que é necessário ver os direitos humanos com uma visão que inclua todos os direitos: econômico, social, cultural, político e civil.

Para a liderança da ONU, “novas formas de autoritarismo estão aumentando, os espaços cívicos estão se estreitando e ativistas ambientais, defensores de direitos humanos, jornalistas e outras pessoas estão sendo alvejadas.”

Num momento em que números recordes de refugiados e deslocados internos buscam um destino, o secretário-geral disse que a solidariedade está diminuindo. Para ele, não se vê “somente fronteiras fechando, mas também corações”. E lembrou:  “a diversidade é uma riqueza, nunca uma ameaça.”

O secretário-geral disse que “é inaceitável que no século 21, mulheres e homens sejam perseguidos por causa de suas identidades, crenças ou orientação sexual.”

Um dos últimos temas destacados por António Guterres em seu discurso foi a igualdade de gênero que, para ele, é uma questão de poder. “O poder ainda está nas mãos dos homens, como se vê em parlamentos, em empresas, e até mesmo esta semana nos corredores e salas de reuniões da ONU”, afirmou o dirigente. Ele apontou uma estimativa recente, dizendo que, no ritmo atual, levaria dois séculos para acabar com a lacuna do empoderamento econômico.

Os 193 Estados-membros da ONU participarão em sessões presididas pelo diplomata nigeriano Tijjani Muhammad-Bande. A 74ª sessão terá como prioridades paz e segurança, erradicação da pobreza, fome zero, educação de qualidade, ação climática e inclusão. As reuniões também darão ênfase aos direitos humanos e à paridade de gênero.

A íntegra do discurso do secretário-geral está aqui.

‘Vocês estão falhando conosco’, diz ativista Greta Thunberg a líderes mundiais

Vista da Assembleia Geral durante abertura da Cúpula da Ação do Clima 2019, em 23 de setembro. Foto: ONU/Loey Felipe

Falando no início da Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas nesta segunda-feira (23), em Nova Iorque, a aclamada ativista Greta Thunberg, de 16 anos, não poupou críticas aos líderes mundiais, dizendo que eles não estão sendo capazes de ver a realidade como ela é no que se refere às mudanças do clima.

Ela acrescentou, sem rodeios: “vocês estão falhando conosco, mas os jovens estão começando a entender sua traição”. “Os olhos de todas as gerações futuras estão em vocês, e se vocês escolherem falhar, eu digo que nunca os perdoaremos.”

Thunberg falava diretamente a dezenas de chefes de Estado e de governo, líderes empresariais e representantes da sociedade civil de todo o mundo, que se reúnem no evento de um dia na sede da ONU com o objetivo de prometer medidas de longo alcance para combater as mudanças climáticas.

A preparação para a cúpula incluiu o mais recente relatório científico sobre o aquecimento global potencialmente catastrófico, protestos sem precedentes para a ação climática e uma onda constante de pressão do secretário-geral da ONU, que exigiu que os líderes mundiais viajassem a Nova Iorque com “mais ousadia para ação e muito maior ambição”.

Ao iniciar a cúpula, ele acrescentou: “já conversamos bastante. Esta não é uma cúpula de negociação climática. Não dá para negociar com a natureza. Esta é uma cúpula de ação climática.”

Guterres reiterou a urgência e a importância da situação, descrevendo as mudanças climáticas provocadas pelo homem como uma ameaça existencial e alertando que, “se não mudarmos urgentemente nosso modo de vida, comprometeremos a própria vida”. Ele insistiu estar esperançoso de que esse enorme desafio global será superado.

O fato de tantos governos, cidades e empresas terem participado da Cúpula com compromissos climáticos aprimorados foi um testemunho, disse o secretário-geral, de sua liderança e investimento em um futuro verde. E as soluções e a tecnologia já existem, acrescentou ele, para lidar com mais de 70% das emissões atuais.

No entanto, essas soluções precisam ser implementadas, e isso exige “transformações fundamentais em todos os aspectos da sociedade”, especialmente na forma com a qual cultivamos os alimentos, utilizamos a terra, impulsionamos nosso transporte e nossas economias. O chefe da ONU solicitou o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e que os países transfiram os impostos aplicados no consumo e nos salários para as emissões de carbono.

Para além do Acordo de Paris

Durante o dia, os delegados explicaram o que estavam fazendo para se adaptar melhor às mudanças climáticas e reduzir as emissões e melhorar os compromissos que todos assumiram no âmbito do acordo climático de Paris, em 2015.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou a criação de uma “Aliança de Ambição Climática”, reunindo países comprometidos com ações aprimoradas até 2020 e que trabalhem para alcançar zero emissões líquidas de dióxido de carbono até 2050. Este último grupo compreende 65 países, 10 regiões, 102 cidades, 93 empresas e 12 investidores.

Para afastar o mundo de sua atual dependência de combustíveis fósseis, a Aliança para o Abandono do Carvão foi expandida para incluir 30 países, 22 Estados ou regiões e 31 empresas comprometidas em detectar a construção de novas usinas de carvão em 2020 e rapidamente realizar a transição dessas unidades para a energia renovável.